Grãos refletem pressão de clima nos EUA e turbulência do mercado financeiro
A virada do clima nos Estados Unidos é o principal fator de pressão negativa para as cotações. Em dias marcados pela mudança do tempo, as condições deverão ser mais favoráveis às lavouras norte-americanas e poderão aliviar o prévio estresse sentindo na última semana.
Diante disso, os investidores se estimulam a retirar os prêmios de risco injetados anteriormente em decorrência do clima adverso que vinha castigando as plantações. Esse movimento dos traders abacam acelerando e acentuando ainda mais as perdas.
A previsão agora é de que as chuvas continuem chegando na região do Delta, importante região produtora dos Estados Unidos. Além disso, espera-se ainda uma nova massa de instabilidade que pode provocar tempestades no noroeste dos EUA.
"As previsões de um clima quente e úmido em boa parte do Meio-Oeste devem ajudar no desenvolvimento da safra, conforme a etapa de preenchimento do grão se aproxima", disse Bryce Knorr, analista da publicação agrícola Farm Futures, referindo-se à fase de que a soja se aproxima nas próximas semanas.
Com toda essa incerteza climática nos EUA, os investidores aumentam sua aversão ao risco, migram para outros ativos mais seguros - como o dólar, o outro e demais moedas - fator que acaba catalisando as perdas das commodities agrícolas.
Além disso, segundo o analista de mercado Daniel D'Ávila, da New Edge Consultoria, as especulações sobre o próximo relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) também pressionam o mercado. Isso acontece pois no último boletim as condições de importantes estados produtores como as Dakotas e Montana, por exemplo, não foram reportadas e agora o mercado trabalha também com essas expectativas.
Mercado financeiro - A turbulência do mercado financeiro também refletiu negativamente nos preços dos grãos na CBOT.
Na Europa, os problemas com a Grécia persistem e o país teve a classificação de sua dívida mais uma vez rebaixada mesmo com os novos pacotes aprovados na última semana por autoridades da União Europeia.
Já nos Estados Unidos, a indefinição continua entre os republicanos e representantes da Casa Branca sobre o aumento do teto da dívida pública da nação.