Commodities têm alta generalizada mesmo com alta do dólar no exterior; soja ainda caminha de lado na CBOT
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As commodities passaram a subir de forma generalizada no final da manhã desta terça-feira (28) nas bolsas internacionais, com o trigo se destacando na Bolsa de Chicago e liderando os ganhos, mais mais de 1% de alta entre os contratos mais negociados. Assim, a soja também passava para o lado positivo da tabela, porém, ainda operando com estabilidade. Perto de 11h40 (horário de Brasília), os futuros da oleaginosa subiam entre 2,50 e 3,50 pontos, com o maio cotado a US$ 10,48 e o julho a US$ 10,73 por bushel.
Ainda no complexo soja, os preços do óleo de soja também voltavam a subir, enquanto o farelo seguia trabalhando no vermelho. As retenciones mais baixas na Argentina, oficializadas nesta segunda-feira (27) pelo governo de Javier Milei, pesaram diretamente sobre o derivado e ainda limitam este mercado.
"O óleo de soja lidera os ganhos em Chicago, gerando suporte a soja-grão. Contudo, os ganhos são limitados pelo feriado do Ano Novo Chinês, que vai reduzir a atividade comercial da China nos próximos dias, movimento que enfraquece as cotações na CBOT", afirma a equipe de analistas da Pátria Agronegócios.
E as commodities avançam - incluindo as energéticas e metálicas - mesmo diante de uma alta do dólar, com ganho de 0,5% no index, e das declarações de Donald Trump e sua equipe sobre tarifas globais.
"Ontem, Trump afirmou que vai impor tarifas sobre a importação de vários produtos, como semicondutores, aço, alumínio e cobre. E também prometeu tarifas a países que representam uma ameaça à segurança amerciana", detalha o time da Agrinvest Commodities. Para algumas nações como México e Canadá, já há tarifação de 25% previstas para entrarem em vigor na semana que vem. O mesmo se fala sobre a China, com 10%, em 1º de fevereiro.
ALTA DO DÓLAR
A agência internacional de notícias Bloomberg traz a alta do dólar justificada neste "vai-e-volta" em torno das tarifas que deverão ser impostas por Donald Trump nas próximas semanas, alimentando também a volatilidade da moeda norte-americana frente a seus pares. Do mesmo modo, uma reportagem do Financial Times apontou ainda que segue influenciando os mercados a fala do novo Secretário do Tesouro , Scott Bessent, de tarifas globais da ordem de 2,5%.
"Isso levanta a perspectiva de tarifas que permanecerão por algum tempo, e que a ameaça de implementá-las é crível, e isso dará suporte ao dólar”, disse Nick Rees, chefe de pesquisa macro da Monex Europe à Bloomberg.
Já no Brasil, frente ao real, o dólar registrava mais um dia de baixa, com queda de 0,7% , perto de 12h15 (Brasília), valendo R$ 5,87.
SOJA DE LADO
Apesar das leves altas que testa a soja na Bolsa de Chicago nesta terç-feira, os preços começaram o dia dando sequência às baixas das últimas sessões, ainda monitorando o comportamento dos derivados - em especial o do farelo neste momento, com novos recuos nesta terça-feira (28) - bem como o clima na América do Sul - com a chegada de algumas chuvas aliviando a seca pontualmente em partes do Rio Grande do Sul e da Argentina - e também a China fora dos negócios em função do feriado do Ano Novo Lunar.
Em um período de cerca de oito dias, a nação asiática fica fora dos mercados e tira parte de sua força, o que faz dedicar-se ainda mais aos seus fundamentos de oferta, como a nova safra sul-americana. Os adversidades climáticas persistem - pelo excesso ou falta de umidade - e isso atrasa a chegad da nova oferta ao mercado, o que ainda atua como um pilar para as cotações.
No paralelo, o mercado financeiro também é acompanhado, em especial o movimento do dólar e os movimentos de Donald Trump, recém empossado como presidente dos EUA já tendo dado o que falar nos seus primeiros oito dias oficiais.
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