Chuvas em janeiro são única esperança de salvar Argentina da "pior safra da década", diz consultor

Publicado em 08/01/2018 08:28

"Seria a mudança climática ou se tratará de uma outra safra com um padrão de seca que está impactando gravemente uma das principais zonas de alimentos do mundo? Deixamos a resposta para os climatologistas e especialistas, mas o concreto e real, devido ao seu impacto nos mercados, é que o Pampa úmido argentino está secando", destaca Pablo Adreani, diretor da AgriPac Consultores, ao jornal La Nación. "O coração dos grãos, além de outras zonas como o Noroeste e o Nordeste argentino, estão sofrendo uma das piores secas da última década".

Juntamente com a falta de chuvas, caminham as elevadas temperaturas. O mês de dezembro foi o mais quente em muitas décadas e as previsões para janeiro não são tão favoráveis. Embora haja previsões de chuvas para o período entre 11 a 18 de janeiro, é preciso observar qual será a sua abrangências e os milímetros que irão cair.

Ainda faltam 3,7 milhões de hectares de soja e de milho para serem plantados, de acordo com a Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA). A soja tem cerca de 88% de área plantada, enquanto o milho tem 78%. Se o atual padrão climático não for revertido, dificilmente esses hectares restantes conseguirão ser plantados.

Soja plantada em 26 de dezembro em Llambí Campbell, Santa Fe, afetada pela falta de água (Fonte: La Nación)

Soja plantada em 26 de dezembro em Llambí Campbell, Santa Fe, afetada pela falta de água (Fonte: La Nación)

As previsões de chuva para meados de janeiro, como destaca Adreani, "são a única esperança para salvar o Pampa úmida e o país do que pode ser uma das piores safras da década". Se as previsões não se concretizarem, estão em risco 7,5 milhões de toneladas de soja, ou US$2,25 bilhões e 8,5 milhões de toneladas de milho, ou US$1,5 bilhões.

A safra total, caso o plantio não seja finalizado, poderá cair para 111 milhões de toneladas, contra os 127 milhões de toneladas que foram estimados pela Bolsa de Comércio de Rosario, que ainda não contabiliza nenhuma perda. Este panorama também não leva em consideração as perdas potenciais que os cultivos já plantados poderiam ter sofrido.

Já há lotes de milho que sofreram bastante com a seca de dezembro, com rendimentos que não devem chegar a 5000kg por hectare, em zonas com o dobro de potencial. De mesma forma, a soja de segunda etapa corre o mesmo risco.

Para o consultor, as áreas produtivas da Argentina precisam de chuvas de 50mm a 100mm em 100% da área agrícola do país para estarem livres do problema da seca de uma vez por todos.

Os produtores, por sua vez, aguardam antes de tomar qualquer decisão, já que a venda futura não depende somente da presença da semente do solo: agora é necessário que o cultivo se desenvolva para, somente após isso, haver uma maior segurança em comercializar o produto.

Tradução: Izadora Pimenta

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Fonte:
La Nación

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