Abrass aponta fatores que estimularam bons índices nas vendas de sementes de soja para a safra 2020/21

Publicado em 17/06/2020 12:42 e atualizado em 17/06/2020 13:43

Os produtores da Associação Brasileira de Produtores de Sementes de Soja (ABRASS) têm obtido bons índices de comercialização para safra 2020/21. Em entrevista ao Notícias Agrícolas, os representantes da ABRASS, o presidente, Tiago Fonseca, e o vice-presidente, Gladir Tomazelli, explicaram os fatores que levaram a alcançar, uma estimativa de 70% a 80% das vendas de sementes de soja.   

A antecipação intensa das vendas da nova safra, a menor produção em função dos problemas climáticos sofridos em algumas regiões do Brasil, principalmente na região Sul do país, o aumento na cotação da moeda americana e o aumento do valor da soja futuro fizeram com que os agricultores antecipassem suas vendas e ao mesmo tempo garantissem a compra de suas sementes.  

“O agricultor aproveitou a alta do dólar, o mercado futuro e fixou mais soja do que nos anos anteriores. Consequentemente ele também garantiu a sua produção. O principal item para a produção, para cumprir seu compromisso, seu contrato, é justamente a semente. Então, houve sim uma demanda antecipada, as negociações aconteceram um pouco mais cedo neste ano do que nos anos anteriores”, explicou o vice-presidente, Gladir Tomazelli. 

Diante do cenário apresentado os produtores foram questionados sobre um possível déficit no mercado de sementes de soja. O presidente da ABRASS comentou que o setor está preparado para atender a demanda, ressaltou que podem ter ocorrido dificuldades em algumas variedades de cultivares, o que pode até parecer ser falta de semente, mas não é. Segundo Fonseca o mercado está bem abastecido e seguro, com todas as variedades suficientemente fartas. 

“Não acredito na falta de sementes. Todos os estados conseguiram atingir as metas, tiveram alguma dificuldade em uma variedade ou outra, mas a meta do volume que normalmente se produz conseguiram alcançar. Até porque os campos inscritos de sementes são maiores relativamente que a produção, então temos essa segurança para o mercado”, reforçou Tiago Fonseca. 

O mercado de sementes de soja tem suas próprias características. Este foi outro ponto abordado pelos agricultores, pois são estas variáveis que proporcionaram uma oscilação no preço da semente e que refletiram em comparação ao preço do ano passado para este ano. 

 “É evidente que uma queda ou um aumento significativo no valor do dólar, aumenta ou diminui significativamente o preço do grão, que impacta um percentual no valor das sementes. Esta matéria prima, a alta no dólar, as tecnologias de produção, sua época de comercialização, são bem diferentes do mercado de grãos. Mesmo assim, eu diria que as sementes tem um mercado bastante estabilizado” evidenciou Gladir Tomazelli. 

Apesar das evidentes diferenças entre o mercado de grãos para o mercado de sementes de soja o presidente da ABRASS disse enxergar essa variação nos preços como um impasse para o produtor. 

“O multiplicador não está conseguindo estabilizar o valor da matéria prima para o preço da semente, esta é uma dificuldade que estamos enfrentando”, afirmou Tiago Fonseca.

As perspectivas com relação ao custo de produção também serão um desafio para este setor, os custos de insumos por exemplo. Principalmente os fertilizantes, irão refletir no bolso do produtor. 

“Este é um grande problema quando se faz uma lavoura com o dólar acima dos R$5 reais em média, onde o preço do fertilizante subiu cerca de 20% a 30%, o produtor não consegue trabalhar com essa flutuação do dólar. Se fizermos uma lavoura com dólar alto e vendermos com dólar alto é tranquilo, mas se fizermos uma lavoura com dólar alto e vendermos com dólar baixo, isso nos causa uma quebra muito forte na rentabilidade” destacou Fonseca. 

Com relação à receptividade do produtor com linhas de créditos, o presidente finalizou explicando que, independente do Plano Safra, é possível encontrar taxa de juros mais baixas no mercado.

“Fala-se em torno de 7,5%, o governo está estipulando entre 6% a 7%. Mas hoje em dia o grande produtor consegue fácil acesso à taxa de juros mais baixa, em torno de 5% até 3,5%. O problema é que estas taxas mais baixas não estão chegando ao pequeno produtor”, concluiu Tiago Fonseca.

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Abrass

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