Açúcar fecha 2ª feira com estabilidade em NY e leve alta em Londres

O dia foi de ampla oscilação nas cotações futuras do açúcar nas bolsas externas. No entanto, o tipo bruto acabou registrando estabilidade no fechamento em Nova York e o branco teve leve alta. As preocupações com a safra brasileira seguiram, apesar de movimentos técnicos.
O principal vencimento do açúcar na Bolsa de Nova York fechou cotado a US$ 17,49 c/lb, com teste de máxima de 17,75 c/lb e mínima de 17,26 c/lb. Os outros vencimentos oscilaram entre ganhos e perdas. O tipo branco em Londres registrou alta de 0,30%, negociado a US$ 466,10 a tonelada.
Apesar de ter ampla oscilação no dia, dos dois lados da tabela, em ambas as bolsas, as cotações do açúcar seguiram do lado altista fortemente impactadas pelas preocupações com a safra brasileira 2021/22, com reflexos da estiagem. Realização de lucros limitou o avanço dos preços.
"O foco do mercado ainda está firmemente no clima seco Centro-Sul do Brasil, com alguns fundos lambendo os lábios na expectativa de ver alguns produtores serem forçados a comprar de volta os hedges vendidos", disse a Green Pool em uma nota semanal, segundo reporte da Reuters.

Itaú BBA vê consenso de players com quebra da safra 2021/22 de cana do Brasil - Foto: Unica
Algumas áreas produtoras de cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil enfrentam a pior seca em 40 anos, segundo análises recentes da Somar Meteorologia. Além disso, a previsão do tempo para as áreas de lavouras do Centro-Sul do Brasil não mostram muita mudança de tempo.
Para o Itaú BBA, é consenso entre os players uma queda na safra de cana do Brasil, com impacto para a produção de açúcar e etanol. No entanto, ainda falta a confirmação dos números.
"A incerteza agora gira em torno do quanto a seca 2020 e as chuvas abaixo da média em 2021 impactarão na produtividade final da cana. As estimativas variam entre 590-530 milhões de toneladas de cana, com queda de 15 a 75 milhões de toneladas de cana comparado com a safra anterior", destaca a consultoria.
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Do financeiro, o mercado oscilou no dia acompanhando o petróleo, que também teve um dia dos dois lados da tabela. Além disso, o real se valorizava ante o dólar, o que desencoraja as exportações da commodity pelo Brasil e tende a dar suporte aos preços externos.
Mercado interno
A última semana terminou com valorização nos preços do açúcar seguindo o cenário internacional e as preocupações com a nova safra brasileira. O Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, saltou 0,41%, cotado a R$ 114,22 a saca de 50 kg.
Já no Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar registrou um salto de 1,76%, negociado a R$ 119,34 a saca, segundo dados da consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha na última sessão o preço FOB cotado a US$ 18,95 c/lb, com recuo de 0,33% sobre o dia anterior.
ETANOL
Já o Indicador do etanol hidratado CEPEA/ESALQ - São Paulo teve salto de 10,05% na última semana, a R$ 2,9261 o litro, enquanto que o anidro subiu 9,42%, a R$ 3,3085 o litro.
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