Receita das exportações do agro do Brasil cai 1,3% em 2024 diante de tombo da soja
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SÃO PAULO (Reuters) - A receita com as exportações do agronegócio brasileiro atingiu 164,4 bilhões de dólares em 2024, com queda de 1,3% em relação ao recorde registrado em 2023, informou o Ministério da Agricultura nesta quarta-feira.
O crescimento do faturamento da maioria dos produtos importantes, como café, açúcar, carnes, suco de laranja e celulose, foi insuficiente para compensar um tombo nas vendas externas de soja e de milho.
Após uma quebra de safra e queda nos preços internacionais, as exportações do complexo soja (grãos, farelo e óleo) fecharam o ano em baixa de 19,8% em 2024, para 53,9 bilhões de dólares --em 2023, o setor contou com uma colheita recorde e preços mais altos.
Os volumes exportados pela indústria de soja caíram 2,7%, enquanto os preços despencaram 17,6%, segundo os dados do ministério.
Por outro lado, as exportações de carnes bovina, de frango e suína aumentaram em 11,4% em 2024, para 26,18 bilhões de dólares, principalmente com impulso de maiores volumes.
A receita com as exportações de açúcar somou 18,6 bilhões de dólares, avanço de 18,1%, com os volumes exportados crescendo 22,2%, para 38,24 milhões de toneladas.
Já as exportações de produtos florestais somaram 17,3 bilhões de dólares, alta de 21,2%, impulsionadas pela celulose, com avanço de 33,7%, para 10,6 bilhões de dólares.
A exportação de café atingiu 12,34 bilhões de dólares, alta de 52,6%, enquanto a de sucos, notadamente de laranja, avançaram 30,9%, para 3,5 bilhões de dólares.
O setor de algodão exportou o equivalente a 5,5 bilhões de dólares, salto anual de 60%, com um impulso dos volumes embarcados, uma vez que os preços tiveram baixa.
Por outro lado, a receita com a exportação de milho caiu 40% para cerca de 8 bilhões de dólares, também devido a menores volumes e preços, assim como a soja.
O Brasil é o maior exportador global de soja, carne bovina e de frango, café, suco de laranja e algodão, além de ser líder em celulose.
RECORDES EM 2025
Para este ano, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, considera que a recuperação da safra de soja e milho e os esforços de abertura de mercados apontam para novos recordes em "volume e valor" nas exportações.
As expectativas são de uma safra de soja, o principal produto do agronegócio do Brasil, em torno de 170 milhões de toneladas, o que seria uma nova máxima histórica.
Apesar da diversificação de mercados buscada pelo governo, o agronegócio é fortemente depende da China, principal destino das exportações brasileiras, somando 49,7 bilhões de dólares, quase um terço do total.
A União Europeia, com 23,2 bilhões de dólares, responde pela segunda maior receita com as exportações do Brasil, seguida pelos Estados Unidos (12,1 bilhões de dólares).
(Por Roberto Samora)
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