Produtor, nós sabemos que perder soja vai muito além das perdas

Publicado em 04/01/2019 16:23

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Os mais pessimistas já falam em uma perda de 20% sobre o total da safra 2018/19 de soja do Brasil. As informações até este momento divergem, já que os estágios de desenvolvimento das lavouras também são diferentes, em um país de proporções continentais como este. São centenas de 'Brasis' em um Brasil só e, por isso, centenas de safras em uma safra só.

Até agora, é verdade, as notícias, apesar de divergentes sobre os números, são consensuais e não são boas. As mais de 120 milhões de toneladas que seriam colhidas nesta temporada não serão alcançadas e é possível ver todo nosso potencial sendo reduzido dia a dia em que as chuvas não chegam onde são mais necessárias.

Não importa o número que será alcançado, mas todo aquele que venha abaixo da estimativa inicial - a Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais), por exemplo, esperava uma produção de 120,9 milhões, e consultorias privadas falavam em algo de até 126 milhões - é informação dolorida de dar.

Mais um mês e completo 10 anos de Notícias Agrícolas. Neste tempo todo, meu maior compromisso - e talvez meu maior desafio diário - tenha sido - e vem sendo - o de não me perder entre os fatos. Busco, ao lado da nossa equipe, garantir que nada passe despercebido pelos olhos atentos dos milhares de produtores rurais e demais profissionais do campo que nos acompanham todos os dias como sua principal fonte de informação que nenhum dado lhes falte.

E sejam os 20% - como acreditam os mais "pessimistas" - ou "apenas" algo próximo de 5%, como esperam os mais otimistas, a notícia de uma quebra de safra está entre as mais difíceis de serem produzidas. A busca por não perdermos o momento exato do chamado factual, da notícia quente, como diz o jargão do jornalismo, por vezes limita o tempo para que possamos ver além dele.

Não nos é satisfatório ter que relatar uma colheita de 30 sacas por hectare em uma área com potencial para 70, selecionar imagens de plantações dizimadas pela seca, definir regiões que serão abordadas pela "prioridade" de suas necessidades ou pela intensidade de suas perdas.

E em todo este processo está o sentimento dos produtores. São estes profissionais que têm sido, há mais de 20 anos, nosso principal insumo para a produção de um conteúdo responsável e de qualidade. Qual o tamanho do abismo entre as especulações e os resultados reais de anos-safra em que as perdas são tão intensas? Trabalhamos para desenhar este cenário o mais próximo da realidade que pudermos . São tons pesados.

O produtor rural é hoje elo de uma cadeia produtiva de extrema complexidade e uma perda de rendimento como esta tem resultados muito mais profundos do que aqueles que estão visíveis ou são noticiados.

Falamos de soja, mas passamos pelo milho, pelo café, pela cana-de-açúcar, pela laranja, hortaliças, pecuária, granjeiros, trigo, feijão, leite. Toda e qualquer cultura, cada qual com seus desafios, cada qual com suas peculiaridades.

No pré, são os vendedores de insumos, os provedores de crédito, inúmeros agentes econômicos que sentirão os impactos - majoritariamente financeiros - de um cenário como este. No pós, são compradores, tradings, pequenas revendas ingressando no mercado, compromissos financeiros, os entraves logísticos. E em todo o processo, a incerteza e a volatilidade tão típicas do Brasil.

Um levantamento rápido mostra que, aproximadamente, 70% do capital de giro utilizado na formação da lavoura seja financiado por terceiros. Nesse ambiente, problemas generalizados de quebra geram prejuízos em cadeia e essa é mais uma notícia nada fácil de se compartilhar.

Trata-se da natureza cíclica dessa atividade. Na temporada 2003/2004, a quebra levou muitos profissionais de mercado e produtores a se perderem. Em 2005, por exemplo, as perdas na soja por conta da seca foram de mais de 60% somente no estado do Rio Grande do Sul. Na safra 2012/13, in loco, pude relatar dois terços do Corn Belt, nos Estados Unidos, sob severa estiagem, perderem muita soja e milho.

Não muito distante, relatamos com o mesmo pesar a quebra de mais de 30% da safra de soja da Argentina. Inicialmente estimada em 57 milhões de toneladas, foram colhidas pouco mais de 35 milhões. Centenas de produtores se endividaram e tiveram o planejamento de sua temporada seguinte severamente comprometido. Isso em um país onde o agronegócio já enfrenta tantos entraves e limitações.

O drama proporcional dos argentinos pode ser, de fato maior, mas, como venho relatando, não é mais duro de ser noticiado. Também se trata da natureza cíclica da atividade de informar.

Afinal, nestes mesmos 10 anos em que tenho me especializado em agrojornalismo - esse novo termo para nós comunicadores do campo - os ciclos me permitiram relatar o Brasil aumentando sua produção de soja de 57,4 milhões de toneladas em 2009 para 120,5 milhões em 2018. Ou ter o privilégio de dar a notícia de que fechamos o último ano com nossas exportações em recordes 82,3 milhões de toneladas. Noticiamos a soja chegar aos quase US$ 18,00 por bushel e reportamos, mais de uma vez, mínimas em semanas, meses e anos.

Sabemos de um 2019 que começa intenso e diferente para o Brasil, frágil e nebuloso para o mundo. Acompanhamos de perto uma guerra comercial ainda vigente entre as duas maiores economias do mundo e que, por ironia do destino, vêm a ser maior comprador e vendedor globais de soja.

Entramos em mais um ano incertos de qual será o valor do frete rodoviário para o escoamento dos grãos em um país com tanto potencial logístico, mas que ainda usa suas precárias rodovias como principal modal. Damos o start em 2019 sem saber qual será o futuro do passivo do inconstitucional e, cinco anos depois, constitucional Funrural.

Ainda neste intervalo, pude acompanhar e compartilhar no Notícias Agrícolas também o legado de grandes profissionais que trabalharam e trabalham para que perdas como estas possam ser mitigadas ao longo do avanço das pesquisas.  Com um enorme vazio, noticiamos a perda de nomes como o de Dirceu Gassen e José Tadashi Yorinori, mas, mais uma vez, tivemos o privilégio de ajudar a registrar suas conquistas. Nomes com quem aprendi sobre soja, sobre plantas, clima, fisiologia e, principalmente, comunicação. Nomes pelos quais agradeço a todos os grandes pesquisadores do Brasil.

Continuaremos firmes no papel de editores do produtor rural, que é nossa missão maior no Notícias Agrícolas, e nos comprometendo a trazer um aprofundamento cada vez maior dos efeitos "além-fato" de cenários como estes das perdas na soja. O que veio antes delas? O que vem adiante? Essas informações são nosso maior compromisso. Nosso plantão não para.

Carla Mendes
Editora Chefe do Notícias Agrícolas

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Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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7 comentários

  • Carlos Massayuki Sekine Ubiratã - PR

    Prezada Carla, li com mais tempo e atenção o seu texto e me senti no dever de parabenizá-la por esses 10 anos à frente da edição deste site que nos é tão útil e precioso. Parabéns pelo seu esforço em aprender as particularidades e entender as angústias de nossa atividade. Parabéns a você e sua equipe pelo compromisso com a verdade e pela fidelidade com os fatos. Parabéns também pelo fino trato para com a nossa língua pátria, demonstrado nesse texto. São coisas cada vez mais raras hoje em dia.

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  • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

    Digníssima Diretora Carla Mendes... PARABÉNS!

    Muitos não enxergaram sua resiliência no tempo em que você está na atividade.

    Parabéns, também, ao "velhinho" João Batista, em acreditar e prover condições para que seus colaboradores cresçam como indivíduos e profissionais. Enfim, parabéns a todos.

    Mas gostaria de não perder a oportunidade de comentar a sua inclusão da moda do momento.

    Na posse como Ministro, Sérgio Moro assinou o termo de posse com uma caneta BIC e o Bolsonaro fez o mesmo.

    Veja que a sua persistência em não trocar a "ferramenta", que durante anos aparece "dançando" nos seus dedos durante suas aparições no vídeo, agora é um ícone.

    Também sou uma pessoa que promete mas não cumpre....

    Desculpe a brincadeira, mas, são essas bobagens que nos fazem rir....

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  • Elói Petry Batista Cerro Largo - RS

    Parabéns pelo texto Carla. A preocupação do César deveria ser a de todos os agricultores. O alinhamento automático aos EUA será muito prejudicial ao agronegócio. Exemplos: A insistência na transferência da Embaixada e as declarações desastradas com relação à China... Quanto ao quesito honestidade: nove ministros são réus... E o caso Fabrício Queiroz, é melhor nem comentar. O povo brasileiro não merece.

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    • MOACIR GOMES DE OLIVEIRA SANTA MARIA DA VITORIA - BA

      TEXTO BRILHANTE. Quanto a nós produtores e esse CANAL, não devemos nos meter em política partidária. Pois o CANAL, não pertence aos COXINHAS, nem aos MORTADELAS. O canal é de domínio público. E quando ele toma partido de BANDIDO DE ESTIMAÇÃO, tanto faz de um lado do QUEIROZ, ou do lado do PALOCCI, simplesmente o CANAL perde sua principal ARMA que é a INFORMAÇÃO DE CONFIANÇA. E informação TENDENCIOSA, não serve a nenhum proposito. A não ser a propósitos ESPÚRIOS. Não é Sr. JOAO BATISTA OLIVI? Acredito que nós produtores devemos nos concentrarmos em fazer o que de melhor sabemos fazer. QUE É PRODUZIR ALIMENTOS PARA MATAR A FOME DO MUNDO e APRENDER A VENDER. O que diga-se de passagem, estamos há anos luz disso. O resto são BANALIDADES. INDEPENDENTEMENTE DE lula OU bolsonaro, Na hora em que a corda arrebentar no campo, sobra pra nós. E os MALDITOS POLÍTICOS que nos prometeram BENESSES, somem. Eles todos são UNS grandes CANALHAS. Basta ver o Ex. Ministro da Agricultura, o Blairo, lembram-se dele. É aquele mesmo que usou muitos produtores trouxas para chegar onde chegou, Ficou no Ministério usando a pasta para privilegiar suas EMPRESAS e se tornar um dos maiores EXPORTADORES (ele tem TRADE na EUROPA vocês sabiam disso?) e Saiu do Governo Mais rico do que entrou. E nos agricultores que damos o nosso sangue para produzir. Como nós estamos? O que é que nós realmente ganhamos quando o Brasil tem uma grande SAFRA. Quem ganha é o governo do momento, ganha STATUS, e as traidings QUE NOS SUFOCAM E A CADA GRANDE SAFRA ENCHEM AS BURRAS (OS BOLSOS) DOS SEUS DONOS ESTRANGEIROS. acordem produtores rurais. NÓS QUE PRODUZIMOS TEMOS O PODER NAS MÃOS. APENAS NÃO SABEMOS USAR. SÓ UM PEQUENO EXEMPLO. NESSE INICIO DE 2019 COM AS NOTICIAS DE PERDA NA PRODUTIVIDADE DA SOJA, já começa virar tudo de cabeça para baixo. Vocês já pensaram se nós nos organizássemos e só bastava o MATO GROSSO, PARANÁ E MATO GROSSO DO SUL, se cada produtor de soja e milho de cada um desses três estados na SAFRA 20/21, diminuísse individualmente de forma ORGANIZADA em 30 (trinta) por cento a área plantada de SOJA, milho E algodão. o mundo VINHA COM CERTEZA ABSOLUTA, como dizem por aqui, COMER SAL EM NOSSAS MÃOS. PENSEM NISSO. EM VEZ DE QUERERMOS BATER RECORDES DE PRODUTIVIDADE e tomarmos naquele lugar. Vamos produzir só 80 milhões de toneladas de SOJA. Aí eu tenho certeza que apesar de parecer loucura da minha parte, nós iríamos vender um saco de soja de 60Kg por 120 reais.

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    • MOACIR GOMES DE OLIVEIRA SANTA MARIA DA VITORIA - BA

      Desculpem-me a maneira como me expresso. Não é minha intenção ofender ninguém é que quando começo a FALAR ou a ESCREVER, vou ficando entusiasmado e começo a SONHAR ACORDADO. Mas,VEJAM o exemplo da OPEP - ORGANIZAÇÃO DOS PAÍSES PRODUTORES E EXPORTADORES DE PETRÓLEO. Eles produzem o PETRÓLEO e são eles que fazem o PREÇO. PETRÓLEO também é commoditie. Mas os MENINOS da OPEP são mais INTELIGENTES do que nós PRODUTORES BRASILEIROS (pobres TUPINIQUINS que acreditamos nas promessas de BURRO XUCRO) Vamos também FAZER O PREÇO DO QUE NÓS PRODUZIMOS. Basta a gente produzir pouco. LEMBRAM a velha e boa lei da OFERTA E DA PROCURA? Porque os outros tem que botar preço no que nós produzimos? Por acaso algum de nós, coloca PREÇO nas sementes que a gente compra? E nos FERTILIZANTES, qual é o produtor Brasileiro que bota preço em algum INSUMO para a sua produção? Nós somos RECONHECIDOS pela SOCIEDADE pelo nosso IMPORTANTÍSSIMO PAPEL que desempenhamos? Já pensaram que sem nossos ALIMENTOS O MUNDO ACABA? pOR ACASO ALGUÉM COME npk + MICROS, alguém COME, SEMENTES, vocês CONHECEM ALGUÉM QUE COME diesel? sE NÓS SOUBERMOS, NOS TEREMOS O MUNDO EM NOSSAS MÃOS. NÓS SOMOS DETENTORES DA PRODUÇÃO. E ISSO É BASTANTE PARA A GENTE INFLUENCIAR MUITA COISA(espero que seja sempre para a PAZ e para o BEM de todos, sem distinção de NINGUÉM diferente. Sem querer ABATER ninguém) E finalizando SANTOS DUMONT quando inventou o AVIÃO, também era LOUCO, Mas vejam o que o exemplo dele trouxe de bom para a humanidade.. Eu não tenho pretensão de INVENTAR NADA.

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  • Eduardo Lima Porto Porto Alegre - RS

    Que belo texto! Retrata uma evolução da Agricultura com a evolução de uma profissional de gabarito.

    Uma jornalista que tem brilho próprio e é capaz de construir sua visão particular de um contexto complexo, que não se deixa contaminar pelo corporativismo setorial, mas que igualmente não perdeu a empatia pelo agricultor de verdade e muito compromisso com a Agricultura.

    Te felicito pelos 10 anos de Notícias Agrícolas e estou certo que o JBO está muito feliz essa hora, pois ele é um agrobrasileiro de verdade.

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  • Valdir Edemar Fries Itambé - PR

    Parabéns pela síntese histórica de seus 10 anos de jornalismo CAROL... Uma exposição genérica e abreviada deste período diante do site NOTICIAS AGRÍCOLAS, uma exposição que parte dos princípios para as consequências, das causas para os efeitos, das partes para o todo, de vários elementos, unificado e coerente... Um relato do dia a dia, em que todos os dias estamos sujeitos a perdas. Seja perdas dos amigos/profissionais que partiram desta vida, seja das perdas de produção de nossas lavouras assolada pela estiagem, e ou qualquer outro fator climático que acontece nos "BRASIS" do nosso extenso território Brasileiro. Editar e publicar perdas é doloroso, e exige profissionalismo, neste sentido, somos prova disto, acompanhando o site NOTICIAS AGRÍCOLAS no decorrer de toda história desde a sua fundação, podemos confirmar o seu particular profissionalismo CAROL, certos e confiantes das informações editadas, até porque, em relação a perdas de produção, sabemos da dificuldade em poder unificar os índices de perdas pontuais das diferentes micro regiões de cada Estado do Brasil, e computar as informações em um índice GLOBAL de perdas, sem que haja divergências entre os mais "pessimistas" e os mais "otimistas"... O importante é que toda equipe do site NOTICIAS AGRÍCOLAS trabalha com dedicação e profissionalismo, e você CARLA CAROLINA MENDES CARVALHO, faz parte desta equipe que tanto nos orgulha de estarem nos trazendo informações instantâneas todos os dias, e além do mais, o site ainda nos da espaço, espaço democrático a todos nós PRODUTORES RURAIS, para que possamos aqui no espaço FALA PRODUTOR, nas entrevistas realizadas com os PRODUTORES, e também publicando as noticias por nós editadas, repercutindo o nosso posição em relação a diversos fatos, das nossas divergências, e nossas intenções e objetivos em relação ao setor produtivo da AGROPECUÁRIA BRASILEIRA, ficamos gratos por nos concederem todo este espaço, mas hoje, acima de tudo, registro aqui a minha particular confiança em todo trabalho realizado e publicado pelo NOTICIAS AGRÍCOLAS, que tem frente a sua Direção o conceituado Jornalista, amigo JOÃO BATISTA OLIVI... SUCESSO A TODOS EM SEUS PROPÓSITOS. Valdir Fries - Produtor rural em Itambé - Pr.

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  • Cesar Sandri Mineiros - GO

    Prezada Carla Mendes, seu artigo é caloroso e solidário com os agricultores e profissionais da agricultura, ...me sinto confortado por ele... E como vi em vc uma profissional realmente preocupada com a agricultura brasileira, resolvi colocar aqui outras questões: Minha preocupação como agricultor e cidadão é com os rumos que esse novo governo vai dar ao campo. Me preocupa o fim dos subsídios já anunciados pela agenda liberal desse governo, num mundo onde todos os países subsidiam muito mais que o Brasil. Me preocupa esse governo já ter brigado com nossos principais parceiros comerciais: China, os árabes, o Mercosul ... e ainda se mostrar totalmente submisso aos interesses norte-americanos. Me preocupa esse governo não estar nem ai para o meio ambiente, e seus apoiadores dizerem que essa seca é cíclica e não tem nada haver com o aquecimento global, enquanto 90% dos cientistas do mundo inteiro atestam isso.... Aliás a maior das minhas preocupações é essa; o total desprezo desses pela ciência: terra plana, Jesus que aparece na goiabeira, negação do aquecimento global... Carla, você fez uma bela homenagem ao Dirceu Gassen e ao José Tadashi, que conheci e tive o prazer de compartilhar de sua sabedoria e simplicidade, .. o que eles diriam sobre esse desprezo à ciência, às relações internacionais, aos equilíbrios da natureza? Por isso espero que você, como jornalista engajada, levante mais sobre essas questões.... Essa quebra de safra vai ser o teste pra ver se esse governo, apoiado pelos agricultores, vai realmente ser patriota e olhar a agricultura como fator de segurança nacional.... A mim ele não me engana. ... e a vc, Carla?

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    • Vilson Ambrozi Chapadinha - MA

      Acorde, está doutrina acabou. Fez estragos na sua mente, mas tente a cura...

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    • geraldo gentile Ibaiti - PR

      Caro Cesar Sandri . Creio que você precisa estudar mais e rever seus conceitos. No que tange à presente seca que vc afirma (sem qualquer fundamentação científica) que é derivada do aquecimento global e não como é, de fato, um acontecimento cíclico derivado do aquecimento/esfriamento das águas do Oceano Pacífico, te informo que em 1963, ou seja, há 55 anos atrás o Norte do paraná ficou 06 MESES sem praticamente qualquer chuva. Isso mesmo: 06 meses. Em 1938 no mês de Setembro ocorreram severas geadas que danificaram cafezais até a altura de Cornélio Procópio. Que em 1918 tivemos uma série de tornados em nossa região com graves danos às propriedades e algumas mortes. Tudo isso faz parte do perene ciclo climático da terra. Estude mais o tema e não compre gato por lebre. Abraços.

      (pst: E isso de "submissão aos interesses norte-americanos" era coisa da esquerda brasileira (e latino-americana) da década de 1940/1970. Discurso mais velho e ultrapassado que minhas velhas barbas. Poderia nos dar um exemplo da citada "submissão aos interesses dos EUA" praticada nos 06 dias do Governo Bolsonaro ?)

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      E tudo isso acontecendo ... E eu sentado aqui na praça ... Dando milho aos pombos ... ... Caro Cesar, tem pombos aí em Mineiros-GO? ... ... Ah! Esse refrão é da música do cantor mineiro Zé Geraldo... É uma boa aula de terapia, cantar & dar milho aos pombos... ... Ah! Não esqueça, para encher sua cabeça com coisas boas ... Conte os grãos de milho que você joga para os pombos & também o número de pombos. Se for muito fácil... Conte o número de vezes que cada pombo pousa e, depois voa. ... ... Se, ainda, for fácil, conte o número de fêmeas e machos do bando. ... ... E, sobra muitas outras possibilidades de "encher" a cabeça com coisas boas. ... ...

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    • carlo meloni sao paulo - SP

      Por mim esse Cesar Sandri e' doente mental ... porque sao DEZ comentarios que ele fez incluindo sempre os mesmos topicos... Nao se trata de uma opiniao , trata-se de uma tentativa de lavagem cerebral nas pessoas que convivem neste espaço-----

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    • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

      Caro Meloni...eu também não concordo com a maioria das colocações do César..mas devemos respeitar as opiniões... A não ser que este espaço vire o site do framengo futebol crube...o curintias futibor crube...

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    • carlo meloni sao paulo - SP

      EU JA TE FALEI MIL VEZES... DALZIR NAO RESPEITO QUEM NAO ME RESPEITA---- EU NAO SOU VASELINA---- Quando o Cesar publicou a primeira vez dizendo que Bolsonaro havia pisado no tomate ao contrariar chineses e arabes eu cliquei positivo e concordei com ele---- Mas depois em cada comentario de assunto diferente ele vira a conversa e vai para o mesmo lugar--- Para mim, e para o pscanalista , um sujeito que toca sempre no mesmo assunto indefinidamente ate' cansar os outros tem problemas mentais----Alias esse Cesar Sandri nao e' nem produtor rural ele se EMPOLA como diretor de micro empresa----- Ja' pensou diretor de micro empresa ----

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    • Cesar Sandri Mineiros - GO

      Julgar os outros sem saber nada é que me parece doentio. De onde tirou que sou micro empresário?

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Sr. Carlo... Liga não. Veja o que está escrito na pagina do facebook de Cesar Sandri, ... morador de Mineiros, e sobre um pedido de assinaturas para a exoneração do JUIZ FEDERAL SÉRGIO MORO em 14/03/2018, ele diz... "Leia com atenção, pois não há JULGAMENTO nenhum sobre a pessoa de SÉRGIO MORO: ... ... É uma petição pedindo a exoneração do maior traidor dessa pátria, um agente da CIA a serviço de quebrar o país para os americanos comprarem barato". ... ... ... CQD ( Como Queriamos Demonstrar)...

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    • carlo meloni sao paulo - SP

      Cesar, você tem que parar de comentar sempre o mesmo assunto, tentando incutir nos outros -- pela insistencia e pelo cansaço --, o seu ponto de vista... Quando digo nao a um VENDEDOR nao aceito que ele insista... Para você ser respeitado voce precisa respeitar os outros, e nao agir como se todo mundo fosse bocó, e ' tentando enfiar na cabeça dos outros as tuas ideias -- pelo metodo da lavagem cerebral.

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    • carlo meloni sao paulo - SP

      Sr Paulo, obrigado pela informaçao, o conteudo da petiçao mostra claramente que o sujeito e' um desequilibrado mental, confirmando o meu comentario... Lamento que esses andarilhos apareçam para encherem o saco dos produtores--

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  • Carlos Massayuki Sekine Ubiratã - PR

    Escrevo essas linhas enquanto, pela janela, vejo a chuva cair. Benção sobre a terra. Veio em bom volume, mas sei que, para a maioria, já veio tarde. Cara Carla, são poucas as certezas nessa vida de agricultor, mas uma delas é a de que não é a primeira frustração de safra e nem será a última. Já vivi várias delas e digo que essa não é das pequenas. Na quarta feira, voltei do litoral paulista e rodei cerca de 500 km em meio a lavouras de soja desde antes da região de Assis-SP até Ubiratã-PR. Vi algumas lavouras bonitas mas não me lembro de algum dia ter visto uma proporção tão grande de lavouras em más condições. Como você escreveu, é difícil quantificar, mas com certeza a quebra é das grandes, e o pior... Com preços baixos.

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