Soja: Com pressão do petróleo e reflexos no óleo, mercado em Chicago fecha com mais de 1% de queda
![]()
Os preços da soja perderam força, sentiram a pressão de uma baixa intensa do petróleo, e finalizaram os negócios desta quinta-feira (26) com baixas de mais de 1% na Bolsa de Chicago, bem como os derivados. As perdas variaram de 11,75 a 12,50 pontos, com o novembro valendo US$ 10,41 e o maio, US$ 10,85 por bushel.
Mais uma vez, o óleo teve protagonismo no complexo, porém, desta vez do lado negativo da tabela. Os futuros do derivado terminaram o dia com perdas de mais de 2% entre os contratos mais negociados, refletindo a queda forte do petróleo. A notícia no mercado petroleiro nesta quinta foi de que a Arábia Saudita "abandonou" sua meta de petróleo de US$ 100,00, o que significa dizer que eles deverão entregar uma oferta maior de petróleo ao mundo.
O mercado reagiu imediatamente às informações, incluindo o fato de que o acordo para os cortes de produção alinhados entre os sauditas e os demais países produtores da OPEP (Organização dos Países Produtores e Exportadores de Petróleo) deverá ser desfeito, mesmo que isso signifique um período mais prolongado de preços pressionados.
Os futuros do brent e do WTI encerraram o dia com mais de 3% de queda, pesando sobre quase todas as commodities nos negócios desta quinta. Milho e trigo também fecharam no vermelho em Chicago e, na Bolsa de Nova York, entre as soft commodities apenas o café fechou em alta, enquanto açúcar e algodão recuaram, ambos mercados que também sentem uma influência forte do petróleo.
SAFRA 2024/25: BRASIL X EUA
Além dos impactos do petróleo, o mercado da soja também permanece atento ao andamento da colheita norte-americana - que vem trazendo bons resultados e condições climáticas favoráveis - ao passo em que monitora de perto as adversidades climáticas ainda enfrentadas pelo Brasil neste "pontapé" inicial do plantio 2024/25. Como explicou o diretor da Pátria Agronegócios, Matheus Pereira, o cenário neste momento preocupa, atrasa os trabalhos de campo, porém, não sinaliza - ao menos até este momento - uma quebra da nova safra.
"Cada vez menos a safra americana está no protagonismo, cada vez mais, nesta época do ano, o Brasil entra em ascensão e temos essa mistura do que controla as rédeas do mercado (...) A safra brasileira tem sofrido estes atrasos quando se compara aos últimos anos de regularidade, e aqui na região central brasileira ainda faltam chuvas no curto prazo, vemos previsões com temperaturas mais altas do que o normal - embora os picos das temperaturas perdendo um pouco mais de força - porém, as previsões não mostram essas rodadas generalizadas de chuvas ainda. E o mercado cria este receio", detalha Pereira.
Reveja a entrevista completa:
Ainda assim, apesar destes problemas, "não podemos, em nehuma hipótese, afirmar que o Brasil está desenhando uma catástrofe produtiva, uma redução abrupta de produção como aconteceu no ano passado", diz. "Cria-se uma preocupação, mas não uma calamidade produtiva".
DEMANDA E PREÇOS NO BRASIL
Ainda segundo o diretor da Pátria, a notícia nesta semana do pacote de estímulos para a economia chinesa - que inclusive trouxe mais detalhes nesta quinta-feira e Xi Jinping afirmando que país gastará "o quanto for necessário" para garantir seu crescimento - dá ainda mais fôlego à demanda da nação asiática. Além disso, é taxativo em dizer que "a China pode reduzir seu consumo de outras commodities, mas não de soja".
Por outro lado, lembra também que, para exportação, a soja brasileira neste momento já tem menos competitividade para os meses mais próximos, com a indústria brasileira processadora pagando até R$ 15,00 a mais por saca para garantir que o produto permaneça no Brasil.
"Este é um sinal nítido de que a indústria está agindo agora e é a principal responsável pela aquisição. A China vem, realmente, para criar um piso, um patamar, informando que se os preços internos voltarem à exportação, ela estará presente nas compras da soja brasileira. Então, a exportação do Brasil não é a grande chave por agora, mas vai voltar a ser no final do ano, sazonalmente, com a China retornando ao Brasil, com patamares recordes de importação estimados para o ano que vem", complementa Matheus Pereira.
0 comentário
Soja termina com preços estáveis no mercado brasileiro, com pressão de Chicago, mas suporte do dólar
USDA informa mais uma venda de soja para a China nesta 6ª feira (19) em dia de novo leilão
Chinesa Sinograin vende um terço da soja ofertada em leilão, diz Mysteel
Soja segue lateralizada em Chicago nesta 6ª feira, ainda reagindo a cenários já conhecidos
Apesar de novas baixas em Chicago, preços da soja se mantêm no Brasil com dólar ainda alto
Soja: Preços cedem em Chicago, com falta de novidades e pressionada pelo óleo nesta 5ª feira