Preços do açúcar sobem no mercado internacional após dados fracos da safra brasileira
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Os contratos futuros de açúcar registraram forte alta nesta sexta-feira (03), impulsionados por crescentes preocupações com a menor produtividade da cana-de-açúcar no Brasil. Os dados divulgados pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) mostram que, embora a moagem tenha aumentado, a qualidade da matéria-prima tem caído, o que sinaliza uma oferta mais restrita do adoçante.
Em Nova Iorque, o contrato de março/26 avançava 0,91%, sendo negociado a 16.55 centavos de dólar por libra-peso. Já o contrato de maio/26 subia 0,82%, atingindo 16.05 centavos. Na bolsa de Londres, o açúcar branco dezembro/25 valorizava 0,72%, cotado a US$462.00 por tonelada.
Conforme relatório da Unica divulgado ontem, as unidades produtoras do Centro-Sul do Brasil processaram 45,97 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na primeira quinzena de setembro, um aumento de 6,94% em comparação com o mesmo período da safra 2024/2025. Contudo, o que realmente chamou a atenção do mercado foi o declínio na qualidade da matéria-prima.
O nível de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) registrado foi de 154,58 kg por tonelada de cana, representando uma queda de 3,43% em relação aos 160,07 kg/ton do ano anterior. Esse dado indica uma menor concentração de açúcar por tonelada de cana moída, impactando diretamente a produção final do adoçante.
No acumulado da safra até 16 de setembro, a moagem totalizou 450,01 milhões de toneladas, uma retração de 3,68% comparado ao ciclo anterior. O indicador acumulado de ATR também recuou 3,93%, para 134,08 kg por tonelada, confirmando a tendência de menor qualidade ao longo da safra.
A produção de açúcar nos primeiros quinze dias de setembro atingiu 3,62 milhões de toneladas. No acumulado desde o início da safra até 16 de setembro, a fabricação totalizou 30,39 milhões de toneladas, registrando uma leve retração de apenas 0,08% em relação ao ciclo anterior, o que pode ser explicado pela priorização do etanol em um cenário de menor ATR.
A produção de etanol no Centro-Sul foi de 2,33 bilhões de litros na primeira quinzena de setembro. Deste total, 1,46 bilhão de litros foram de etanol hidratado (-9,68%) e 875,40 milhões de litros de etanol anidro (+4,35%). No acumulado do ciclo atual, a fabricação do biocombustível totalizou 20,81 bilhões de litros (-9,50%), com 13,02 bilhões de hidratado (-11,36%) e 7,79 bilhões de anidro (-6,21%).
Um destaque importante foi o etanol de milho, que representou 16,74% do total produzido na quinzena, com 390,13 milhões de litros, um aumento expressivo de 15,97% em relação ao mesmo período do ano passado. No acumulado da safra, a produção de etanol de milho avançou 19,43%, alcançando 4,12 bilhões de litros, mostrando a crescente relevância dessa fonte para a matriz energética brasileira.
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