Soja: Com Chicago estável, atenção do produtor brasileiro tem semana de foco no câmbio

Publicado em 16/12/2016 17:11

A semana foi bastante tranquila para os mercados nacional e internacional da soja. Os últimos dias foram de poucas notícias fortes, à exceção da esperada alta dos juros nos Estados Unidos anunciada na última quarta-feira (14), que renovou a força de alta do dólar frente a uma série de outras moedas. No Brasil, a moeda americana encerrou a semana com um ganho acumulado de 0,52% - depois de um recuo de 2,87% na anterior, segundo informa a agência de notícias Reuters, para valer R$ 3,3906.

"O comunicado do Fed mudou um pouco o paradigma do mercado, empurrou o dólar mais para cima", afirmou o operador de um banco nacional à agência de notícias. Além disso, a presidente da instituição, em discurso, disse que a eleição de Donald Trump como presidente dos EUA colocou o Fed em uma "nuvem de incerteza", o que também deve exigir atenção. Afinal, o andamento do câmbio, segundo analistas e consultores, deverá ser o principal fator a trazer um diferencial para os preços da soja brasileiros. 

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Os impactos, entretanto, ainda são limitados, uma vez que a recuperação do dólar em relação à baixa da última semana ainda é pouca expressiva, o que deu espaço para - ao lado de uma movimentação tímida dos preços em Chicago nos últimos dias - as cotações no mercado nacional registrarem novas baixas. 

As referências entre as principais praças de comercialização pesquisadas pelo Notícias Agrícolas têm variado entre R$ 65,00 e R$ 77,00 por saca e, apesar de distante dos alvos dos produtores, os negócios no mercado disponível, como explicou o economista e analista de mercado Camilo Motter, da Granoeste Corretora de Cereais, evoluíram melhor. 

"O mercado ainda está muito devagar. Porém, muitos produtores estão vindo a mercado por causa da necessidade de ir abrindo espaço, liberar armazéns. Então, de certa forma, o mercado regional andou melhor", diz. "Mas, em termos de safra nova, permanecemos parados, praticamente nem se falou", completa. 

Ainda nesta semana, os preços nos portos cederam também de forma expressiva e as baixas foram de mais de 1%. Para a soja disponível, recuo de 1,91% em Paranaguá, para R$ 80,00 por saca, e de 2,53% em Rio Grande, com a referência encerrando em R$ 81,00. Já no mercado futuro, recuos de 1,89% e 1,20%, respectivmente, para R$ 81,00 e R$ 84,50 por saca. 

Mercado Internacional

No mercado internacional, a oscilação das cotações foi ainda mais tímida. Os principais contratos terminaram a semana perdendo entre 0,07% e 0,26% somente. O vencimento maio/17, que é referência para a nova safra do Brasil, terminou a sessão desta sexta-feira (16) com US$ 10,56 por bushel. 

A falta de novidades não permitiu que os futuros da oleaginosa negociados na Bolsa de Chicago pudessem exibir movimentações mais expressivas e, apesar de fortes, os fundamentos do mercado são insuficientes para trazer um quadro diferente. No entanto, ainda são os principais responsáveis pelo suporte das cotações. 

A demanda, nesta semana, trouxe importantes números e deu força para as cotações exibirem algum fôlego. Os últimos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) indicaram nova semana de boas vendas para exportação, com mais de 2 milhões de toneladas, e mais de 80% da soja estimada para exportação já comprometida. Além disso, a China ainda voltou às compras e contribuiu. 

Paralelamente, atenção ainda ao clima na América do Sul, especialmente na Argentina. "Há algumas chuvas prometidas, vamos ver se ocorrem neste final de semana. Acredito que este (cenário climático sulamericano) será o fator principal pelos próximos dias", diz Camilo Motter. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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