Hedgepoint atualiza cenário do mercado de grãos com início da nova gestão Trump
A China iniciou as comemorações do Ano Novo Lunar (Ano da Serpente) e permanecerá fora do mercado por uma semana. “Durante esse período, a ausência dos players chineses tende a reduzir os volumes negociados, especialmente no mercado de futuros”, diz Ignacio Espinola, analista sênior de Inteligência de Mercado da Hedgepoint Global Markets.
Paralelamente, a maior incerteza para os mercados de óleo de palma e óleo de soja vem das ações de Donald Trump, que ameaça impor novas sanções à China. Ao mesmo tempo, o governo chinês começou a repatriar cidadãos que viviam ilegalmente nos Estados Unidos, em resposta às advertências do presidente Trump sobre tarifas e sanções contra países que recusarem a aceitação de deportados.
Argentina reduz impostos sobre exportação (retenciones)
“O governo argentino anunciou a redução dos impostos sobre exportações (retenciones) até junho de 2025, em uma tentativa de impulsionar um programa mais agressivo de vendas externas dos produtos agrícolas do país, aproveitando o atual cenário do comércio global”, destaca o analista.
As alíquotas foram reduzidas de 33% para 26% no caso da soja, de 12% para 9,5% para milho e trigo, e de 31% para 24,5% para o farelo e o óleo de soja.
China suspende cinco exportadoras brasileiras de soja
A China impôs a suspensão de cinco exportadoras brasileiras de soja devido ao descumprimento de requisitos fitossanitários. A restrição, que pode se estender por até 12 meses, afeta significativamente o comércio entre os dois países.
De acordo com Ignacio, juntas, as cinco empresas foram responsáveis por 40% (29,2 Mt) das 73 Mt de soja brasileira exportadas para a China em 2024. “Nos últimos anos, o país asiático tem aumentado sua dependência da soja brasileira em detrimento da americana, buscando diversificar fornecedores e criar reservas estratégicas diante da possibilidade de um conflito comercial com os EUA”, observa.
Atividade dos Fundos
Os fundos especuladores reduziram suas posições vendidas em soja de 49 mil contratos “short” para 1 mil contratos “long” em duas semanas. Para o farelo de soja, a posição segue estável em 68 mil contratos “short”, enquanto no óleo de soja houve queda de 49 mil para 12 mil contratos vendidos, indicando um cenário mais neutro para a commodity.
“O mercado segue atento ao clima na América do Sul, já que a falta de chuvas pode impactar a safra argentina. O último WASDE estimou a produção em 52 milhões de toneladas, mas esse número pode ser revisado para baixo. Enquanto isso, o “prêmio climático” continuará influenciando os preços, juntamente com os desdobramentos políticos envolvendo Donald Trump”, conclui.
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