Moagem de cana-de-açúcar totaliza 42,93 milhões de toneladas na segunda quinzena de junho

Publicado em 09/07/2020 11:29

A quantidade de cana-de-açúcar processada pelas unidades produtoras da região Centro-Sul alcançou 42,93 milhões de toneladas na 2ª metade de junho, com queda de 7,73% sobre o valor apurado na mesma quinzena da safra 2019/2020 (46,53 milhões de toneladas), ocasionada por fatores climáticos. 

No acumulado desde o início do ciclo 2020/2021 até o final de junho, a moagem ainda registra crescimento de 5,20%. Nesse período, a quantidade de cana-de-açúcar processada pelas usinas atingiu 229,40 milhões de toneladas, ante 218,05 milhões de toneladas mesmo período do último ciclo agrícola.

Em relação ao número de usinas em operação, 258 empresas registraram produção até dia 1 de julho, contra 255 unidades industriais em igual data do último ano. Na última quinzena, 7 unidades iniciaram a safra 2021. A expectativa é que mais 5 empresas comecem a operar nos primeiros quinze dias de julho.

Qualidade da matéria-prima

A qualidade da matéria-prima processada na segunda quinzena de junho, mensurada a partir da concentração de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR), aumentou 4,46% atingindo 140,66 kg por tonelada de cana-de-açúcar em 2020 contra 134,65 kg verificados na mesma quinzena do último ano. 

Essa melhora na qualidade compensou parcialmente a redução de moagem na quinzena. Assim, a quantidade total de produtos fabricados nos últimos quinze dias de junho apresentou retratação de apenas 3,61%.

No acumulado desde o início da safra até 1 de julho, o indicador de concentração de açúcares assinala 131,06 kg de ATR por tonelada de cana-de-açúcar, com aumento de 5,58% em relação ao valor da safra 2019/2020.

Produção de açúcar e de etanol

Na segunda metade do junho, 47,42% da cana-de-açúcar foi destinada à produção de açúcar, ante 37,06% registrados na mesma data de 2019. A maior proporção de matéria-prima direcionada à fabricação de açúcar teve reflexos nos números, a produção do adoçante aumentou 23,34% nos últimos quinze dias de junho deste ano e atingiu 2,73 milhões de toneladas, contra 2,21 milhões de toneladas verificadas em idêntica quinzena do ano anterior.  

Nesse contexto, o volume fabricado de etanol alcançou 1,96 bilhão de litros na segunda quinzena de junho, sendo 596,30 milhões de litros de etanol anidro e 1,36 bilhão de litros de etanol hidratado. Desse total, 88,63 milhões de litros foram fabricados a partir do milho.

No acumulado desde o início da safra 2020/2021 até 1 de julho, a produção de açúcar alcançou 13,30 milhões de toneladas, contra 8,94 milhões de toneladas verificadas na mesma data do ciclo 2019/2020. 

O diretor técnico da UNICA, Antonio de Padua Rodrigues, ressalta que “além das condições de mercado, a melhor qualidade da matéria-prima tem favorecido a produção de açúcar. Com aproximadamente 40% da safra realizada até o momento, se observou um aumento de 4,35 milhões de toneladas na produção de açúcar. Desse montante, 657 mil toneladas de açúcar resultaram do aumento da moagem e o restante, 3,70 milhões de toneladas são fruto da alteração do mix de produção, que permitiu o crescimento de na produção de açúcar”.

A fabricação acumulada de etanol, por sua vez, totalizou 10,00 bilhões de litros, sendo 2,82 bilhões de litros de etanol anidro e 7,18 bilhões de litros de etanol hidratado. Do total fabricado, 506,93 milhões de litros do biocombustível foram produzidos a partir do milho.

Vendas de açúcar e de etanol

As vendas de açúcar pelas usinas do Centro-Sul mantiveram o ritmo observado das últimas quinzenas e seguiram aquecidas no mês de junho. A quantidade exportada pelas unidades do Centro-Sul somou 2,59 milhões de toneladas, com alta de 70,13%.  

No acumulado desde o início da safra 2020/2021 até 1 de julho, o crescimento atinge 67,22%, com a exportação de 6,44 milhões de toneladas neste ano, ante 3,85 milhões no mesmo período de 2019. 

As saídas do adoçante para o mercado doméstico, por sua vez, alcançaram 2,22 milhões de toneladas vendidas desde o início do ciclo agrícola até 1 de julho – crescimento de 7,13% sobre o índice registrado no mesmo período do ano passado. 

“O aumento nas vendas de açúcar e a menor demanda por etanol explicam a dinâmica de produção observada até o momento. No mercado interno, o avanço das vendas de açúcar pode estar associado à maior transferência do produto fabricado no Centro-Sul para outras regiões do País”, ressalta Rodrigues.

O volume de etanol comercializado pelas unidades produtoras em junho deste ano somou 2,40 bilhões de litros, com retração de 11,43% no comparativo com igual período de 2019 (2,71 bilhões de litros). Essa queda é menor do que aquela verificadas nos dois meses anteriores, que alcançava quase 30%. 

Do total comercializado em junho, 267,05 milhões de litros foram destinados para o mercado externo e 2,13 bilhões de litros foram vendidos domesticamente. 

Esse volume de etanol direcionado ao mercado externo surpreendeu em junho, com crescimento de 44,31% na comparação com os 185,05 milhões de litros exportados no mesmo mês de 2019.

No mercado interno, as vendas de etanol hidratado alcançaram 1,47 bilhão de litros em junho, com redução de 19,64% sobre o montante apurado no mesmo período da última safra (1,83 bilhão de litros). A quantidade comercializada de etanol anidro, por sua vez, registrou queda de 4,70%, com 663,86 milhões de litros vendidos em 2020 contra 696,57 milhões de litros em 2019.

As vendas de etanol outros fins no mercado interno se mantêm aquecidas, com crescimento de 40,00% em junho, totalizando 118,25 milhões de litros comercializados.

“A retração nas vendas de etanol no mercado interno foi menor nesse último mês. Os números refletem a queda menos intensa na demanda por combustíveis leves no País. No caso do etanol anidro, há uma maior transferência do produto para outras regiões”, explica o diretor da UNICA. O crescimento da transferência resulta da menor importação de etanol nesse período.

Apesar da melhora nas vendas, no acumulado desde o início da safra 2020/2021 até 1 de julho, o volume de etanol comercializado pelas empresas do Centro-Sul acumula retração de 22,71%, somando 6,37 bilhões de litros. Desse total, 493,33 milhões de litros foram destinados à exportação (crescimento de 32,47%) e 5,88 bilhões ao mercado interno (queda de 25,26%).
 

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Fonte:
UNICA

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