Embrapa: Mudanças e extremos climáticos impactam a produção de cana-de-açúcar
O futuro da cana-de-açúcar permanece incerto devido às diferenças nas projeções climáticas e porque as respostas da sua ecofisiologia aos fatores climáticos como a temperatura e umidade do ar, precipitação e a concentração de CO2 ainda não foram totalmente compreendidos.
Cientistas do Reino Unido, China e Brasil analisaram quão sensível às mudanças climáticas é a produtividade da cana-de-açúcar, incluindo extremos climáticos, e quais são os fatores climáticos principais atuantes.
O trabalho utilizou um modelo biofísico do Solo-Planta-Atmosfera e medições detalhadas de séries temporais de parcelas experimentais em Guangxi, China, e no estado de São Paulo. Foi simulado o crescimento da cana-de-açúcar sob o clima histórico (1980-2018), e seis projeções climáticas futuras (2015–2100).
Os autores concluiram que o impacto das mudanças climáticas futuras e extremos climáticos na produção de cana-de-açúcar variam substancialmente nas duas principais regiões produtoras. No sul da China, foram apresentadas evidências de que o rendimento médio e a variabilidade associada com os extremos climáticos não mudarão nas décadas futuras.
Mas no estado de São Paulo, houve evidências de que o rendimento médio provavelmente diminuirá e efeitos climáticos extremos irão reduzir os rendimentos mínimos ainda mais fortemente. Assim, no Brasil, a produção de cana-de-açúcar apresenta um risco climático muito maior.
Os pesquisadores sugeriem que são necessárias estratégias de mitigação que visam os fatores climáticos locais para proteger a produção global de cana-de-açúcar desses riscos climáticos. Além disso, trabalhos futuros devem se concentrar na resposta climática da fenologia da cana, em particular, as ligações entre clima, taxa de desenvolvimento e senescência das folhas.
O trabalho completo, de Sophie Flack-Prain, da University of Edinburgh, Edinburgh, UK, Liangsheng Shi, de Wuhan University, Wuhan, China, Penghui Zhu, da de University of Edinburgh e Wuhan University, Humberto R. da Rocha, da Universidade de São Paulo, Osvaldo Cabral, da Embrapa Meio Ambiente, Shun Hu, da Wuhan University e Mathew Williams, da University of Edinburgh, Edinburgh, foi publicado em GCB Bioenergy, pode ser acessado aqui.
0 comentário
Açúcar cai com movimento técnico nesta 6ª feira (26) mas fecha semana com ganhos acima de 2%
Moagem de cana diminui no Norte e Nordeste mas produção de etanol anidro segue em alta
Mercado do açúcar recua em sessão de ajustes, mas mantém radar nos fundamentos
Preços do açúcar fecham em alta após consultoria projetar queda de produção no Brasil
Após um ano de impasse, Consecana/SP se mantém no centro das atenções do setor canavieiro
Mercado do açúcar avança com cobertura de posições e volta ao patamar de 15 cents em NY