Soja: Dólar em alta segue pressionando Chicago, mas puxa preços nos portos do Brasil

Publicado em 14/11/2016 12:31

Na sessão desta segunda-feira (14), os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago seguem recuando, embora de forma mais tímida neste início de tarde. As principais posições, por volta de 12h50 (horário de Brasília), perdiam entre 6,50 e 7 pontos, com o janeiro/17, o mais negociado neste momento, valendo US$ 9,79 por bushel. 

Apesar disso, a formação dos preços no Brasil ainda era favorecida pelo câmbio neste início de semana. O dólar segue avançando sobre o real e, nesta segunda, sobe mais de 1%, superando os R$ 3,45. 

"O mercado está bem atento ao que está acontecendo lá fora e o destaque é a alta bastante firme dos juros dos Treasuries", comentou o economista da corretora BGC Liquidez, Alfredo Barbutti, em entrevista à agência de notícias Reuters. 

Assim, no porto de Rio Grande, a soja no mercado disponível já operava em alta e sua referência subia 2,23% em relação ao fechamento da última sexta (11) para ser cotado a R$ 78,00 por saca. No mercado futuro, porém, estabilidade nos R$ 82,00. 

Bolsa de Chicago

Em Chicago, segundo analistas internacionais, essa alta do dólar tem efeito contrário e pesa sobre as cotações. E não só a soja em grão sente, mas os demais grãos e os futuros do óleo, liderados pelo trigo, com recuo de mais de 5% nesta segunda, enquanto o farelo conseguia trabalhar com alguns ganhos. Hoje, a moeda chega à sua máxima desde dezembro de 2015 frente a uma cesta de principais moedas. 

E paralelamente, de acordo com analsitas internacionais, a economia da China também chama bastante atenção neste início de semana. "Todas as cabeças se voltaram para a China neste domingo a noite", disse a Benson Quinn Commodities, em nota, na manhã de hoje. Ainda assim, os mercados chineses avançaram e registraram um resultado positivo nesta segunda. Segundo informa a Reuters, o apoio veio do "crescimento do investimento em ativos fixos melhor do que o esperado", no entanto, seus especialistas afirmam ainda que a limitação para o avanço ainda são limitados por uma perspectiva de que o movimento de enfraquecimento de sua moeda - o yuan - continue.

Em contrapartida, a demanda forte e crescente continua sendo encarada pelos investidores e traders como o mais importante fator de suporte para as cotações neste momento. E nesta segunda, o USDA reportou novas vendas de soja em grão, ajudando a limitar as baixas em Chicago. Foram 456 mil toneladas de soja em grão da safra 2016/17, sendo 324 mil para a China e mais 132 mil para destinos não identificados.  

"A boa demanda deverá continuar a dar suporte aos preços da soja, mas essas oscilações do dólar irá pesar sobre as cotações", informou um consultor do Water Street Group Solutions em uma entrevista ao portal Agrimoney. 

E ainda nesta segunda-feira, o USDA traz ainda seu novo reporte semanal de embarques de grãos e os números podem vir a mexer com o mercado dependendo de sua intensidade. 

Paralelamente, de acordo com analsitas internacionais, a economia da China também chama bastante atenção neste início de semana. "Todas as cabeças se voltaram para a China neste domingo a noite", disse a Benson Quinn Commodities, em nota, na manhã de hoje. 

Ainda assim, os mercados chineses avançaram e registraram um resultado positivo nesta segunda. Segundo informa a Reuters, o apoio veio do "crescimento do investimento em ativos fixos melhor do que o esperado", no entanto, seus especialistas afirmam ainda que a limitação para o avanço ainda são limitados por uma perspectiva de que o movimento de enfraquecimento de sua moeda - o yuan - continue. 

Nesta segunda-feira, os futuros da soja na Bolsa de Dalian cederam 5%. Analistas locais acreditam que o recuo intenso das cotações foi reflexo dos rumores que indicam que medidas governamentais poderiam limitar as especulações. 

Leia mais na notícia da Reuters Internacional:

Preços futuros da soja despencam na China por rumores sobre limites à especulação

LOGO REUTERS 2.0

PEQUIM (Reuters) - Os contratos futuros de soja negociados na China caíram 5 por cento nesta segunda-feira, ampliando perdas que começaram na noite de sexta-feira, por rumores sobre medidas governamentais para limitar a especulação, disseram analistas.

O contrato mais ativo na bolsa de mercadorias de Dalian fechou em baixa de 4,99 por cento, a 3.734 iuanes por tonelada.

A China implementou uma série de aumentos de taxas nos últimos meses para limitar negócios especulativos, os quais o país suspeita estarem por trás de uma forte alta nos mercados futuros, em produtos que vão de carvão de coque a borracha.

Esses limites levaram muitos investidores a deixar alguns mercados de commodities.

A bolsa de commodities de Zhengzhou dobrou as taxas de transação no mercado de farelo para 6 iuanes por lote na última sexta-feira.

Fala-se que o governo poderia tomar mais medidas para conter a especulação, o que provocou vendas nos mercados de soja, farelo de soja e farelo de colza, segundo analistas.

"O aumento dos preços tinha sido uma loucura e o governo tomou uma série de medidas para limitá-lo, mas poucas pessoas saíram. O problema basicamente explodiu na sexta-feira, e o impacto continua hoje", disse He Lin, analista da Nanhua Futures.

O mercado de farelo de colza também caiu 5 por cento nesta segunda-feira, enquanto o de farelo de soja recuou 4,5 por cento.

(Por Hallie Gu)

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

    Amigos, alguém lembra da análise gráfica que fiz tempos atrás que indicava que o preço da soja bateria nos US$ 10,20 e dali decidiria qual direção tomar? Pois é, voltou aos US$ 9,8, dentro da penúltima consolidação dos preços, 9,50 até 9,90. Agora é dificil saber o que o preço vai fazer, o RSI (que significa indice de força relativa) indica sobre-compra..., lembrando sempre que indicadores de análise gráfica sempre indicam o que houve no passado, não no futuro. O futuro ninguém sabe... Mas o que quero que vocês olhem é um estudo sobre dois pares de moedas que estou fazendo, não é análise gráfica, mas uma comparação entre a movimentação dos preços de 3 pares de moedas, o real e o yuan, o dólar e o yuan e o dólar com o real. Como é extremamente complexo vou postar um link de gráfico que montei através da investing.com. Nele vocês verão que a movimentação do preço dos pares real yuan e dólar yuan é quase exatamente inversa, quando o real se deprecia em relação ao yuan o dólar se aprecia em relação ao yuan. No meio em dourado, está o dólar em relação ao yuan, reparem que a variação do preço do par de moedas é bem pequena comparada com o real e as outras duas moedas. Quem tem um pouco de estudo de probabilidades e estatistica poderá tirar boas conclusões do gráfico. Bom proveito. http://930e888ea91284a71b0e-62c980cafddf9881bf167fdfb702406c.r96.cf1.rackcdn.com/data/tvc_8b113ffcb893201d9acd64fbcfd01d28.png

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    • Roberto Viel Lacerdópolis - SC

      Uma vez o que regulava o mercado era a lei da oferta e procura, bom isso acabou, a menos que uma catastrofe ocorra, {estiagem}, hoje o que regula o mercado são as comodtes que nada mais são do que especuladores, ganham dinheiro sem trabalhar, as custas do Produtor. Nessa história o pato mesmo é o Produtor Rural. Isso é uma vergonha.

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