China e EUA voltam a conversar e aumentam especulações sobre um acordo

Publicado em 16/11/2018 15:34

LOGO nalogo

É consenso entre os analistas e consultores: a direção dos preços da soja no mercado internacional ficará mais clara depois da reunião entre Donald Trump e Xi Jinping no encontro do G20 que acontece nos dias 30 de novembro e 1º de dezembro na Argentina. 

No entanto, são crescente as especulações desde que representantes dos dois países voltaram a conversar nestes últimos dias. Nesta sexta-feira, inclusive, os preços da soja voltaram a subir na Bolsa de Chicago e deram um bom repique depois das informações e das colocações de Trump em sua conta no Twitter. 

"Na madrugada desta quinta-feira (15) foi relatado que o subsecretário do Tesouro dos EUA abriu conversas diretas com integrantes do baixo clero da China para discutir detalhes destes acordos, antecipando as possíveis negociações na reunião do G20", diz a consultoria ARC Mercosul

As eexpectativas do mercado apontam para, finalmente, a chegada de um acordo entre as duas maiores economias do mundo, que já travam uma guerra comercial desde meados de maio. O presidente americano, no entanto, disse que a China quer fazer um acordo, porém, disse que o proposto "ainda não é aceitável.  

Na outra ponta, Trump estaria disposto a colocar a soja em qualquer combinado que seja firmado com Xi, segundo a declaração de uma autoridade de Washington no final desta semana.

E esse é o objetivo do governo norte-americano mesmo com os Estados Unidos trabalhando para ampliar seus mercados diante das lentas vendas de soja norte-americanas nesta temporada, como expliicou o Secretário de Agricultura dos EUA, Steve Censky. A commodity, afinal, foi um dos principais alvos da disputa. 

Em uma entrevista concedida em Chicago, Censky afirmou, de acordo com o que noticiou a Bloomberg, "que Trump tem se esforçado para garantir o acordo, garantindo que nossas vendas para a China sejam retomadas". 

Como explicam os analistas da ARC Mercosul, no entanto, a probabilidade de que um acordo como esse, com essas proporções seja efetivado no curto prazo ainda é baixa. Ainda assim, explicam também que representantes dos dois países já voltaram a conversar. 

"No entanto, a ARC alerta que a formulação de um acordo real não é provável no curto-prazo. Mesmo que este encontro tenha um resultado positivo para ambos os países, ainda assim serão necessários alguns meses até com que resultados concretos sejam implementados na já conturbada relação EUA-China".

A situação, como explicam especialistas, é mais profunda e complexa do que se noticia e, impacta algo muito mais extenso do que o mercado da soja. "Para mim o assunto é um pouco mais do que somente grãos e não será um aperto de mão que soluciona as diferenças entra as balanças, direitos de propriedade intelectual, entrada dos bancos americanos no mercado financeiro chinês", explica o diretor da De Baco Corretora, Marcelo De Baco. 

Dessa forma, os impactos para a formação dos preços também passa a ser mais complexas. Ainda como explica De Baco, com a colheita americana já finalizada qualquer acordo firmado passaria pela limitação dos estoques e dos estoques de passagem norte-americanos. 

"86% da soja do mundo está nas Américas, caso exista um acordo podem ocorrer duas coisas: 1) as cotações da bolsa americana subiriam; 2) os prêmios para embarques em outras origens cairiam muito. Ambos andariam em sentidos opostos, porém, a questão estoques pode dificultar a redução dos prêmios, pois em 2019 os EUA somente terão safra em setembro e até lá o mercado vai ficar de olho na colheita brasileira", diz o analista. 

Ao mesmo tempo, em um mercado que já caiu de forma considerável, também em função dos prêmios, com estoques menores nos EUA, os mesmos prêmios poderiam voltar a subir, no entanto, com menos força já que a colheita do Brasil esse ano deverá ocorrer antecipadamente dado o ritmo recorde do plantio brasileiro. 

"Muito embora o Brasil também esteja com estoques muito limitados, nossa safra entra, justamente, no momento do inverno no Hemisfério norte", completa De Baco.

Na Reuters: Trump diz que China quer acordo comercial; EUA podem não impor novas tarifas

LOGO REUTERS

WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta sexta-feira que a China enviou uma lista de coisas que estava disposta a fazer para resolver tensões comerciais com os Estados Unidos e seu governo pode não ter que impor tarifas adicionais, mas ele acrescentou que a situação continua inaceitável para ele.

"A China quer fazer um acordo. Eles mandaram uma lista de coisas que eles estão dispostos a fazer, que era uma grande lista, e ainda não é aceitável para mim", disse Trump a repórteres na Casa Branca. Ele dise que a lista de 142 itens era "bastante completa" mas "há quatro ou cinco grandes coisas deixadas de fora."

"Eu acho que nós provavelmente vamos consegui-las também", acrescentou ele.

Trump impôs tarifas sobre 250 bilhões de dólares em importações chinesas para forçar concessões de Pequim em uma lista de demandas que iria mudar os termos de comércio entre os dois países. AChina respondeu com tarifas sobre produtos dos EUA.

Trump também ameaçou impor tarifas sobre todas as importações restantes da China, equivalentes a cerca de 267 bilhões de dólares, se Pequim não atender os pedidos dos EUA.

"Nós podemos não ter que fazer isso", disse Trump a repórteres nesta sexta-feira. "A China gostaria de fazer um acordo."

(Por Jeff Mason)

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário