China compra mais 400 mil t de soja dos EUA e volume deve ser recorde em 2020

Publicado em 26/08/2020 12:15

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O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou uma nova venda de soja de 400 mil toneladas de para a China nesta quarta-feira (26). O volume é todo da safra 2020/21 e eleva o total na semana a mais de 700 mil toneladas. 

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"Em agosto, o USDA anunciou um total de 4,3 milhões de toneladas de soja (vendidas) sendo 3 milhões para a China e 1,3 milhão para destinos desconhecidos", resume a Agrinvest Commodities, refletindo a maior presença da nação asiática no mercado norte-americano dada sua necessidade crescente e das estimativas de que façam importações de soja dos EUA recorde neste ano de 2020. 

De acordo com analistas internacionais ouvidos pela agência internacional de notícias Bloomberg, os atuais baixos preços da oleaginosa norte-americana tem se mostrado como outro fator de estímulo às compras chinesas nos EUA, além da necessidade de alcançar os números definidos na fase um do acordo comercial. 

A presença mais forte da China no mercado dos EUA deu importante auxílio ao avanço das cotações da commodity na Bolsa de Chicago, que registra suas máximas em sete meses. 

Fontes familiarizadas com a comercialização entre China e EUA afirmam à Bloomberg que o país asiático deverá comprar 40 milhões de toneladas. O número, ao ser confirmado, poderia configurar um aumento de 25% nas compras em relação ao total de 2017, ano que serve como base para o acordo comercial e que antecede o início da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo. O total seria ainda 10% maior do que o recorde de 2016. 

"Acho que a matemática é bem difícil para se fazer alcançar as 40 milhões de toneladas. Nos meses onde há picos de demanda se alcança algo entre 7,5 e 8 milhões de toneladas por mês dos EUA para a China, então acredito que 35 milhões de toneladas seja um número mais razoável", explica à agência internacional o analista de mercado Darin Friederichs, da StoneX Group. 

Mais do que isso, ainda segundo analistas e consultores, a safra recorde esperada para o Brasil na próxima temporada poderia migrar parte desta demanda. O país já comercializou mais de 40% da safra 2020/21 e boa parte desse volume tem a China como o principal destino. Da safra 2019/20, há menos de 10% ainda a ser comercializado e a pouca oferta vem sendo duramente entre exportação e indústria processadora local. 

Números da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que o Brasil já embarcou 79,3 milhões de toneladas de soja em grão no acumulado do ano, contra 54 milhões do mesmo período do ano passado. "O ritmo deste ano está muito forte, mas deve perder fôlego na sequência porque há pouco para ser exportado ou negociado", explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting. "Com espaço para se aproximar do recorde histórico de exportação do grão que foi em 2018, com 83,5 milhões de toneladas, podemos ver esse número ser batido no começo de setembro", completa.

Números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) mostram que as vendas de soja do país para a China marca seu ritmo mais acelerado desde 2013. Ainda assim, e com compras de milho que também têm batido recordes diários e semanais, os chineses compraram dos americanos apenas 27% do total estabelecido entre Pequim e Washigton para este ano. 

Em julho, as importações chinesas de produtos agrícolas registraram um notável avanço em relação ao ano passado, bem como ao se analisar o acumulado em 2020. De soja, as compras somaram 10,090 milhões de toneladas, 17% a mais do que em julho de 2019 e de milho, 910 mil toneladas, 137% a mais do que no mesmo mês do ano passado. As importações de trigo subiram 325%; cevada 35%; carne suína 120% e sorgo, 147%. 

Assim, em todo 2020, as compras da oleaginosa já somam 55,140 milhões de toneladas, 18% a mais do que no mesmo período do ano passado, 31% a mais de milho; 116% a mais de trigo, 139% a mais de carne de porco, 938% a mais de sorgo e 4% no açúcar. A demanda é forte e com perspectivas ainda mais elevadas. Os dados partem da Secretária de Alfândega da China e da Reuters Internacional. 

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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