Soja: Apesar de queda do dólar e Chicago estável, preços sobem no Brasil nesta 4ª feira

Publicado em 21/03/2018 18:32

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Apesar do recuo de mais de 1% do dólar e do fechamento com cotações estáveis na Bolsa de Chicago, os preços da soja fecharam com altas em praticamente todas as praças de comercialização pesquisadas pelo Notícias Agrícolas Brasil a fora. As cotações subiram até 1,87%, como foi o caso de Pato Branco, no Paraná, onde a saca terminou o dia com R$ 71,00. 

Entre os portos, os ganhos foram registrados somente no terminal de Rio Grande, onde a soja disponível subiu 0,91% e a a referência maio/18, 1,16%, para fecharem com R$ 78,00 e R$ 78,50 por saca, respectivamente. Em Paranaguá, o produto disponível permaneceu estável nos R$ 78,50, enquanto maio foi a R$ 78,70, perdendo 0,38%. 

Nesse cenário, e principalmente depois das baixas recentes no mercado internacional - que derrubaram patamares importantes para as cotações - os negócios perderam um pouco de força no mercado brasileiro, com os produtores aguardando um novo repique entre os indicativos. Além disso, buscam ampliar seu foco na conclusão da colheita, segundo explicam analistas e consultores. 

"Os produtores estavam mais interessados em avançar com a colheita e aproveitar dias mais abertos  em grande parte das regiões produtoras. As regiões seguiam mostrando boas a excelentes condições das lavouras, notando que neste ano tem muita lavoura do Nordeste e Norte chegando à casa das 80 sacas por hectare, o que foi raro em anos anteriores", disse Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting. 

Bolsa de Chicago

Na Bolsa de Chicago, os futuros da soja chegaram a testar os dois lados da tabela, depois de iniciarem o dia com boas altas, e fecharam estáveis. As posições mais negociadas subiram entre 1 e 2 pontos, com o maio/18 terminando o dia com US$ 10,29 por bushel. Na máxima do dia, porém, o contrato bateu nos US$ 10,37. 

"O mercado da soja teve um dia de movimentos positivos e teve até boa flutuação para cima, com os melhores momentos se dando com alta de 8 pontos, mas, no final, estava liquidando e realizando lucros diários e junto a isso se apegou ao aumento dos juros nos EUA, que serviu de pressão positiva sobre o dólar frente às principais moedas", explicou Brandalizze.

De acordo com informações de agências internacionais, o mercado ainda busca definir uma direção, principalmente, depois que boas chuvas chegaram à Argentina nos últimos dias. Embora bem-vindas e tendo pressionado as cotações severamente no início da semana, as precipitações chegam tarde demais para reverter as perdas sofridas pelas lavouras. 

"Os acumulados ficaram entre 25,4 e 50,8 mm, mas a cobertura dessas chuvas ficou confinada entre o sudeste de Córdoba, extremo sul de Santa Fé e norte de Buenos Aires", disse o especialista em agricultura da América do Sul, Michael Cordonnier, que reduziu sua estimativa para a safra de soja da Argentina em 1 milhão de toneladas para 42 milhões. 

Assim, com o sentimento de que as chuvas chegaram muio tarde, o mercado passa a buscar uma cobertura de parte de suas posições depois das últimas baixas. A demanda intensa - com a China podendo adquirir mais de 100 milhões de toneladas nesta temporada - é um dos fatores que motiva este momvimento, segundo traz o boletim diário da consultoria internacional Allendale, Inc. 

Ao mesmo tempo, a tentativa dos traders de estarem bem posicionados antes de novos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que chegam nos próximos dias também contribui. Na próxima quinta-feira (29), chegam os boletins de intenção de plantio nos EUA e dos estoques trimestrais e, principalmente o primeiro poderia ajudar a movimentar as cotações, com uma especulação maior sobre a nova safra dos Estados Unidos. 

Dólar

Nesta quarta-feira, o dólar fechou a sessão perdendo 1,21% e cotado a R$ 3,2685. Segundo informações da Reuters, trata-se de mais intensa baixa desde 14 de fevereiro, quando a moeda recuou 2,27%. 

A pressão sobre a divisa, segundo especialistas, se deu em função de uma leitura do mercado de que o Federal Reserve fará apenas três altas nos juros dos EUA este ano. "Subir os juros três vezes neste ano tira forças do 'fly to quality', há menos pressão financeira para que o fluxo de recursos aponte para os Estados Unidos", justificou o diretor de operações da corretora Mirae, Pablo Syper, à agência de notícias.

Leia mais:

>> Dólar cai mais de 1% ante real após Fed ver apenas três altas de juros este ano

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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