Soja sobe até 6% no interior do Brasil com alta do dólar e cenário ajustado de oferta e demanda

Publicado em 21/09/2020 17:45

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Os preços da soja subiram forte no mercado brasileiro nesta segunda-feira (21). Além do quadro ajustado de oferta e demanda já conhecido no país, as cotações foram estimuladas pela alta do dólar, que chegou a subir mais de 1% durante o dia, e fechou com R$ 5,40. Assim, o câmbio ajudou a neutralizar parte das baixas intensas registradas pelos futuros da oleaginosa na Bolsa de Chicago. 

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Em algumas praças do interior do país, a soja disponível chegou a subir mais de 6%, como foi o caso de Ponta Grossa, no Paraná, com o indicativo encerrando os negócios em R$ 140,00 por saca. Em Maracaju, Mato Grosso do Sul, o ganho foi de 5%, para R$ 147,00. Nos últimos dias, as cotações em determinados pontos do país alcançaram os R$ 150,00. 

Nos portos, tanto para a soja disponível, quanto para a soja que está sendo plantada agora, os preços também estão altos e ainda em patamares recordes, apesar de um pouco menores do que nos últimos dias. Para o produto da nova temporada, os indicativos oscilam entre R$ 118,00 e R$ 122,00 por saca, porém, os negócios agora são bastante pontuais. 

Os produtores diminuíram o fluxo de novos negócios e se focam agora nos trabalhos de campo. As chuvas ainda são insuficientes para dar início efetivo ao plantio no Brasil, o que limita o interesse dos sojicultores em comprometer um percentual ainda maior de sua safra com a comercialização. 

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BOLSA DE CHICAGO

Na Bolsa de Chicago, as cotações terminaram o dia com perdas de 10,50 a 19,75 pontos entre os principais contratos. Assim, o janeiro fechou com US$ 10,28 e o maio, US$ 10,17 por bushel. 

O mercado se ajusta após um longo rally que acumulou altas de mais de 4% somente na última semana e mais de 10% em todo mês de setembro. E para o consultor norte-americano Al Kluis, da Kluis Advisors, em entrevista ao portal norte-mamericano Successful Farming, "o mercado está pronto para uma grande correção quando os fundos começarem a vender, já que estão em uma enorme posição comprada", diz. 

No entanto, o suporte dos preços também é mantido com fundamentos fortes. Nesta segunda, mais vendas de 435 mil toneladas de soja foram informadas pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Do total, foram 132 mil toneladas para a China, 132 mil para o Paquistão e 171 mil para destinos não revelados. O volume é todo da safra 2020/21. 

O fator clima para EUA e Brasil deverá exercer bastante influência sobre o andamentos dos preços nestes próximos dias com a colheita nos EUA e o plantio no Brasil. Ao mesmo tempo, olho vivo na demanda e no comportamento dos fundos de investimento. 

"Todas as atenções voltadas ao início da colheita nos EUA - com o USDA divulgando seu novo boletim semanal de acompanhamento de safras no final do dia - e plantio no Brasil, com rumores de chuvas benéficas em algumas áreas produtoras. Fora isso, traders atentos ao relatório semanal de embarques americanos, que o USDA divulga durante o pregão", explica Steve Cachia, consultor de mercado da Cerealpar e TradeHelp. 

Ainda segundo Cachia, apesar deste ser um período de alguma pressão sazonal por conta do plantio no Brasil e da colheita nos EUA, "o cenário continua de preços firmes diante de uma conjugação de fatores de oferta e demanda que justificam este cenário". E entre fatores que ainda dão importante suporte as cotações estão as incertezas climáticas - com o La Niña no Brasil - e a forte demanda chinesa no mercado norte-americano. 

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Por:
Carla Mendes| Instagram@jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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