Soja fecha 2ª feira com altas de mais de 3% em Chicago de olho no clima e óleo nos EUA

A segunda-feira (28) foi positiva para o mercado da soja na Bolsa de Chicago e os futuros da oleaginosa fecharam o dia com ganhos entre 27,25 e 42,75 pontos nos principais contratos, com as posições mais distantes registrandos as altas mais expressivas. Assim, o julho fecha o dia com US$ 13,57 e o novembro, com US$ 13,12 por bushel. E como explica o analista de mercado Luiz Fernando Gutierrez, da Safras & Mercado, boa parte destas altas pôde ser atribuída, mais uma vez, ao volátil e intenso mercado climático.
"Mercado mostra que está confuso e ainda não sabe qual é o patamar ideal para este momento e segue olhando para as questões fundamentais. E na sessão de hoje podemos colocar parte dessa alta nos mapas apontando para um clima um pouco mais seco, principalmente na região mais ao norte, pegando as Dakotas, parte de Minnesota e Iowa", explica.
No último final de semana, o Corn Belt recebeu algumas chuvas, porém, as mesmas se mantiveram concentradas no leste do cinturão, enquanto o oeste ainda é a região que mais sofre com a seca. E as previsões seguem sinalizando poucos volumes para esta região nos próximos dias.
para os próximos dias, o calor volta a ser uma preocupação para os produtores norte-americanos. Os últimos mapas do NOAA, o serviço oficial de clima dos Estados Unidos, mostram que as temperaturas tendem a ficar acima da média nos intervalos dos próximos 6 a 10 e 8 a 14 dias.
A primeira imagem mostra as condições esperadas para o período de 4 a 8 de julho, com temperaturas bem acima da normalidade para a época em estados como das Dakotas, Minnesota, Iowa, Nebraska e Wisconsin.

Condições semelhantes são esperadas para o período de 6 a 12 de julho, porém, pegando parte a metade norte de Illinois, Indiana e Ohio, como mostra a imagem abaixo.

Do mesmo modo, são esperadas chuvas ainda mal distribuídas - como as que foram observadas no último final de semana - com volumes melhores, e acima da média em alguns pontos do cinturão, ainda sendo previstos para o leste dos Estados Unidos.

Previsão de chuvas para 4 a 8 de julho - Fonte: NOAA

Previsão de chuvas para 6 a 12 de julho - Fonte: NOAA
USDA 30 DE JUNHO
Do mesmo modo, se intensifica também a especulação diante da espera pelo novo boletim que o USDA traz na quarta-feira, 30 de junho, com a correção da área plantada dos Estados Unidos. A sinalização é de aumento em relação à última estimativa e o mercado também monitora bem de perto a expectativa pelos novos números.
"O mercado está um pouco sobre vendido, e olha para o relatório do dia 30 como algo menos tenebroso, devido a toda correção efetuada na semana. Deste modo, estimamos que o mercado neste momento e diante das previsões climáticas com menos chuvas num momento importante e pós plantio, demanda chinesa, e também das expectativas do relatório desta semana, o espaço para queda fique um pouco limitado, e o mercado poderá reagir positivamente", complementa o diretor geral do Grupo Labhoro, Ginaldo de Sousa.
ÓLEO DE SOJA E BIOCOMBUSTÍVEIS
Ao mesmo tempo, subiam ainda os preços do óleo de soja, os quais despencaram na última sexta-feira (25) depois da decisão da Suprema Corte americana sobre os mandatórios dos biocombustíveis. Assim, com essa retomada, os futuros do derivado subiram mais de 4% nesta segunda. "A decisão (da Suprema Corte) ainda precisa passar pela EPA (agência ambiental) e depois pela sanção presidencIal, e se espera manutenção dos mandatórios", explicam os analistas de mercado da Agrinvest Commodities.
A decisão dá às pequenas refinarias a possibilidade de que elas peçam a isenção da misturia obrigatória de biodiesel e etanol, o que ainda tem de passar pela EPA, a Agência de Proteção Ambiental dos EUA, e até que isso aconteça, segue a incerteza.
"Aqui não estamos falando de desmonte do setor de biocombustíveis, também não estamos falando de corte demanda futuro ou atual, pois a Suprema Corte chancelou um fato já ocorrido. A dúvida que fica é como a EPA poderá agir de agora em diante. O setor de biocombustíveis nos EUA está alicerçado no etanol e milho e no biodiesel, esse é o maior programa de biocombustíveis do mundo", detalha o consultor de agronegócios Ênio Fernandes, da Terra Agronegócios.
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