Soja intensifica altas em Chicago, sobe mais de 1% e contrato novembro testa patamar dos US$ 9/bushel

Publicado em 01/07/2020 10:21 e atualizado em 01/07/2020 16:15

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O mercado da soja intensificou seus ganhos na tarde desta quarta-feira (1) e, por volta de 13h55 (horário de Brasília), os principais contratos subiam entre 11 e 18,75 pontos, com o julho valendo US$ 8,95 e o novembro, US$ 9,01 por bushel. Julho começa com um pequeno rally para as cotações da oleaginosa na Bolsa de Chicago, ainda refletindo os últimos número de área de plantio reportados ontem pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). 

Em entrevista ao portal norte-americano Agriculture.com, o diretor da Price Futures Group, Jack Scoville afirma que este é o segundo de três dias de um movimento de compra de posições por parte dos fundos diante das notícias altistas. 

"Deve haver pelo menos mais um dia de altas. Os relatórios ofereceram alguma coisa para todo mundo, com estoques trimestrais alts, mas áreas menores. Agora, estamos reagindo à área e não aos estoques, mas cedo ou tarde isso vai acontecer", diz o analista internacional. 

Scoville complementa dizendo que o rally, portanto, tem um potencial ainda limitado, e o que poderia ampliar essa continuidade seriam condições de tempo e seco em julho. "Se esse cenário se concretizar, todas as apostas são de que o mercado, aí sim, poderia engatar uma rally firme. As previsões indicam um tempo mais quente e seco, então o mercado irá testar seus limites na próxima semana até que vejamos como serão a polinização e o florescimento", complementa. 

Ajudando nas altas do grão, o avanço do farelo de soja negociado na Bolsa de Chicago também está no radar dos traders. "Hoje, a força da soja vem do farelo, puxado, principalmente, pelo movimento de reversão de posições vendidas dos fundos", explica a Agrinvest Commodities. 

O mercado da soja - tanto em Chicago, quanto no Brasil - vai encerrando um semestre dramático, começando um novo com uma série de incertezas e perspectivas que ainda deverão trazer muita volatilidade aos negócios, como explica o consultor de mercado Steve Cachia, da Cerealpar. 

"Um semestre dramático se encerra ao ritmo de ameaça de invasão de gafanhotos e o estrago causado pelo ciclone bomba no Brasil e um rally forte em Chicago. Este segundo semestre tende a continuar bastante nervoso, com o controle do C19 e uma recuperação econômica no radar. Enquanto isso, o Brasil com cada vez menos soja disponível e obrigando a China a buscar produto dos EUA, cuja safra ainda não está definida", diz Cachia.

NO BRASIL

No Brasil, embora o mercado interno carregue preços fortes e bastante atrativos, o câmbio continua sendo monitorado. E com muita volatilidade, a moeda americana abriu a quarta-feira trabalhando em alta, mas passou a atuar em campo positivo e perdia mais de 2% na tarde de hoje. Assim, a divisa vinha sendo cotada a R$ 5,33. 

"A alta (do início do pregão) foi marginal; a direção do dia é de queda", afirmou Flávio Serrano, economista-chefe do banco Haitong à agência de notícias Reuters. "Houve dado econômicos mais fortes lá fora, e isso tem sido visto positivamente."

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Assim, os ganhos na Bolsa de Chicago acabam por equilibrar os preços diante da baixa do dólar. Os portos seguem com preços também sustentados, principalmente, para o pouco produto disponível da safra atual. Na safra nova não é diferente, haja vistas que são mais de 40% já comercializados. 

Da safra 2019/20, mais de 61 milhões de toneladas já foram embarcadas para exportação, de acordo com números da Secex (Secretaria de Comércio Exterior). Projeções da consultoria Safras & Mercado indicam que somente em junho tenham sido embarcadas 12,119 milhões de toneladas e os line-ups indicam que para a julho "a programação indica 7,309 milhões". 

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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