Soja: Produtor brasileiro deve estar atento às altas em Chicago; mercado sobe nesta 2ª feira

Publicado em 24/04/2017 17:15

Os preços da soja fecharam o pregão desta segunda-feira (24) com altas de dois dígitos na Bolsa de Chicago. As posições mais negociadas terminaram o dia subindo entre 9,50 e até 11,25 pontos, com o maio/17 cotado a US$ 9,61 por bushel, próximo da máxima do dia de US$ 9,62. Já o novembro/17, que é referência para a safra americana, ficou em US$ 9,65. 

Segundo Camilo Motter, economista e analista de mercado da Granoeste Corretora de Cereais, os preços alcançaram seus melhores momentos em três semanas, porém, ainda acomodados no intervalo entre US$ 9,50 e US$ 9,60. 

A baixa do dólar foi, nesta segunda-feira, um dos principais fatores que serviu como combustível para as cotações. Mais baixa, a moeda americana acaba por aumentar a competitividade das commodities negociadas na CBOT e o espaço para algum ganho é maior. O dollar index, neste início de semana, operou abaixo dos 99 pontos - com 98,94 - e recuando mais de 0,7%. " A fraqueza do dólar ajuda na formação do preço", diz Motter. 

Parte dessa baixa do dólar - com o comercial também recuando frente ao real - veio com as notícias que chegaram do cenário internacional, principalmente após o resultado das eleições presidenciais na França, que levaram a candidata de extrema direita - Marine Le Pen - e de centro - Emmanuel Macron - ao segundo turno. O resultado acabou trazendo algum alívio aos investidores. 

"O receio com Le Pen era grande, especialmente em tempos de Brexit e Donald Trump (presidente dos Estados Unidos) se colocando como delicadas surpresas protecionistas nos dois lados do Atlântico", informou a corretora H.Commcor em relatório nesta segunda.

Clima nos EUA

Na medida em que passam os dias e se aproxima o mês de maio - quando se inicia efetivamente o plantio da soja nos EUA - as informações sobre o clima nos EUA ganham ainda mais peso nas negociações. 

Dessa forma, as previsões indicando mais chuvas para os próximos dias no Meio-Oeste americano também acabam exercendo um estímulo aos preços, uma vez que as condições - caso se confirmem - podem atrasar os trabalhos de campo. No milho isso já acontece, embora o atraso ainda não preocupe muito.

Os mapas do NOAA, o departamento oficial de clima dos EUA, indica que as temperaturas deverão ficar mais amenas e o tempo mais úmido nos intervalos dos próximos 6 a 10 e 8 a 14 dias. 

Temperaturas nos EUA - 8 a 14 dias

Temperaturas nos EUA - 8 a 14 dias

Chuvas nos EUA - 8 a 14 dias

Chuvas nos EUA - 8 a 14 dias 

"Os rallies provocados pelo clima podem vir. Mas quando? Esteja pronto para uma jornada volátil durante o verão (nos EUA) e na próxima temporada na América do Sul", diz o analista sênior do portal Farm Futures, Bryce Knorr.

Negócios no Brasil

No Brasil, os preços se valeram mais das altas em Chicago do que da baixa observada no dólar e conseguiram fechar a segunda-feira com altas no interior do país e também nos portos. Apesar disso, a comercialização ainda não assume o ritmo que é típico para esta época do ano. 

"As indicações de compra se apresentaram ligeiramente melhores, mas sem muitos negócios, os produtores ainda estão bem recuados", diz Motter, que fala direto de Cascavel, no oeste do Paraná. No entanto, o analista orienta. "Acredito que estes sejam momentos para (o produtor) ir participando".

Em Paranaguá, a soja disponível terminou o dia com uma alta de 2,27% e R$ 67,50 por saca, enquanto no futuro a referência junho foi a R$ 68,00, registrando um ganho de 0,74%. No porto de Rio Grande, os indicativos fecharam a segunda com R$ 67,30 e R$ 68,20, subindo, respectivamente, R$ 1,20% e 1,79%. 

No interior, as altas variaram entre 0,33% para até 3,92%, como em São Gabriel do Oeste/MS, com R$ 53,00 por saca, ou 3,48% em Luís Eduardo Magalhães/BA, para R$ 54,17. Em Ponta Grossa/PR, estabilidade nos R$ 62,00. 

Ainda segundo Motter, diante deste quadro, as altas pontuais são, de fato, momento para algumas vendas. "São várias frentes atuando sobre os preços agora como as contas que estão vencendo, espaço que precisa ser disponibilizado para a safrinha, e nossa logística que segue como uma das mais ineficientes do mundo", explica o analista. 

Entretanto, lembra ainda que os prêmios pagos nos portos nacionais também seguem desempenhando um papel importante, uma vez que seguem positivos. Em Paranaguá, as principais posições de entrega têm entre 46 e 35 cents de dólar sobre os valores praticados em Chicago. "Os prêmios seguem interessantes, firmes de modo geral se considerarmos o volume de oferta".

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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