Soja amplia perdas em Chicago com fundos vendendo e pressão do petróleo nesta 3ª feira

Publicado em 20/06/2017 12:31

O mercado adotou a chamada "terça-feira da virada" ou "turnaround tuesday" e passou a recuar de forma significativa no início da tarde de hoje na Bolsa de Chicago. Os futuros da oleaginosa, por volta das 11h55 (horário de Brasília), perdiam mais de 7 pontos, com o contrato julho, mais uma vez, de volta à casa dos US$ 9,30 por bushel. O novembro, que é referência para a safra americana, valia US$ 9,40, após bater na máxima do dia - até este momento - em US$ 9,51. 

Como explica a analista de mercado Andrea Cordeiro, da Labhoro Corretora, os fundos investidores voltaram à ponta vendedora depois que o mercado testou a área entre os US$ 9,43/US$ 9,44 e não conseguiu rompê-la. "Alguns hedge funds que venderam ontem, voltaram a vender hoje novamente", diz.  

Além disso, pesa ainda sobre as cotações da soja no mercado internacional o recuo intenso do petróleo. Tanto em Nova York, quanto em Londres, os futuros da commodity perdem entre 2% e 3%, atingindo suas novas mínimas de 2017. As incertezas sobre os esforços da Opep (Organização dos Países Produtores de Petróleo) para reduzir a oferta ainda mantém o mercado bastante pressionado. 

"Os preços do petróleo mantêm tendência de baixa há quase um mês, desde que a Opep e outros países, como a Rússia, decidiram estender um acordo que reduz em quase 2% a oferta global da commodity. O Brent recua 18,6% nos últimos seis meses. Os esforços da Opep são minados por seus próprios membros e também pelo avanço na produção de outros países, como os Estados Unidos" informa uma reportagem da IstoÉ Dinheiro desta terça, com informações do Estadão Conteúdo.

Leia mais:

>> Petróleo opera em queda e atinge novas mínimas em 2017 

Ainda assim, o foco central do mercado da soja - e dos grãos de uma geral - continua sobre a nova safra norte-americana, e vem acompanhado da típica volatilidade desse momento de mercado climático. Novas informações chegam dos campos norte-americanos e acabam tirando alguma direção do mercado. 

No final da tarde desta segunda (19), o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe seu novo reporte semanal de acompanhamento de safras, indicando o aumento de 1 ponto percentual no índice de lavouras em boas ou excelentes condições para 67%. O mercado, porém, esperava uma melhora de 2 pontos para a oleaginosa. 

Por outro lado, o trigo de primavera, que vem chamando muita atenção nesta temporada em função das adversidades climáticas pelas quais tem passado teve uma nova queda de 45% para 41%, enquanto os traders apostavam em uma melhora para até 47%. 

Dessa forma, o rally dos futuros do cereal continua e, somente em Chicago, as cotações sobem mais de 1% no pregão de hoje. Em algumas das demais bolsas americans, o trigo registra suas máximas em dois anos. 

Assim, o mercado segue acompanhando as previsões climáticas - atulizada mais de uma vez no dia por alguns modelos climáticos - e, portanto, ainda bastante indeciso e buscando por uma nova tendência. 

Para Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting, o mercado internacional só ficará menos "inquieto" diante da certeza de uma produção de mais de 115 milhões de toneladas de soja nos EUA diante da força da demanda. 

No ano comercial, afinal, os embarques combinados somente do Brasil e dos Estados Unidos, já são 15 milhões de toneladas superiores aos do mesmo período do ano passado. 

Preços no Brasil

Inevitavelmente e apesar da boa demanda e dos prêmios que seguem positivos nos portos, os preços da soja no Brasil acompanham essas baixas mais intensas em Chicago e também recuam. No terminal de Rio Grande, o produto disponível tinha baixa de 0,29% para R$ 69,70 por saca e a safra nova - referência junho/2018 - perdia 0,93% para R$ 74,30. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • Euclides de Oliveira Pinto Neto Duque de Caxias - RJ

    Com toda certeza, o aumento da produção norte-americana deve estar sendo originado no petróleo retirado ilegalmente nas áreas ocupadas pelo EI/ISIS, consórcio apoiado pelos USA e que devem ter ficado responsáveis pela comercialização do mesmo, dando assim uma origem legal... guerra sempre é um bom negócio - norte americanos têm quase 250 anos de guerras contínuas, elevado "know-how" sobre o assunto...sionista máfia khazarian opera os marionetes ianques com maestria...

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Você ouviu falar sobre a nova tecnologia de extração chamada "fracking", que consiste no fraturamento hidráulico do xisto betuminoso. Esse processo está sendo usado em larga escala em solo americano, pois é considerado barato e, com isso tornou viável muitas áreas de exploração, daí é fácil entender o aumento da produção de energia fóssil dos EUA. Veja que existem outras fontes que podem ajudar a entender do assunto.

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