Soja: Demanda fraca nos EUA volta a pressionar Chicago e preços têm novas baixas no Brasil

Publicado em 25/10/2018 17:46

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Os preços da soja voltaram a recuar na Bolsa de Chicago nesta quinta-feira (25) e já acumulam a quarta sessão de perdas seguida nesta semana e a pressão veio, mais uma vez, de dados fracos da demanda pelo produto norte-americano. 

"Observamos um volume bem fraco de vendas para a safra nova e mais cancelamentos na safra atual de compras feitas pela China e por destinos desconhecidos, que provavelmente, são a China, então isso trouxe uma pressão vendedora no mercado" disse o analista de mercado da Société Générale, Stefan Tomkiw, em entrevista ao Notícias Agrícolas. 

E com a China fora do mercado dos EUA, o contrato novembro/18 fechou o dia valendo US$ 8,41 por bushel, enquanto o maio/19, que serve como referência para os negócios da safra brasileira, encerrou o pregão com US$ 8,82. 

Na semana encerrada em 17 de outubro, os EUA venderam somente 212,7 mil toneladas de soja da safra 2018/19, com a maior parte sendo destinada ao Egito. As vendas ficaram abaixo das expectativas do mercado, que variavam de 300 mil a 700 mil toneladas. 
Novos cancelamentos foram informados sendo 530,2 mil toneladas de destinos não revelados e 60 mil toneladas da China. 

Os EUA já têm comprometidas 21.054,9 milhões de toneladas da oleaginosa da safra atual, número ainda bem abaixo do registrado no mesmo período do ano anterior, de mais de 28,4 milhões de toneladas. Para todo o ano comercial, o USDA estima as vendas americanas em 56,07 milhões de toneladas. 

Da temporada 2019/20, na última semana foram vendidas mil tonelads para o Japão. 

"O mercado está vendo que os EUA estão no auge da colheita e a demanda não está aparecendo. Então, há essa pressão vendedora e o mercado mira essas mínimas que ele tinha marcado nos últimos tempos", explica Tomkiw. 

O analista afirma ainda que, na sequência das baixas, o mercado poderia ver o vencimento buscar os US$ 8,40 e, rompendo esse patamar, poderia buscar a proximidade dos US$ 8,25 por bushel. 

E esses valores mais baixos poderiam, de fato, atrair mais compradores para a soja norte-americana, entretanto, o executivo faz um alerta sobre a mudança na dinâmica do fluxo de comércio de soja que se estabeleceu nos últimos meses. 

Preços no Brasil

Com as novas baixas de Chicago, as cotações cederam também no mercado brasileiro e as perdas foram intensas em algumas praças de comercialização, chegando a superar os 4% somente nesta quinta-feira. As praças de Mato Grosso foram as que mais sentiram.

Para as referências nos portos, o dia também foi negativo. Em Paranaguá, queda de 0,56% apra R$ 88,00 por saca no disponível e de 1,28% para R$ 77,00 na safra nova. Em Rio Grande, baixa de 1,57% no spot e de 1,11% no novembro/18, com preços finais de R$ 88,00 e R$ 89,00 por saca, respectivamente. 

A baixa foi intensificada por uma nova queda do dólar nesta quinta-feira. A moeda americana fechou o dia com queda se 1,15% e valendo R$ 3,7033. Na mínima do dia, a divisa marcou R$ 3,6818. 

"À espera do segundo turno, o dólar vinha oscilando entre 3,68-3,72 reais e, hoje, voltou para esses níveis, depois de ter fugido na véspera com a forte aversão ao risco global. Voltou ao normal", comentou o gerente de câmbio da corretora Ourominas, Mauriciano Cavalcante à agência de notícias Reuters.

Leia mais:

>> Dólar volta a terminar em baixa ante real com alívio no exterior

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • Virgilio Andrade Moreira Guaira - PR

    A Bolsa de Chicago aos poucos vai perdendo sua preponderância mundial, virando uma entidade mais regional, devido às brigas comerciais e diminuição da importancia relativa da produção Norte Americana.. USA.

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Sr. Virgilio, acredito que serão necessárias algumas décadas ou centenário para ocorrer alguma mudança do poder financeiro hegemônico americano. ... Diz-se que alguma coisa vai na economia mundial, para todo, ou parte, do capital migrar comprando títulos do governo dos EUA, pois no establishment é forte o mito de que os EUA nunca deu calote. ... Esquecem-se que em 1933 o então presidente Franklin Delano Roosevelt com a anuência do Congresso, desvalorizou o dólar e, no dia 5 de junho daquele ano, também decidiu que a cláusula do ouro não era mais válida. Estava declarada a moratória. ... ... Esse jogo de poder financeiro é coisa para profissionais e, nisso as empresas estadunidenses têm os melhores profissionais do mundo. Haja visto a hegemonia construída após o término da Segunda Guerra Mundial...

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      ERRATA: ...Onde lê-se: ... Diz-se que alguma coisa vai na economia mundial, para todo, ou parte, ... LEIA-SE: ... Diz-se que alguma coisa vai mal na economia mundial, para todo, ou parte, ...

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