Boa evolução da safra sulamericana e incerteza no financeiro provocam queda da soja

Publicado em 28/10/2011 15:15 e atualizado em 28/10/2011 16:39
Os preços da soja voltaram a cair na Bolsa de Chicago nesta sexta-feira. É a terceira sessão de baixas para a oleaginosa em quatro dias e, de acordo com uma notícia da agência Bloomberg, as quedas refletem especulações de que a safra promissora da América do Sul possa comprometer a demanda pela soja norte-americana.

O clima seco pelos próximos sete dias irá acelerar o plantio na Argentina e no Brasil, os maiores exportadores da commodity depois dos Estados Unidos. Além disso, as chuvas que devem começar depois do dia 8 de novembro podem favorecer o bom desenvolvimentos das plantas.

"O clima da América do Sul parece bastante promissor. E com expectativas melhores para a colheita do Brasil e da Argentina, os participantes do mercado estão focados no ritmo de desaceleração das exportações dos EUA", disse o presidente da U.S. Commodities Inc., de Iowa, Don Roose.

Mercado Financeiro - Apesar da atuação dos fundamentos, o mercado financeiro e os grãos negociados no mercado internacional ainda têm uma relação bastante sólida. Por isso, os preços ainda exibem uma significativa sensibilidade às movimentações da macroeconomia ao redor do mundo.

Há varias semanas os preços da soja, assim como as demais commodities - não só agrícolas, vinham sofrendo com a crise da dívida europeia. No entanto, na madrugada desta quinta-feira (27), a cúpula da União Europeia anunciou um pacote anticrise e levou bastante euforia ao mercado financeiro mundial.

Porém, a solução para os problemas ainda parece estar bastante distante. Para a implementação das medidas, os líderes europeus vão precisar da ajuda de economias emergentes, como a China e o Brasil. Mas, a nação asiática, antes de decidir confirmar sua ajuda, quer analisar detalhadamente o pacote europeu. E quanto ao Brasil, nas próximas semanas o país deverá receber uma missão para que comecem as negociações sobre essa possível ajuda.

"Essa postura da China acabou jogando um pouco de 'água gelada' na situação", o que acabou esfriando o ânimo que favoreceu e impulsionou as fortes altas vistas ontem, disse o analista de mercado Steve Cachia, da Cerealpar.

Cachia explica ainda que os preços da soja, do milho e do trigo têm um caminho um tanto "tortuoso" nos negócios na CBOT e que ainda deverá contar com uma forte volatilidade, e que o sentimento de incerteza deve voltar aos negócios.

Por conta da junção de todos esses fatores é que a soja volta viver um dia de fortes baixas nesta sexta-feira. Porém, a tendência nao deve se manter assim e as cotações devem voltar a subir.

Segundo o analista, a demanda internacional segue bastante aquecida, principalmente na China. Cachia esteve na Ásia há alguns dias e pôde perceber que algumas mudanças nos hábitos alimentares da população desse continente devem favorecer essa firmeza da procura pela oleaginosa.

Em contrapartida, a oferta de soja não cresce no mesmo ritmo e os atuais estoques já se encontram bastante ajustados, o que deve favorecer momentos de novas altas para os preços na Bolsa de Chicago, encontrando, novamente, suporte nos fundamentos. Para que isso se concretize é preciso que o mercado financeiro retome seus sentimentos de otimismo e principalmente de segurança.

Veja como ficaram as cotações nesta sexta-feira:

>> SOJA

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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