Após geadas no Brasil, danos nas lavouras de cana podem elevar preços do açúcar
Na última semana, as geadas no Brasil prejudicaram as lavouras de cana-de-açúcar, deixando dúvidas sobre uma produção de 65 milhões de toneladas e elevando as perspectivas para os preços do açúcar. Porém, o aumento não foi tão grande dada à extensão do excedente mundial para o produto.
Na última quarta-feira (31), a Datagro afirmou que cerca de 18% da safra de cana foi danificada pelas geadas, principalmente no Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo.
“Enquanto ainda não se tem uma avaliação completa dos prejuízos, já é evidente que a geada, além de reduzir a moagem de cana nesta temporada, também vai deter a produção em 2014/15, uma vez que plantas jovens foram danificadas e terão que ser replantadas”, diz a consultoria.
"Se o dano é realmente grave como se temia, podemos esperar uma produção inferior para esta safra e para a próxima", afirma o corretor da ‘Phillip Futures’, Joyce Liu.
Comentaristas já se aparam nas expectativas de que a região centro-sul do Brasil terá uma colheita de cana menor nesta temporada, com os rumores persistentes de que a Única irá reduzir a sua previsão de uma safra de 589,6 milhões de toneladas.
No entanto, os preços do açúcar, que alcançaram os 17,00 centavos de dólar por libra-peso pela primeira vez em um mês, recuaram na última quinta-feira (1), em meio a dúvidas sobre a redução na do poder de compra do mercado frente a um terceiro excedente consecutivo na produção mundial em 2013/14.
O Commerzbank observou que, após as geadas, menos açúcar deverá ser produzido, especialmente porque há um incentivo para as usinas de açúcar produzirem mais etanol. No entanto, tendo em vista o excedente ainda significativo de abastecimento global, o potencial de crescimento para os preços do açúcar é limitado.
A ‘Sucden Financial’ diz que ainda é cedo para o otimismo sobre os preços do açúcar baseados nesses relatórios iniciais dos prejuízos provocados pela geada: "Pode ser o caso de que a faixa de mercado mude agora em até meio centavo e fique entre 17,50 e 16,50 centavos de dólar por libra-peso, ao invés de 17,00 a 16,00 centavos de dólar por libra-peso”
No entanto, ambos os comentadores reconhecem o potencial de movimentos de preços incomuns por parte dos fundos, que podem cobrir algumas de suas apostas significativas na queda dos preços.
Com informações do site Agrimoney.