Soja cai em Chicago pressionada por combinação de fatores, mas dólar puxa preços no BR

Publicado em 22/01/2019 17:54

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Depois de voltar do feriado nos EUA atuando com estabilidade na Bolsa de Chicago, os futuros da soja foram intensificando suas perdas e terminaram o dia cedendo entre 6,50 e 7,50 pontos nos principais vencimentos nesta terça-feira (22). Segundo explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze,da Brandalizze Consulting, uma combinação de fatores pesou sobre as cotações neste pregão. 

Entre os fatores de pressão estão os embarques norte-americanos ainda lentos de soja nesta temporada. Apesar de um bom volume reportado nesta semana pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), ainda assim o número é baixo e fica aquém do esperado pelo mercado. 

Na semana encerrada em 17 de janeiro, os EUA embarcaram 1.110,713 milhão de toneladas de soja, enquanto as projeções variavam entre 840 mil e 1,28 milhão de toneladas. No acumulado da temporada, os embarques somam 19.508,020 milhões de toneladas, contra mais de 32,2 milhões no mesmo período do ano passado. 

O departamento norte-americano, assim como outros setores do governo dos EUA, está parado, mas consegue repassar esses números. Ainda assim, o mercado está vazio de dados oficiais dos EUA, o que mantém ainda mais pressionado. E essa falta de informação é mais um fator negativo para a commodity. 

"Como o USDA está parado, as informações de exportações, safra, estão parados. O relatório de embarques é montado pelos portos americanos e passam para o USDA os volumes dos produtos americanos e o USDA apenas repassa esses dados, então eles continuam saindo normalmente", explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting. 

Ainda segundo o executivo, outro fator que ajudou a pesar sobre as cotações foi a alta do dólar. Não só frente ao real, mas diante de uma cesta de principais moedas, a americana subiu. O movimento acaba por deixar os produtos americanos mais caros, portanto, menos competitivos e em um mercado que já vem mantendo, apesar da falta de direção, um viés baixista, o impacto disso acaba sendo ainda mais agressivo. 

O dólar terminou o dia com alta de 1,25% e valendo R$ 3,8057. 

Leia mais:

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Complementando o quadro de fatores negativos, também segundo Brandalizze, houve ainda a negativa dos EUA à uma reunião preparatória com a China antes do encontro que acontece entre os dias 30 e 31 de janeiro. As informações partem do jornal Financial Times. 

E como noticiou a Reuters, "as ações norte-americanas ampliavam perdas e o dólar enfraqueceu contra o iene depois da publicação do Financial Times, em meio a preocupações de que a guerra comercial iniciada por Washington possa continuar atingindo a economia global".

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>> EUA recusam oferta da China para reunião comercial preparatória, diz Financial Times

Preços no Brasil

No Brasil, os preços subiram acompanhando a alta do dólar, porém, de forma pontual. No porto de Paranaguá, as cotações fecharam com R$ 76,00 no disponível e R$ 77,50 para março/19, com ganhos respectivos de 1,06% e 2,79%. Em Rio Grande, faltam referências. No terminal de São Francisco do Sul, em Santa Catarina, alta de 2,42% para R$ 76,30. 

No interior, boas altas, de mais de 15, foram registradas em Goiás - Jataí e Rio Verde - e no Paraná - Castro e Ponta Grossa. Nas demais praças de comercialização pesquisadas pelo Notícias Agrícolas, os preços permaneceram estáveis, sem alteração, bem como caminham os negócios no país. 

Com tantas variáveis em aberto, a comercialização irá exigir muito planejamento e cautela por parte dos produtores, principalmente nas operações feitas a curto e médio prazos. 

Veja mais na entrevista dos diretores da ARC Mercosul, Matheus Pereira e Tarso Veloso, ao Notícias Agrícolas nesta teeça-feira:

>> Mercado da soja exige atenção para vendas de curto e médio prazos

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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