Plantio de soja segue lento no Brasil por tempo seco, com exceção do Paraná
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Por Roberto Samora
(Reuters) - O plantio da safra de soja 2024/25 do Brasil caminha em ritmo lento em meio à seca na região central do país, apontaram consultorias especializadas nesta sexta-feira, enquanto produtores aguardam a chegada de chuvas para deslanchar com os trabalhos.
"A lenta chegada de chuvas a região central brasileira mantém o menor avanço de plantio da série histórica, situação gerada principalmente pelo atraso observado no Mato Grosso", disse o diretor da consultoria Pátria AgroNegócios, Matheus Pereira, em nota.
Segundo a consultoria, o plantio da soja brasileira atingiu 5,28% da área prevista, versus 10,08% na mesma época do ano passado e 8,87% da média dos últimos cinco anos.
O Paraná, importante produtor brasileiro onde as chuvas têm sido mais frequentes, segue liderando o avanço do plantio nacional em 2024, com 26,4% da área semeada, disse Pereira.
Segundo dados meteorológicos do terminal da LSEG, até o próximo dia 13, o norte de Mato Grosso deverá receber 21 milímetros de chuvas, ainda abaixo da média histórica.
Em algumas partes de Mato Grosso do Sul, Paraná, Minas Gerais, São Paulo e mesmo Goiás, os volumes deverão ser mais generosos até o próximo dia 13, segundo dados da LSEG.
Levantamento da consultoria Safras & Mercado divulgado mais cedo nesta sexta-feira também apontou atraso nos trabalhos, com o total semeado somando 4,1% da área esperada até esta sexta-feira.
Na semana anterior, o total era de 1,9%, em ritmo lento por conta da seca. Em igual período do ano passado, produtores brasileiros tinham semeado 7,8% da área projetada, enquanto a média dos últimos cinco anos é de 5,5%, segundo a Safras & Mercado.
O plantio avançou no Paraná, com área já semeada de 24%, 11 pontos percentuais à frente da semana anterior e acima da média histórica para o período (14%).
No Mato Grosso, maior produtor brasileiro, o total plantado é de 2%, segundo a Safras & Mercado. Em igual período da temporada anterior, o número era de 14% no Estado, enquanto a média é de 10%, números em linha com os divulgados mais cedo pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
No Mato Grosso do Sul, o total plantado é de 4% da área estimada, contra 6% do ano passado e 4,2% da média dos últimos cinco anos.
O plantio iniciou nesta semana em Goiás, ocupando 1% da área prevista, abaixo dos 4% de igual período do ano passado e atrás da média de 2,9%. Em São Paulo, a área plantada é de 3%, contra 4% de 2023 e 3,6% da média dos últimos cinco anos.
No início da semana, a consultoria StoneX manteve a previsão de safra do Brasil em um recorde de 165,03 milhões de toneladas, dizendo que ainda é prematuro alterar números neste momento, apesar da seca e do calor que atingem algumas regiões, já que há tempo para o desenvolvimento do plantio.
Segundo a StoneX, os atrasos na soja trazem preocupações mais relevantes para os cultivos de segunda safra, de milho e algodão, por conta da janela climática para o desenvolvimento dessas culturas, semeadas após a colheita da soja.
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