MT: Chuvas continuam nesta semana e colheita está paralisada em diversas regiões

Publicado em 13/02/2017 09:05

Campo Novo do Parecis/MT - Chuvas na colheita 2016/17 da soja

Neste final de semana, as chuvas voltaram a comprometer o desenvolvimento da colheita da soja em Mato Grosso e deixou algumas propriedades, literalmente, debaixo d'água. Segundo informações da Somar Meteorologia, esta deverá ser mais uma semana de volumosas precipitações no oeste do Brasil e o estado, portanto, vai receber mais chuvas e pode receber os acumulados mais altos.

“A chuva continua intensa sobre o Sul do país até segunda-feira (13), mas depois disso ela passa a ser persistente e em forma de pancadas na região. Já os maiores acumulados do país ao longo da próxima semana devem ficar concentrados entre o Mato Grosso e a região Norte”, explica a meteorologista Nadiara Pereira. 

Chuvas até 17 de fevereiro - Somar Meteorologia

Como explica a Climatempo, a presença de um sistema de baixa pressão favorece, ao longo desta semana, a formação de extensas áreas de instabilidade sobre o estado nesses próximos dias, como mostra a imagem a seguir. "Até a próxima sexta-feira, dia 17, o acumulado médio supera os 100mm em quase todas as áreas do Estado, o que já significa uma chuva bem volumosa.
Destaque para algumas áreas do noroeste, do centro e do noroeste do Estado, onde os acumulados podem superar 200mm".

Climatempo - Centro-Oeste Chuvas até 17 de Fevereiro

Um dos municípios mais atingidos pelas fortes chuvas do último final de semana foi o de Campo Novo do Parecis. Segundo relatos de produtores, entre a cidade e Sapezal, em 36 horas choveu cerca de 200 mm. As condições paralisaram os trabalhos de colheita da soja e do milho, do plantio do cereal e causaram muitos prejuízos que ainda estão sendo contabilizados. 

Campo Novo do Parecis/MT - Chuvas na colheita 2016/17 da soja

Campo Novo do Parecis/MT - Chuvas na colheita 2016/17 da soja

Em entrevista ao portal Parecis.net, o produtor rural local Ari Velke disse que nunca havia vivido uma situação como esta. "Estou desde 1980 com minha propriedade rural e nunca tinha visto algo parecido em todo esse tempo", conta o produtor. “Vamos esperar a água baixar para depois mensurar os prejuízos”. 

Ainda segundo Velke, mais de 400 hectares de terras foram alagados e, por isso, o replantio deverá ocorrer em cerca de 200 de milho que tinham acabado de ser plantados. 

Diante desta situação, o prefeito da cidade Rafael Machado (PSD), já decretou situação de emergência após os alagamentos.

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>> Campo Novo do Parecis (MT) decreta situação de emergência após alagamento

Segundo relata Marlon Weigert, produtor rural também de Campo Novo do Parecis, em sua propriedade as perdas também já estão confirmadas, porém, ainda não foram contabilizadas. De acordo com o agricultor, muitas bacias estão alagadas há quase dois dias e o quadro se repete em diversos pontos da região. 

Há uma semana os trabalhos de colhieta de Weigert estão paralisados em função do excesso de chuvas. Ele já conta com cerca de 30% da área colhida quando, em condições normais, já teria algo entre 45% e 50%. Sua produtividade média esperada era de 54 a 56 sacas por hectare, porém, acredita que agora esse índice possa vir a cair. "Em 30 anos, nunca vi tanta chuva". 

O plantio do milho safrinha, portanto, também sente. Há perto de 30% da área semeada, quando o normal, nesse período, seria algo entre 45% e 50%. 

Climatempo: Chuva inviabiliza colheita da soja

A presença do corredor de umidade associado a áreas de instabilidade manterão o tempo bem fechado e com chuvas a qualquer hora do dia em praticamente todo o Estado de Rondônia, de Mato Grosso, Goiás, Pará, Tocantins, Maranhão, Piauí e sobre o oeste da Bahia.

Climatempo Radar

A chuva neste início de semana irá inviabilizar os trabalhos de colheita da soja e posterior plantio do milho safrinha. Além disso, em algumas destas regiões as chuvas poderão vir de forte intensidade, trazendo muitos transtornos e prejuízos aos produtores, assim como ocorreu na região de Campo Novo do Parecis, onde algumas fazendas registraram volumes próximos dos 320 mm em apenas 24h o que deixou debaixo d’água lavouras inteiras de soja e de milho safrinha, recém plantadas. Este período chuvoso deverá se manter inalterado até a quarta-feira(15), quando o tempo voltará a abrir e ter uma condição apenas para pancadas de chuvas irregulares. Até lá, os trabalhos de campo ficarão bastante comprometidos.

Áreas de instabilidade também deixarão o tempo instável na região Sul, onde há previsões para pancadas de chuva de moderada a forte intensidade em Santa Catarina e Paraná, atingindo algumas áreas da região sul do Mato Grosso do Sul. Assim, trabalhos de colheita, plantio e aplicações de defensivos deverão ser prejudicados. Mas diferentemente no Mato Grosso, não há indicativos de que essas chuvas que estão sendo previstas para essa segunda e terça-feira possam trazer prejuízos aos produtores. Até pelo contrário, essas chuvas, assim como ocorreu no Rio Grande do Sul nesse último final de semana, irão proporcionar um aumento nos níveis de água no solo, beneficiando o desenvolvimento das lavouras.

Já em São Paulo e em Minas Gerais, a segunda-feira (13), como toda essa semana será marcada pelas altas temperaturas e por um tempo mais firme, com possibilidade apenas para eventuais pancadas de chuva. Contudo, devido ao calor associado as áreas de instabilidade as pancadas podem vir na forma de tempestades, podendo gerar alguns transtornos tanto aos produtores quanto a população urbana.

O grande problema desta semana continuará sendo observado no Mato Grosso e em partes de Rondônia, onde o excesso de dias chuvosos e os altos volumes de chuva tem causado sérios prejuízos aos produtores e perdas em lavouras de soja, milho e algodão. Há relatos de aumento considerável de grãos de soja avariados e com forte depreciação por conta dos atos índices de umidade. Assim, a rentabilidade de alguns produtores caiu.

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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