Grãos: Nesta terça-feira, mercado deve abrir com foco no clima dos EUA
A previsão é de clima mais quente e seco no Meio-Oeste norte-americano, o que poderia reduzir a umidade do solo e contribuir para o avanço da semeadura da soja e do milho. Caso essas condições se confirmem, alimentam-se ainda mais as incertezas sobre se os produtores plantarão ou não toda a área de milho, se migrarão para a soja ou até mesmo se a produtividade de ambas as commodities será afetada.
Para o analista de mercado Glauco Monte, da FCSTone, "O avanço do plantio no fim de semana vai ditar o início das negociações tanto para a soja quanto para o milho. E se o tempo seco se confirmar, a tendência é de preços pressionados. Mas de qualquer maneira, o milho tem mais espaço para corrigir do que a soja,
em virtude dos níveis atuais de preços".
Em função desses problemas climáticos, na última sexta-feira (27), os preços do milho encerraram com altas de dois dígitos. Já a soja encerrou o dia com uma leve queda frente a um movimento de realização de lucros que se desencadeou com a ausência de novidades significativas para o mercado.
USDA - Nesta terça-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), divulga seu relatório de acompanhamento de safra. Para Vinícius Ito, analista da Newedge Corretora, o reporte deve trazer índices apontando 87% da área de milho plantados ante os 95% da média dos últimos cinco anos, e 65% da área de soja já semeada frente aos 71% da média plurianual.
"Os preços estão caros, e ninguém quer vender porque eles podem subir mais se o clima continuar ruim. É o mercado de clima exercendo sua função", disse Ito.
O clima também influencia o trigo. Porém, a preocupação vem da seca que castiga lavouras tanto nos Estados Unidos quanto na Europa. Diante disso, os preços também encontraram suporte e fecharam a última sexta-feira em alta.