Soja fecha no vermelho em Chicago com pressão do petróleo, de olho no clima e à espera do feriado nos EUA

Publicado em 25/05/2017 16:41

Nesta quinta-feira (25), o mercado da soja na Bolsa de Chicago ampliou suas baixas durante a sessão e fechou o dia perdendo mais de 9 pontos entre as posições mais negociadas. Os contratos chegaram, inclusive, a perder os US$ 9,40, com exceção do agosto/17. O julho - que é o mais negociado - e o novembro, referência para a safra americana, encerraram os negócios com US$ 9,38 por bushel. 

Com uma junção de fatores, o mercado futuro americano acabou perdendo sua força ao longo do dia. Entre os mais fortes, a severa baixa do petróleo de mais de 5% em Londres e Nova York após as informações de que a Opep (Organização dos Países Produtores de Petróleo) de que sua decisão sobre o corte na produção não teria vindo em linha com o que esperava o mercado. 

"Havia expectativas de que a Opep poderia elevar o volume dos cortes ou prorrogá-los por até 12 meses", informou a Reuters. A instituição decidiu manter os cortes na produção até março de 2018, com os produtores ainda lutando com uma sobreoferta mundial da commodity. 

Leia mais:

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>> Acordo da Opep deve manter petróleo entre US$ 50 e US$ 55/barril em 2017, diz Fitch

Segundo explicam analistas e consultores de mercado, a baixa do petróleo provocou a saída dos investidores não só dele, mas das commodities de uma forma geral e impactou diretamente o complexo soja. Não só a oleaginosa em grão, mas também os futuros do óleo de soja cederam mais de 0,7% nesta quinta na CBOT. 

Além disso, o movimento favoreceu ainda uma alta do dólar, o que também pressionou. O index subia, frente a uma cesta de outras divisas, 0,20% para pouco mais de 97 pontos. No Brasil, perto de 16h20 (horário de Brasília), a moeda americana - também influenciada pela cena política brasileira - subia 0,40% para R$ 3,29. 

Ademais, o clima no Meio-Oeste americano permanece como um dos protagonistas do mercado futuro da soja em Chicago. Os traders seguem acompanhando as chuvas e o frio previstos para os próximos dias, ao mesmo tempo em que para o início de junho já são esperadas condições mais favoráveis. 

"Vamos ter um mercado bastante volátil daqui para frente,tanto para o bem quanto para o mal. O clima vai ser o fator decisivo, sem dúvida", explica Camilo Motter, economista e analista de mercado da Granoeste Corretora de Cereais.

Assim, como explica o boletim da consultoria AgResource Brasil, "a maioria dos bastidores das commodities está à espera de melhores definições das condições climáticas para junho nos Estados Unidos e uma delineação da direção dos preços no curto e médio prazo".

Também nesta quinta-feira, o mercado internacional recebeu os novos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) sobre as vendas semanais para exportação. Apesar de fortes e de virem acima das expectativas dos traders, foram insuficientes para promover um suporte às cotações, ou estimular algum avanço. 

Na semana encerrada em 18 de maio, o país vendeu 472,7 mil toneladas de soja em grão, enquanto as expectativas variavam de 200 mil a 400 mil toneladas. O volume cresceu 33% em relação ao da semana anterior. A maior parte do total foi destinada à países não revelados e, na sequência, para a China. 

No acumulado da temporada, as vendas americanas já somam 57.827,9 milhões de toneladas e seguem muito acima da última projeção do USDA para as exportações da safra 2016/17 de 55,75 milhões de toneladas. O total é maior também do que o registrado no mesmo período do ano anterior, de pouco mais de 47,4 milhões. 

Leia mais:

>> USDA: Acumulado das vendas americanas de soja da safra 2016/17 se aproxima de 58 mi de t

Complementando o cenário de pressão sobre os preços, ainda segundo analistas internacionais, os traders já começam a se ajustar para o final de semana prolongado dado o feriado do Memorial Day, comemorado nos EUA na próxima segunda-feira (29) e quando as bolsas americanas não operam. Analistas internacionais esperam uma terça-feira (30) pós-feriado bastante volátil, principalmente com informações atualizadas sobre o avanço do plantio nos EUA, as condições das lavouras - no caso do milho - e novas previsões climáticas. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

    Acabaram-se as fofocas e fuchicos..e lero leros..de crima..etc..etc..e quando passou a mandar no mercado oferta e demanda o preço da soja segue estes principios que regem mercados desde o tempo do ari pistola( os gauchos conhecem esta música do 3 xirus) infelizmente é isto...de lado e em queda...

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