Soja perde mais de 2% em Chicago nesta 2ª com pressão do dólar e especulação sobre China x EUA

Publicado em 26/11/2018 17:20

LOGO nalogo

Os preços da soja cederam mais de 2% no pregão desta segunda-feira (26) na Bolsa de Chicago ainda nas expectativas para o encontro de Donald Trump e Xi Jinping no final do mês. O mercado segue ajustando suas posições até que novas informações sobre o encontro sejam divulgadas. 

Frente a uma série de fatores que seguem pressionando os preços - como os elevados estoques americanos e a falta da demanda da China pela soja americana - o mais forte deles ainda continua sendo a guerra comercial entre chineses e americanos. 

Assim, o contrato janeiro/19 fechou o dia com US$ 8,62 %, e o maio/19, referência para os negócios no Brasil, terminou os negócios com US$ 8,90. As baixas ficaram, portanto, entre 17,25 e 18,50 pontos nos principais contratos. 

"O centro das atnções continua sendo o mesmo, mas um passo atrás com relação ao acordo. Durante o dia, a sinalização do governo americano é de que isso ainda está longe e isso, para Chicago, é um fator baixista", diz o diretor da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica, Carlos Cogo. "A leitura continua negativa", completa. 

Ademais, a alta forte do dólar frente ao real - de mais de 2% - ajudou a pressionar as cotações. A moeda americana subiu, nesta segunda, 2,49%, encerrando o dia com R$ 3,91. Este foi o maior ganho em mais de 5 meses e já acumula, em cinco sessões conscutivas, uma alta de 4,75%.

O mercado ainda viu, nesta segunda, bons números dos embarques semanais norte-americanos, que passaram mais de 1 milhão de toneladas, porém, no saldo do ano comercial, o total ainda fica bem distante do mesmo período do ano comercial anterior, de acordo com números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). 

Na semana encerrada em 22 de novembro, os EUA embarcaram 1.105,229 milhão de toneladas de soja, contra as projeções dos traders de 600 mil a 1,2 milhões de toneladas. Em toda a temporada, os embarques já totalizam 12.152,788 milhões de toneladas, enquanto no ano passado eram mais de 21,05 milhões neste mesmo período. 

"Esses números ainda pressionam o mercado e isso só mudará se sair uma definição positiva entre Trump e Xi na reunião da cúpula do G20 agora no final de novembro", diz o analista de mercado da Insoy Commodities, Marlos Correa. 

Mercado no Brasil

No Brasil, apesar da forte alta do dólar, as baixas em Chicago se sobressaíram e os preços onde não terminaram o dia com estabilidade, fecharam em queda. A alta foi pontual e se deu para a soja da safra nova, em Paranaguá, onde a cotação foi a R$ 79,00 por saca, subindo 1,28%. Ao mesmo tempo, o produto disponível cedeu 3,57% para fechar o dia com R$ 81,00. 

Em Rio Grande, queda de 0,60% no spot e para dezembro, com os preços em R$ 82,50 e R$ 83,00 por saca. 

A semana começou com negócios lentos e compradores e vendedores evitando se posicionar antes da nova reunião entre os presidentes americano e chinês na cúpula do G20. E a orientação por parte de analistas e consultores é de que, de fato, os produtores aguardem esses próximos capítulos da disputa comercial.

Exportação de soja do Brasil atinge 78,5 mi t no ano, supera em 10 mi total de 2017

SÃO PAULO (Reuters) - As exportações de soja do Brasil no acumulado do ano até a quarta semana de novembro somaram 78,5 milhões de toneladas, aumento de pouco mais de 10 milhões de toneladas na comparação com o volume exportado em todo o ano de 2017, de acordo com dados do governo publicados nesta segunda-feira.

Os embarques estão fortes neste ano devido à forte demanda da China, o que levou integrantes do mercado a apostarem em uma exportação histórica superior a 80 milhões de toneladas em 2018, conforme publicou a Reuters mais cedo no mês.

Na última quinta-feira, a consultoria Agroconsult estimou os embarques brasileiros em 82,1 milhões de toneladas em 2018, um recorde histórico em meio à disputa comercial entre os Estados Unidos e a China, que tem favorecido o Brasil.

Nesta segunda-feira, dados da alfândega da China revelaram que os chineses quase duplicaram as importações de soja brasileira em outubro, para 6,5 milhões de toneladas, enquanto compraram apenas 66,9 mil toneladas dos norte-americanos no período.

A China normalmente compra a maior parte de sua soja dos Estados Unidos no quarto trimestre, quando os embarques norte-americanos dominam o mercado após a colheita dos EUA e as safras brasileiras ainda estão se desenvolvendo.

Mas em 2018 os importadores chineses estão evitando o produto dos EUA após a tarifa de 25 por cento que Pequim impôs aos grãos norte-americanos em 6 de julho, em resposta às taxas norte-americanas sobre produtos chineses.

O Brasil é o maior exportador global de soja, enquanto os EUA são os maiores produtores.

MILHO

As exportações de milho, por sua vez, estão mais fracas neste ano, confirmam os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), publicados nesta segunda-feira.

O Brasil sofreu uma severa quebra de safra neste ano, por conta de problemas climáticos. Além disso, os custos mais altos pela implantação da tabela de frete rodoviário do governo limitaram os embarques.

Até a quarta semana de novembro, as exportações de milho somaram 2,9 milhões de toneladas no acumulado do mês, elevando o total de janeiro até o momento a 18,7 milhões de toneladas.

O volume está abaixo do registrado entre janeiro e outubro de 2017, quando somou 21,7 milhões de toneladas.

A Agroconsult estima as exportações de milho em 2018 em 22 milhões de toneladas, ante 31 milhões de toneladas no ano passado.

 

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário