Às vésperas do USDA, mercado da soja caminha de lado na Bolsa de Chicago nesta 3ª feira

Publicado em 11/10/2016 08:09

Como tradicionalmente acontece às vésperas de novos boletins do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), o mercado internacional de grãos passa a atuar com estabilidade e na defensiva à espera dos novos números. Dessa forma, os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago, os quais ontem terminaram o dia com leves perdas, hoje buscam uma rápida recuperação e tem pequenos ganhos entre os principais contratos. Na sessão desta terça-feira (11), por volta das 7h30 (horário de Brasília), a commodity subia de 2,75 a 3 pontos. 

O departamento norte-americano traz, somente nesta terça, dois reportes. O primeiro deles é o de embarques semanais - o qual poderia ser mais um indicador da intensa demanda pela soja dos EUA neste momento - e o segundo é o semanal de acompanhamento de safras, este com a atualização das condições das lavouras e, principalmente, com o índice de área colhida no país. Os boletins deveriam ter sido divulgados ontem, mas em função do feriado de Columbus Day, foram adiados para hoje. 

Mas as atenções maiores do mercado são, da fato, em cima do relatório mensal de oferta e demanda desta quarta-feira, 12 de outubro. Segundo analistas internacionais, esse é um ponto forte no calendário das commodities agrícolas e, diante de uma safra como a 2016/17 que vem registrando números recordes desde o início, o foco sobre o reporte é grande. Mais tarde, as expectativas detalhadas sobre o boletim serão divulgadas no Notícias Agrícolas, mas o esperado principal é de que a produção do país seja revista para cima e possa superar as 114 milhões de toneladas. 

De outro lado, traders ansiosos ainda pelos dados da demanda, pela ação da China no mercado agora de volta do feriado da última semana e atenção ao desenvolvimento dos trabalhos de campo na América do Sul. NO Brasil, o plantio já passa pouco mais de 11% da área estimada e, apesar de se desenvolver de forma ainda irregular, não apresenta atrasos em relação ao ano passado, segundo explicam especialistas. 

Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:

Soja: Chicago fecha com estabilidade nesta 2ª e mantém mercado lento no Brasil

A segunda-feira (10) foi de pouca movimentação para os futuros da soja na Bolsa de Chicago e a sessão terminou com os principais contratos em terreno negativo, com pequenas quedas variando de 1 a 2,25 pontos. O contrato novembro/16, referência para a safra dos EUA, fechou o dia valendo US$ 9,54 por bushel, enquanto o maio/17, indicativo para a safra do Brasil, cotado a US$ 9,74.

A defensiva do mercado, como explicam analistas e consultores, reflete a disputa que os fundamentos vêm travando nas últimas sessões, com suporte na intensa, forte e presente demanda pela soja norte-americana - principalmente, com a volta da China ao mercado após o feriado da última semana - enquanto, na outra ponta dos negócios, o avanço da colheita nos Estados Unidos e os bons índices de produtividade que vêm sendo reportados nas principais regiões produtoras acabam por pressionar as cotações.

E nos próximos dias, novos boletins a serem trazidos pelo USDA (Departamento de Agicultura dos Estados Unidos) ajudam a manter essa cautela entre os fundos investidores, além de trazer alguma especulação para o mercado. Os dois reportes semanais que sairíam nesta segunda - o de embarque de grãos e o de acompanhamento de safras - foram adiados para esta terça-feira (11) por conta do feriado de Columbus Day nesta segunda, em que os órgãos governamentais não funcionam, e na quarta, dia 12, chega o novo reporte mensal de oferta e demanda, com números atualizados sobre a safra americana, a safra da América do Sul e os números do quadro global. 

"Os investidores aguardam uma revisão para cima da safra americana na próxima quarta-feira. Esperamos uma produtividade média próxima de 58,4 sacas do grão por hectare na safra 2016/17. Ainda assim, a demanda poderia absorver parte do excedente da oferta", disse Bryce Knorr, editor e analista de mercado do site internacional Farm Futures. Em setembro, o USDA apontou o rendimento médio das lavouras em 57,37 sacas de soja por hectare. Nesta terça, o mercado deverá conhecer expectativas mais detalhadas sobre os números da quarta. 

Entretanto, o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, mostra que, "os EUA continuam colhendo, e Chicago mantém os US$ 9,50". Na sequência, após testar mais alguns patamares, o foco dos negócios deverá voltar-se para a nova safra sul-americana, as condições climáticas em que se desenvolve e sua comercialização. Até a chegada dos novos relatórios, porém, a volatilidade deverá continuar. 

Mercado Nacional

No Brasil, mais um dia de estabilidade. As pequenas baixas de Chicago e mais um recuo leve do dólar frente ao real levaram os preços a, nos portos e algumas praças de comercialização, registrarem algumas novas baixas e, portanto, afastando um pouco mais os vendedores de novos negócios. 

Em Paranaguá, a soja disponível caiu 1,3% para R$ 76,00 por saca, enquanto o mercado futuro registrou a mesma referência, mantendo sua estabilidade. Já em Rio Grande, R$ 75,50 no disponível, também estável, e baixa de 0,90% no futuro, com R$ 76,80 por saca. 

No interior, em Itapeva/SP, a soja perdeu mais de 5% para R$ 72,29, bem como no Oeste da Bahia e em Jataí/GO, os preços também cederam - 1,02% e 0,31%, respectivamente - para R$ 64,83 e R% 65,00 por saca. Houve recuo também em praças do Paraná, enquanto as demais praças terminaram o dia com estabilidade. 

Dados da consultoria França Junior indicam que há cerca de 24% da nova safra brasileira de soja já comercializada até este momento, com algo perto dos 40% do ano passado, neste mesmo período, ou em relação à média plurianual de 31%. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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