Soja fecha em alta após 3ª feira volátil em Chicago e preços permanecem fortes no BR

Publicado em 08/09/2020 16:56 e atualizado em 08/09/2020 19:27

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Depois de um pregão bastante volátil, mas com oscilações tímidas, o mercado da soja continua sustentado e termina a terça-feira (8), mais uma vez, em campo positivo na Bolsa de Chicago. Os futuros da oleaginosa encerraram o dia com altas de 2,75 a 5 pontos nos principais vencimentos, onde o novembro fechou com US$ 9,73 e o março/21 com US$ 9,77 por bushel. 

Com essas altas, os preços da oleaginosa renovam suas máximas em mais de dois anos na CBOT, estimulados, principalmente, pela demanda forte pela soja dos EUA por parte da China. 

"De agora até o início de janeiro, ou quando quer que a América do Sul comece a se mostrar mais atrativa, somos a única alternativa e a China está comprando", afirma Don Roose, presidente da U.S. Commodities à Reuters Internacional. E somente nesta terça-feira, as compras chinesas no mercado americano superaram 600 mil toneladas. 

De acordo com o reporte diário do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), foram 664 mil toneladas de soja e mais 101,6 mil toneladas de milho adquiridas pela nação asiática no primeiro dia útil desta semana para os EUA. E a informação foi determinante para que as cotações encontrassem espaço para o fechamento positivo. 

Afinal, o dia começou com bastante aversão ao risco na volta do feriado americano do Dia do Trabalho, com as commodities recuando de forma generalizada. A pressão vinha das últimas declarações do presidente americano Donald Trump e de perdas intensas nas ações de tecnologia nas bolsas internacionais. Preocupações com uma falta de consenso em torno do Brexit também pesaram sobre o mercado financeiro também alimentaram a cautela no macrocenário internacional nesta terça. 

TRUMP X CHINA

Nesta segunda-feira (7), em uma coletiva de imprensa, Trump fez novas declarações contra Pequim, afirmando inclusive, que os EUA perderam bilhões de dólares fazendo negócios com os chineses. Mais do que isso, sinalizou a possibilidade de proibir a importação de produtos que utilizem algodão da região de Xinjiang, na China, pelos EUA, alegando questões ligadas à violação de direitos humanos na localidade em questão. 

Os detalhes da eventual proibição não foram divulgados, mas foram suficientes para alimentar a especulação dos investidores, a liquidação de algumas posições e, principalmente, uma corrida dos investidores para portos mais seguros, como o dólar, por exemplo. Frente ao real, ao longo do dia, a moeda americana chegou a subir quase 2%. O avanço, aos poucos, foi perdendo força, mas ainda assim o fechamento do dólar é de alta diante da divisa brasileira. 

"Trump ainda vai atacar muito a China até as eleições, ele sabe o caminho das pedras e vai fazer isso. Ao mesmo tempo, ele afirma que a China nunca comprou tanta soja e milho dos EUA", explica o economista especializado em economia internacional e professor do Insper, Roberto Dumas Damas. "E ele não pode simplesmente proibir situações, pois há um emaranhado de supply chains na China que são importantes para os EUA. E ele também não afetaria só a China, mas outros países também como Japão, Coreia do Sul e até mesmo o Brasil", completa. 

DÓLAR X PREÇOS NO BRASIL

Com o dólar se aproximando, mais uma vez, dos R$ 5,40, a terça-feira foi mais um dia de preços altos e sustentados no mercado brasileiro. Muitas praças voltaram a registrar ganhos superiores a 1%, bem como as referências nos portos. Em Santos/SP, a soja para 2021 encerrou o dia com alta de 1,69% e indicativo nos R$ 120,00 por saca. 

No interior, Amambai/MS, o preço da soja subiu 1,54% para R$ 132,00; em Pato Branco/PR, 0,42% para R$ 119,50 e em Ponta Grossa, também no Paraná, 0,79% para R$ 128,00. 

"O mercado deve andar na proteção nesta semana em função do relatório mensal de oferta e demanda do USDA na sexta-feira", explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting. Segundo ele, seguem as expectativas para o reporte e se já serão observadas reduções na safra norte-americana, além do monitoramento sobre o clima no Corn Belt para a conclusão da safra 2020/21 dos EUA. 

Os negócios ainda são pontuais, também como explica Brandalizze. "Há pouco fôlego para avançar. O mercado de porto varia entre R$ 138,00 e R$ 140,00, e isso vai limitando os indicativos internos, que vão ficando com valores um pouco acima e fechamentos pontuais. Então, mercado de soja na calmaria e todos de olho para o céu, esperando as chuvas para começar a plantar", conclui. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • Elton Szweryda Santos Paulinia - SP

    Logo estaremos em 30 dolares aqui no mercado interno, questao de dias, tudo isso tem nome oferta e procura...

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