Soja sobe nos portos do Brasil nesta 2ª feira estimulada pela alta do dólar e dos prêmios

Publicado em 18/06/2018 18:28

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Os preços da soja nos portos do Brasil subiram nesta segunda-feira (18), acompanhando a alta do dólar e uma significativa melhor dos prêmios neste início de semana. Em Paranaguá, o produto disponível foi a R$ 82,00 por saca, com alta de 2,50%, e a R$ 80,40 em Rio Grande, subindo 0,25%. Para a soja futura, ganho de 1,85% no terminal paranaense, com o último indicativo em R$ 82,50. A referência julho/18 no terminal gaúcho foi a R$ 81,50, subindo 0,62%. 

Somente nesta segunda, o prêmio para a posição julho/18 no terminal de Paranaguá registrou uma alta de 22,73% em relação à última sexta-feira (15) e chegou a US$ 1,35 por bushel sobre os valores praticados na Bolsa de Chicago, enquanto o agosto tem US$ 1,40 e o setembro, US$ 1,45. 

A melhora das referências, como explicam os participantes do mercado, veio após a decisão da China de taxar a soja norte-americana, o que poderá ampliar ainda mais a demanda da nação asiática pelo produto brasileiro. Nesse ambiente, os novos negócios que saem no mercado brasileiro são aqueles com entrega prevista para agosto, em parte estimulados pelos prêmios melhores, mas também pela expectativa de que um acordo sobre a questão do tabelamento dos fretes, que ainda não apresenta um acordo. 

Com o tabelamento dos fretes, os carregamentos continuam inviáveis em grande parte dos estados produtores, e em alguns locais as contas não chegam nem a fechar e os resultados acabam por se mostrar negativos. As alternativas têm sido transportadoras menores, que aceitam negociar os valores, ou as empresas que contam com frota própria para fazer os negócios fluirem. 

"Por enquanto, estamos carregando com somente 1/4 da capacidade total. Há alguns novos negócios saindo, mas apenas com entrega para agosto", relata Vitor Marasca Junior, diretor da Marasca Incorporações Imobiliárias Comércio e Exportação Ltda.

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Dessa forma, no interior do Brasil apenas algumas praças de comercialização registram variações em seus preços. Enquanto no Rio Grande do Sul - Não-Me-Toque e Panambi - as cotações caíram mais de 1% nesta segunda, para R$ 68,00 e R$ 69,00, respectivamente, no Paraná, subiram de 0,7% a 1,43%, para R$ 72,00 por saca. No Centro-Oeste, os indicativos não apresentam modificações nas praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas, mas seguem atuando abaixo dos R$ 70,00. 

Dólar

Nesta segunda, o dólar subiu e fechou com alta de 0,27% para valer R$ 3,74, recuperando parte da despencada de 2,15% da sessão anterior. A cena política interna e mais os temores sobre a guerra comercial entre China e Estados Unidos motivaram o avanço da divisa norte-americana. 

"Essa nova elevação na tensão nas relações comerciais entre Estados Unidos e China aumenta a aversão ao risco nos mercados e pressiona o preço do petróleo no mercado internacional", comentou a corretora Coinvalores, em relatório, ao citar as tarifas impostas pelos Estados Unidos à China e a retaliação de Pequim ao anúncio.

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Bolsa de Chicago

Na Bolsa de Chicago, a segunda-feira foi toda de estabilidade para as cotações da soja, mesmo a oleaginosa testando os dois lados da tabela. Assim, no fechamento do dia, as principais posições terminaram os negócios subindo entre 1 e 3 pontos, com o julho/18 valendo US$ 9,08 por bushel.

Os traders buscam uma equalização do mercado, um equilíbrio após as mínimas registradas em um ano na sessão da última sexta-feira (15). Os preços, afinal, foram severamente pressionados pela informação de, como forma de retaliação aos US$ 50 bi em tarifações dos EUA sobre a China, a nação asiática irá taxar a oleaginosa norte-americana, entre outros 629 produtos. 

No entanto, para alguns analistas internacionais, a notícia estaria, ao menos parcialmente, precificada e espera agora pelos detalhes das tarifações. Dessa forma, os fundos reduziram sua exposição e suas posições compradas no mercado futuro. Na última semana, as posições foram quase a zero, segundo informações do portal internacional Agriculture.com. 

O que os traders deverão acompanhar agora são as questões climáticas no Meio-Oeste americano e o desenvolvimento da safra 2018/19. As condições até este momento, porém, são favoráveis, em linhas gerais, para o desenvolvimento das novas culturas. 

"O mercado tem tentado encontrar um equilíbrio e seu fundo diante das decisões entre China e Estados Unidos, porém, a falta de ameaças climáticas até este momento podem limitar esse movimento", diz o analista sênior da Farm Futures, Bryce Knorr.  

De acordo com o boletim semanal de acompanhamento de safras do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) - reportado pós fechamento mercado -, são 97% do plantio da soja já concluídos, contra 93% da semana anterior, 95% de 2017% e acima ainda dos 91% da média dos últimos cinco anos. 73% das lavouras se mostram em boas ou excelentes condições - índice dentro das expectativas do mercado, 22% em situação regular e 5% entre ruins e muito ruins. Na semana anterior, esses números vieram em 74%, 22% e 4%, respectivamente. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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