Soja realiza lucros em Chicago nesta 4ª feira após máximas e sessões consecutivas de altas

Publicado em 21/09/2016 08:01

O mercado da soja na Bolsa de Chicago realiza lucros na sessão desta quarta-feira (21), após quatro sessões consecutivas de ganhos e de bater nas máximas em três semanas no pregão anterior. Ainda assim, o vencimento novembro/16 ainda era negociado a US$ 9,86 por bushel, recuando 3,75 pontos, enquanto o maio/17, referência para a safra do Brasil, valia US$ 9,98, com baixa de 3,75, por volta das 7h40 (horário de Brasília). 

A commodity vinha subindo nos últimos dias motivada pelas chuvas que atrapalham os trabalhos de campo no Meio-Oeste americano, além de poderem comprometer a qualidade de parte da nova safra dos EUA. E as últimas previsões ainda indicam a chegada de mais precipitações nos próximos dias.  Ao mesmo tempo, ainda entre os fundamentos, a demanda volta a ganhar espaço entre as negociações, com novas compras da China e, portanto, também servindo como importante fator de sustentação para as cotações. 

Estes fatores, como explicam analistas, seguem presentes no radar dos traders internacionais, ao lado das especulações que começam a chegar sobre o início da nova safra no Brasil. Há atenção especial sobre o clima para o plantio, porém, a questão do endividamento dos produtores brasileiros após as perdas na última safra e safrinha de milho e o acesso ao crédito também são acompanhados. 

Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:

Soja: Com chuvas nos EUA, demanda e vendas paradas, Chicago tem máxima em 3 semanas

 

Chuvas nos próximos 7 dias nos EUA - Fonte: NOAA

Chuvas nos próximos 7 dias nos EUA - Fonte: NOAA

Com o foco voltado para as condições de clima no Meio-Oeste americano para o avanço da colheita dos grãos, os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam a terça-feira (20) em suas máximas das últimas três semanas. O mercado internacional operou, durante todo o dia, em campo positivo e registrando fortes altas, para encerrar os negócios subindo entre 16 e 17,25 pontos. Dessa forma, o novembro/16, referência para a safra dos EUA, foi a US$ 9,89, enquanto o maio/17 concluiu o pregão valendo US$ 10,02 por bushel. 

As últimas previsões climáticas do NOAA, o departamento oficial de clima dos EUA, seguem indicando a chegada de mais chuvas ao Corn Belt nos próximos dias, com acumulados elevados e que já geram preocupações não só com a evolução dos trabalhos de campo, mas também com a qualidade da soja e sua chegada aos principais canais de escoamento, como o Golfo do México, para exportação. Tempestades continuam chegando, elevando os volumes acumulados, em determinadas regiões, a algo próximo de 180 mm nos próximos sete diasE mapas climáticos para os próximos 6 a 10 e 8 a 14 dias mostram a manutenção do padrão ainda bastante úmido.

Chuvas nos próximos 6 a 10 dias nos EUA - Fonte: NOAA

Chuvas nos próximos 6 a 10 dias nos EUA - Fonte: NOAA

Segundo os últimos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), a colheita da soja no país já foi concluída, até o último domingo (18), em 4% da área, ficando ligeiramente abaixo do índice de 6% de 2015, nesse mesmo período, e de 5% da média dos últimos cinco anos.

Ainda nesta terça na CBOT, subiram também e de maneira muito expressiva os futuros do farelo e do óleo de soja, o que também se consolidaram como importantes pilares de suporte para as cotações do grão. O óleo, somente nesta sessão, subiu mais de 3% em Chicago entre as posições mais negociadas, enquanto o avanço do farelo foi de quase 1%. 

Entretanto, além dessa preocupação com as chuvas, a força e o impacto que a demanda vem exercendo no mercado financeiro é crescente e deverá ter cada vez mais espaço entre os negócios no mercado de Chicago, explica Vlamir Brandalizze. Afinal, ao mesmo tempo em que os compradores estão ávidos por matéria-prima, as vendas estão paradas nos Estados Unidos, no Brasil e na Argentina, ou seja, os três maiores fornecedores mundiais. "Não há pressão de novas vendas futuras e isso é um fator muito positivo neste momento", diz o consultor da Brandalizze Consulting. 

Somente nesta terça, voltando à ativa após um feriado prolongado, a China comprou 110 mil toneladas de soja da safra 2016/17 dos Estados Unidos. 

Além disso, as incertezas trazidas pelas chuvas nos EUA neste momento também podem frear as vendas por lá, uma vez que, ainda segundo Brandalizze, a condição pode provocar perdas de produtividade, de qualidade e, inclusive, um aumento nos custos do produtor americano, exigindo uma outra estratégia de comercialização. "E o produtor acredita que o mercado tenha mais fôlego para subir. Em relação às mínimas da semana passada, já subimos mais de 50 pontos", afirma. 

Preços no Brasil
 
E apesar da intensa valorização das cotações em Chicago, a formação dos preços no Brasil - que conta também com prêmios fortes e positivos - ainda esbarra no dólar, que voltou a cair frente o real nesta terça-feira. A moeda americana terminou o dia com baixa de 0,53% a R$ 3,26. 

O foco principal nesta semana tem sido a espera pela decisão do Federal Reserve sobre o futuro da taxa de juros nos EUA, em uma reunião que começa nesta quarta, 21 de setembro. 

Ainda assim, a maior parte das principais praças de comercialização fechou do interior do Brasil subiram de 1,27% a 2,82% nesta terça-feira, bem como o que houve com as referências nos portos, que também subiram. Paranaguá tem R$ 81,00 no disponível e Rio Grande, R$ 80,00, com altas de 1,25% e 1,27%, enquanto no mercado futuro são R$ 80,00 e R$ 81,00 de referência e ganhos de 0,63% e 1,89%.  

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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