Soja: Chicago perde mais de 40 pts nesta 3ª feira com tensão maior da disputa entre China x EUA

Publicado em 19/06/2018 07:55

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A terça-feira (19) continua sendo de baixas fortes para os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago, que intensificam as perdas entre os principais contratos. As posições mais negociadas, por volta de 11h45 (horário de Brasília), perdiam entre 49 e 50 pontos - ou quase 5% - com o julho/18 já sendo negociado a US$ 8,58 por bushel. A posição já chegou à mínima de US$ 8,41 até esse momento do pregão. Mais cedo,as cotações chegaram a recuar mais de 50 pontos. 

A aversão ao risco é muito forte nesta terça-feira, depois do presidente americano Donald Trump anunciar que as tarifações sobre a China poderiam chegar aos US$ 400 bilhões - hoje efetivadas em US$ 50 bi - de acordo com as movimentações de retaliação do líder chinês. 

A possibilidade de uma redução expressiva da demanda da China pela soja dos EUA pesa severamente sobre as cotações já há alguns meses e o cenário, segundo explicam analistas internacionais, pode se agravar com as novas ações anunciadas por Trump. A tarifação chinesa sobre a oleaginosa norte-americana deve começar em 6 de julho, de acordo com informações da Reuters internacional. 

"Após os anúncios de implementações tarifárias dos Estados Unidos e da China, o Mercado retirou grande parte das posições abertas no lado da compra, aqui na CBOT. O risco tem sido evitado, agora a especulação es- pera por novos diálogos que devem ser abertos entre as nações envolvidas nesta Guerra Comercial. Assim como a AgResource (ARC) vem alertando desde o início desta saga, definir uma tendência para os preços com a in- tervenção política imprevisível de qualquer país, é uma tarefa impossível", dizem os analistas da consultoria internacional. 

Além da pressão da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo, os preços da soja na Bolsa de Chicago sentem ainda a pressão do bom desenvolvimento da nova safra norte-americana e da falta de uma ameaça climática sobre as lavouras até esse ponto. 

De acordo com o reporte semanal de acompanhamento de safras trazidos pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) no final da tarde de ontem, são 97% do plantio da soja já concluídos, contra 93% da semana anterior, 95% de 2017% e acima ainda dos 91% da média dos últimos cinco anos. 

73% das lavouras se mostram em boas ou excelentes condições - índice dentro das expectativas do mercado, 22% em situação regular e 5% entre ruins e muito ruins. Na semana anterior, esses números vieram em 74%, 22% e 4%, respectivamente.  

 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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2 comentários

  • Rodrigo Otávio de Araujo Herval Coromandel - MG

    Quando vc achar que está chegando o fundo do poço, talvez o poço não tenha fundo

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  • Edmundo Taques Ventania - PR

    Se alguém tinha alguma duvida de como trabalha a Bolsa de Chicago em relação a soja, milho e etc, agora ficou bem claro né!!

    Bolsa de Chicago é uma bolsa AMERICANA, que determina os preços baseado numa demanda exclusivamente AMERICANA!!!

    O resto não importa

    Mais claro impossível

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    • Virgilio Andrade Moreira Guaira - PR

      Que tal fazer uma bolsa Sul Americana?? Os prêmios equilibram um pouco a situação !!

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    • Marcos Hildenbrandt Rondonópolis - MT

      Perfeita observação, Sr. Edmundo. Precisamos de um contrato de soja na B3 em reais. Não consigo entender a dificuldade da bolsa em fazer isso. Basta transformar em reais nosso antigo contrato SFI, que está sem movimentação desde que foi criado o SJC que é um espelho do contrato da Bolsa de Chicago e portanto reflete a realidade americana.

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    • Liones Severo Porto Alegre - RS

      Trump joga cartada do desespero porque não tem como manter essa condição para os produtores americanos. Sempre sabotaram os emergentes nos acordos de comércio, mas agora encontraram forte resistência dos chineses que podem se contrapor. Essa história é antiga, senão vejamos:

      O Histórico do GATT : Os membros fundadores, juntamente com outros países, formaram um grupo que elaborou o projeto da criação da OIC (Organização Internacional de Comércio), sendo os Estados Unidos um dos países mais atuantes no convencimento da ideia do liberalismo comercial regulamentado em bases multilaterais?. Depois de alguns comentários sobre a formalização através da Carta de Havana de 1947 a 1948, conclui o rumo do desenvolvimento desta proposta com o seguinte esclarecimento formal :

      "Apesar do papel preponderante desempenhado pelos Estados Unidos, nestas negociações, questões políticas internas levaram o país a anunciar, em 1950, o não-encaminhamento do projeto ao Congresso para sua ratificação. Sem a participação dos Estados Unidos, a criação da Organização Internacional do Comércio (OIC) fracassou. Assim, o GATT, um acordo criado para regular provisoriamente as relações comerciais internacionais, foi o instrumento que, de fato regulamentou por mais de quatro décadas as relações comerciais entre os países.

      Comentário sobre as Rodadas do GATT (Acordo Geral Sobre Tarifas e Comércio): nenhum país conseguiu impor suas reivindicações nas últimas três rodadas que nem sequer aconteceram, por sabotagem; afinal continuávamos respeitando os tratados da Rodada Uruguai. O Comentário final sobre o Brasil, nesta rodada, foi escrito da seguinte forma contextual: "O Brasil deverá adotar uma posição de compromisso em relação a nova Rodada, defendendo maior liberalização agrícola, o aperfeiçoamento da aplicação de instrumentos antidumping e anti-subsídios e a realização de negociações amplas, desde que o formato negociador viabilize a busca de resultados equilibrados".

      Nunca conseguimos, e esta Rodada em Genebra(1986-1993) acabou com uma ampla agenda de unfinished business (negócios não-concluídos), que jamais voltaram a ser discutidos nos temas que eram relevantes para os países em desenvolvimento. (do livro : Soja : por que fizemos o negócio da China ? - editado em 2003 - dados do Ministério de Relações Exteriores).

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    • Marcos de Souza Dias Maringá - PR

      Mercado manipulado e controlado, e os compradores rindo sem parar. O ultimo membro do FMI que ousou falar em "moeda alternativa" ao dólar para os mercados internacionais de commodities (petróleo incluído) foi eliminado do mapa.

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    • Alam Brador Do Sul Santana do Livramento - RS

      Marcos e quem garante a liquidez do contrato na B3 ????? nunca decolou por falta de liquidez

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    • Luiz Fernando Ehlers Cidade Gauchá - PR

      Com essas conversas de prêmios só quero saber qual preço será praticado nos balcões das cooperativas,se vão passar pelo menos um pouco desses valores para os pequenos produtores.

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    • Marcos Hildenbrandt Rondonópolis - MT

      Sr. Alam, não temos contrato de soja em reais. Já o Milho e boi gordo são contratos em reais e funcionam muito bem. Mesmo o SJC de soja em dólar, espelho de Chicago, não tem problema de liquidez nas opções, pois o vendedor das opções se protege na Bolsa de Chicago. Hoje fiz muitas operações de compra de Call no SJCX18, sem problemas com liquidez.

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    • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

      Senhores...o mercado oscila por oferta e demanda.. quando quebrou a safra argentina dias atrás, o que o mercado fez?... quando quebrou a safra americana há 3 ou 4 anos e a soja foi a 18 o bushel??.... produziram safras recordes nos anos seguintes... e os preços fizeram o que?..caíram... então não sei porque todo este chororô...

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    • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

      Deixaram o cavalo passar encilhado..só resta procurar Chicago como culpado...ou o Temer..ou Petrobras..quando bebe pinga tudo bem...quando leva os tombos tem que assumir..

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