Soja sobe até 9% no Brasil, testa os R$ 74 nos portos e encontra suporte no clima dos EUA

Publicado em 07/07/2017 18:30

Os preços da soja subiram mais de 5% na Bolsa de Chicago nesta semana e o mercado internacional da oleaginosa fechou o pregão desta sexta-feira (7) acima dos US$ 10,00 por bushel em suas duas posições mais longas entre as mais negociadas. O contrato novembro/17, que além de driver do mercado é também a referência para a safra americana, fechou com US$ 10,15 e alta de 6,36%.

O tempo quente e seco que preocupa os produtores do Meio-Oeste norte-americano, principalmente na porção Oeste do Corn Belt, foi o principal combustível para os ganhos observados durante estas última sessões consecutivas na CBOT. 

"Uma massa de ar está estacionada sobre o Meio Oeste do país, e um padrão com chuvas mais irregulares e temperaturas acima da média é oferecido para o Cinturão Agrícola até a última semana de julho", explica a consultoria AgResource Brasil. "Chuvas ainda são oferecidas em eventos periódicos, no entanto sem caráter generalizado e com índices pluviométricos abaixo do esperado para a manutenção de um bom desenvolvimento de safra. O produtor rural, principalmente ao oeste do Cinturão se preocupa", completa o boletim da empresa. 

Os últimos mapas do NOAA, o serviço oficial de clima do governo norte-americano, confirmam essas condições em suas previsões para os próximos 6 a 10 e 8 a 14 dias, como mostram os mapas na sequência. 

Chuvas 6 a 10 dias

Chuvas previstas nos EUA nos próximos 6 a 10 dias - Fonte: NOAA

Temperaturas EUA 6 a 10 dias

Temperaturas previstas nos EUA nos próximos 8 a 14 dias - Fonte: NOAA

Nos dois períodos, as chuvas ficam abaixo da média e as temperaturas, acima. 

Precipitações previstas nos EUA nos próximos 8 a 14 dias - Fonte: NOAA

Chuvas previstas nos EUA nos próximos 8 a 14 dias - Fonte: NOAA

Temperaturas previstas nos EUA nos próximos 8 a 14 dias - Fonte: NOAA

Temperaturas previstas nos EUA nos próximos 8 a 14 dias - Fonte: NOAA

Com essas informações, os fundos também se reposicionaram e desmontaram boa parte de suas posições vendidas, que vinham carregando números recordes nos últimos meses. Segundo o analista de mercado Miguel Biegai, da OTCex Group, de Genebra, na Suíça, "a posição anterior, de 118 mil contratos vendidos por parte dos fundos, passou para 50 mil contratos até a última terça-feira (5)", diz.

Ainda segundo Biegai, o mercado internacional da soja já se consolida, portanto, em uma sólida tendência de alta neste momento, deixando para trás a tendência negativa que vinha sendo observada há algumas semanas, quando o contrato novembro chegou a testar os US$ 9,08 por bushel. "Até acredito que, na semana que vem, podemos ver uma queda mais acentuada, para depois voltar a subir, e isso não quer dizer que tenha perdido a tendência", explica o analista. 

No Brasil

No acumulado da semana, com essa disparada das cotações na Bolsa de Chicago e, na outra ponta um dólar ainda próximos dos R$ 3,30, os preços da soja no mercado brasileiro chegaram a subir até 9,57%, como foi o caso da praça de Alto Garças, em Mato Grosso, onde a saca terminou com R$ 64,10. 

Os ganhos foram generalizados - do interior aos portos do Brasil - e estimularam um ritmo muito mais agressivo da comercialização nestes últimos dias. A oleaginosa disponível, afinal, encerrou a semana com R$ 73,50 por saca em Santos e Rio Grande, com R$ 73,00 em Imbituba, R$ 73,20 em São Francisco do Sul e R$ 74,00 por saca no terminal do Paranaguá, uma alta de R$ 5,50 em relação à sexta-feira da semana anterior. 

"A comercialização da soja no Brasil, principalmente no Sul do país, ainda está atrasada em relação a anos anteriores, tam bastante soja para vender ainda", explica Biegai, apesar desses volumes mais agressivos negociados nesta semana. 

Nesse quadro, a orientação de Biegai é de que o produtor brasileiro faça parte de suas vendas no físico, aproveite os atuais preços e as oportunidades que o mercado tem trazido e, ao mesmo tempo, compre uma call em Chicago e continue participando das altas futuras. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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