Em dia de perdas generalizadas das commodities, açúcar recua mais de 1% em NY

As cotações futuras do açúcar recuaram mais de 1% na Bolsa de Nova York e 0,92% em Londres nesta sessão de quarta-feira (19). Além de ajustes ante a véspera, o dia foi marcado por perdas generalizadas das commodities acompanhando o financeiro dos Estados Unidos.
O principal vencimento do açúcar bruto na Bolsa de Nova York registrou desvalorização de 1,51%, cotado a US$ 16,95 c/lb, com máxima de 17,10 c/lb e mínima de 16,85 c/lb. Enquanto que o tipo branco em Londres perdeu 0,92%, negociado a US$ 453,50 a tonelada.
O mercado do açúcar nas bolsas externas oscilou negativamente durante quase todo o dia com pressão por algum movimento de realização de lucros, após preocupações com a oferta global associadas com a safra brasileira, além de acompanhar o financeiro com queda generalizada das commodities.
Na véspera, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou a safra 2021/22 de cana no Centro-Sul em 574,8 milhões de t, o que representa uma queda de 4,6% ante a temporada 2020/21, mas o número ainda pode ser revisado. Caso confirmado, seria a menor produção desde 2018/19.

Mercado segue atento para informações da safra brasileira, apesar de queda nesta 4ª - Foto: Embrapa
Segundo a agência de notícias Reuters, o amplo declínio nos mercados de commodities nesta quarta está associado com temores sobre o aumento da inflação nos Estados Unidos, que pode levar o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) a aumentar as taxas de juros.
Ainda assim, segue atenção aos fundamentos. "Os revendedores disseram que o mercado permaneceu sustentado pelo clima adverso e menor área plantada no principal exportador do Brasil, onde alguns agricultores passaram a cultivar milho e soja", segundo a Reuters.
Os petróleos WTI e Brent recuavam quase 5% nesta tarde de quarta-feira e contribuíam para as perdas. Além disso, o dólar registrava alta moderada sobre o real, o que tende a encorajar as exportações, mas em compensação contribui para o recuo nos preços internacionais.
Segunda a consultoria Barchart, com a queda do petróleo, o etanol também pode cair, reduzindo a oferta do biocombustível no mercado, mas podendo fazer com que as usines migrem para o açúcar e elevem a oferta do adoçante no mercado.
Mercado interno
A primeira quinzena de maio foi de preços valorizados para o açúcar, apesar de alguns ajustes nos últimos dias, como ontem. Como referência, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, caiu 0,61%, cotado a R$ 115,00 a saca de 50 kg.
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Já no Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar registrou estabilidade, negociado a R$ 123,05 a saca, segundo dados da consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração disponível o preço FOB cotado a US$ 18,17 c/lb com alta de 1,28%.
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