Soja testa prêmios de até 220 cents negativos nesta 4ª feira no BR, enquanto dólar sobe mais de 1%
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Os prêmios da soja caíram ainda mais nesta quarta-feira (19) e já testaram os 210 centavos de dólar negativos - para abril e maio -, como relatou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting. A oferta grande do Brasil e a logística congestionada combinadas com muito volume para ser negociado agora seguem pesando sobre as cotações no mercado nacional.
"Se deixou muita soja para se negociar agora na boca do leão, com isso não tem muito espaço no porto. A notícia que saiu agora de manhã é que a Anec apontou que sua projeção para exportações de abril são de 15,2 milhões de toneladas. E para ter fluxo e não termos uma pressão tão negativa como a que estamos tendo agora, teríamos que fechar com o mês com mais de 18 milhões de toneladas para os navios não ficarem tanto tempo parado. Esse é o principal gargalo agora", detalha Brandalizze.
Essa queda ainda mais agressiva dos prêmios neutraliza os ganhos do dólar frente ao real nesta quarta, de mais de 1%, levando a divisa de volta aos R$ 5,00. Assim, os negócios permanecem escassos e cada produtor observando o mercado de uma perspectiva difernte.
Assim, ainda segundo o consultor, o mercado de balcão, na região das Missões no Rio Grande do Sul, testa seu pior nível do ano, em R$ 137,00 por saca, o menor preço também em mais de dois anos. "O melhor balcão gaúcho na casa de R$ 141,00", diz. Entre Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Minas Gerais, os indicativos já começam em R$ 125,00, ainda mais pressionados. "E o melhor balcão no Sul e Sudeste tem R$ 140,00, mas a maioria já rodando em R$ 130,00", completa.
BOLSA DE CHICAGO
Na Bolsa de Chicago, o mercado que operava em campo negativo, passou a trabalhar em terreno misto, com o maio subindo 2 pontos para US$ 15,21 por bushel, enquanto o agosto cedia 0,50 ponto para US$ 14,35.
Os preços seguem à espera de novidades fortes. Enquanto isso, monitora a quebra severa na Argentina e seus impactos para os derivados - os quais também passam por uma correção técnica hoje depois dos últimos ganhos -, a grande oferta do Brasil e o início da nova safra dos EUA, com o plantio da soja já concluído em 4% da área.
Ademais, não desvia os olhos também da demanda chinesa mais contida agora e da boa cobertura até junho, quando deverá vir ao mercado de forma intensa.
No paralelo, atenções também voltadas ao macrocenário, ao comportamento do dólar e das demais commodities, à espera de novidades que possam vir a mudar a direção das cotações daqui em diante.
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