Reta final da safra de cana 2025/26 em Minas Gerais: término antecipado e perfil mais alcooleiro
Minas Gerais encerrará a safra 2025/26 de cana-de-açúcar mais cedo que em anos anteriores, com retração na produção total. Até a primeira quinzena de setembro, foram moídas 58,2 milhões de toneladas de cana, o que equivale a 75,4% da estimativa para a safra, projetada em 77,2 milhões de toneladas, com queda de aproximadamente 4,5% em relação à produção acumulada no ciclo 2024/25. Os dados são da SIAMIG Bioenergia – Associação da Indústria da Bioenergia e do Açúcar em Minas Gerais.
No acumulado até o início de setembro, a produção de açúcar soma 4,2 milhões de toneladas, e 1,96 milhões de metros cúbicos de etanol. O desempenho reflete, até aqui, maior destinação de cana ao açúcar.
A antecipação do término da safra 2025/26 também é esperada, com 70% da capacidade de processamento encerrando até o fim da primeira quinzena de novembro, enquanto apenas 5% haviam encerrado no mesmo período de 2024/25. O cenário é liderado, principalmente, pelas unidades com maior participação na moagem e tem entre seus principais vetores as condições climáticas, com destaque para o efeito da seca de 2024 nas regiões produtoras.
Para o último quarto da safra, a expectativa é de maior direcionamento da cana para o etanol, contribuindo para equilibrar o mix registrado até o momento, quando o açúcar esteve em alta valorização. Essa mudança é impulsionada, sobretudo, pela paridade de remuneração entre açúcar e etanol, levando as usinas a ajustar o mix conforme as oportunidades de mercado.
O presidente da SIAMIG Bioenergia, Mário Campos ressalta que o setor atravessa o final da safra com encerramento antecipado, mas reagindo com rapidez e pragmatismo ao que o mercado demonstra.
“Estamos caminhando para um encerramento antecipado da safra 2025/26 em Minas Gerais. Os números mostram um cenário desafiador, mas também a capacidade de reação das usinas. Ante o clima adverso, avançamos com planejamento, preservando valor. Primeiro com foco no açúcar, capturando o bom momento e, à medida que a paridade evolui, reequilibrando o mix para o etanol nesta reta final.”
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