Soja fecha Chicago com leves altas nesta 5ª feira; preços no BR ainda inspiram negócios

Publicado em 17/11/2016 17:07

Os futuros da soja, nesta quinta-feira (17), registraram uma nova sessão de volatlidade na Bolsa de Chicago, porém, conseguiram garantir alguns ganhos no fechamento do dia e as posições mais distantes ainda acima dos US$ 10,00 por bushel. Os traders seguem dividindo suas atenções entre o mercado financeiro, o desenvolvimento da safra da América do Sul e a conclusão nos Estados Unidos.

E paralelamente, há ainda a demanda pela soja, principalmente a norte-americana neste momento que, pela força exibida nos últimos meses, vem conquistando um papel cada vez mais importante entre o andamento  dos preços. Nesta quinta-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), em seu reporte semanal de vendas para exportação, trouxe, mais uma vez, números fortes, porém, dentro do esperado, o que teve seu impacto mais limitado. 

Na semana encerrada em 10 de novembro, as vendas semanais norte-americanas de soja totalizaram 1.419,2 milhão de toneladas, sendo 1.418,7 milhão da safra 2016/17 - 51% maiores do que as da semana anterior - e mais 500 toneladas da 2017/18, com a China ainda como principal destino da oleaginosa dos EUA. O volume ficou dentro do esperado, já que as projeções para esta última semana variavam entre 1,2 milhão e 1,5 milhão de toneladas. 

Dessa forma, o volume acumulado de soja já comprometida pelos EUA vai a 38.484,2 milhões de toneladas - 70% do total estimado pelo departamento -, e bem acima dos 30.896,6 milhões do mesmo período da temporada anterior, representando uma diferença positiva de 25%.  

E como explica o analista de mercado da Lansing Trade Group, Marcos Araújo, em entrevista ao Notícias Agrícolas, as margens de esmagamento da soja se mostram ainda positivas tanto nos Estados Unidos, quanto na China, o que motiva também o mercado do farelo e acada sendo, portanto, outro fator de suporte para o grão negociado na Bolsa de Chicago. 

"A China está bem ativa neste mercado e dá importante suporte aos preços", diz. Além disso, Araújo afirma também que uma queda dos basis (prêmios) pagos para a oleaginosa norte-americana no Golfo do México, principal canal de escoamento da commodity dos EUA, o que também deixa o espaço para novas eventuais quedas na CBOT mais estreito. 

Oferta

Na outra ponta dos negócios, o mercado já tem precificada a grande safra dos Estados Unidos, estimada pelo USDA em mais de 118 milhões de toneladas e acompanha agora como se desenvolve o plantio na América do Sul. No Brasil, a semeadura já se encaminha para sua fase de conclusão nas próximas semanas e passa de 60% da área. Na Argentina, as adversidades climáticas trava um pouco o ritmo dos trabalhos de campo e devem exigir um acompanhamento ainda mais cauteloso. 

No entanto, ainda como explica, o mercado trabalha com um elevado potencial da nova safra sulamericana e isso ainda limita a força de avanço das cotações no mercado internacional. "Porém, temos que ver tudo caminhar bem no Brasil e na Argentina para que isso se confirme", explica Araújo. 

Enquanto isso, ele acredita que os preços negociados na Bolsa de Chicago deverão se manter no intervalo de US$ 9,80 a US$ 10,20 por bushel até que o cenário esteja melhor definido. 

Mercado Brasileiro

No Brasil, com um leve recuo do dólar e os ganhos limitados em Chicago, o dia foi, praticamente, de estabilidade para os preços da soja na maior parte das principais praças de comercialização pesquisadas pelo Notícias Agrícolas. A exceção ficou por conta do Oeste da Bahia, onde o valor da saca subiu 1,51% para R$ 67,33 e em Avaré/SP, que registrou ganho de 18,46% para R$ 75,22. 

Nas praças do Sul do país - Rio Grande e Paraná -, os preços caíram de 0,65% a 0,72% e as referências têm variado entre R$ 68,50 e R$ 76,00 por saca. Em Sorriso/MT, baixa de 2,94% para R$ 66,00. 

Nos portos, as cotações não seguiram um rumo comum. A soja disponível subiu 0,64% em Paranaguá, para R$ 79,00; caiu 0,38% em Rio Grande e se manteve estável nos R$ 81,70 em Santos. Já no mercado futuro, estabilidade no porto paranaense, com R$ 80,00, e registrando perda de 1,20% no gaúcho, com o último preço em R$ 82,00. 

"O produtor rural tem que analisar o preço do grão final se é remunerador ou não para ele em sua atividade", orienta Marcos Araújo. "Tivemos uma disparada do dólar, mas os basis caíram 10 cents (...) Então, acredito que ele deva fazer suas contas e encarar como uma oportunidade de venda de parcela de sua produção para o ano que vem", completa.  

No link abaixo, confira a íntegra da entrevista do analista da Lansing Trade Group ao Notícias Agrícolas:

>> Com mudança de patamar do dólar, margem do produtor para negócios em Março do ano que vem é maior que a lucratividade média desse ano

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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