USDA estima áreas menores de soja e milho nos EUA na safra 2018/19

Publicado em 22/02/2018 13:03

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Durante o Agricultural Outlook Forum - que acontece nestes dias 22 e 23 de fevereiro - o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe suas primeiras expectativas para a área de plantio de grãos nos EUA estimando número iguais para a soja e o milho: 36,42 milhões de hectares (90 milhões de acres). 

O número fica ligeiramente abaixo dos 36,48 milhões de hectares cultivados com a soja na temporada 2017/18. No caso do milho, a área anterior foi de 36,46 milhões de hectares. 

No caso do trigo, a área 2018 foi projetada em 18,82 milhões de hectares, contra 18,62 milhões do ano anterior. 

Uma pesquisa realizada pela Reuters Internacional mostrava a possibilidade de virem números maiores. As expectativas para a área cultivada com a oleaginosa variavam de 35,82 a 37,03 milhões de hectares, com média de 36,66 milhões. 

Sobre o milho, o intervalo esperado pelos traders era de 35,92 a 37,43 milhões de hectares, com uma média esperada de de 36,38 milhões. Já para o trigo, as projeções variavam de 17,81 a 19,63 milhões de hectares, com média de 18,66 milhões. 

"Os produtores americanos irão plantar 90 milhões de acres de soja e 90 milhões de milho este ano, pareando as duas maiores produções do país, mesmo com a possibilidade da persistência de preços mais baixos", disse o economista chefe do USDA, Robert Johansson, durante este primeiro dia de fórum. E lembrou ainda que, pela primeira vez em quatro ano, os produtores de trigo vão aumentar sua área. 

Ainda segundo Johansson, a soja alcançou essa paridade com o milho, que é a primeira cultura do país há muitos anos, este ano e que pode mantê-la ou até mesmo superá-la na próxima década, dada à "intensa demanda por exportações da China". 

Confirmadas estas áreas, a produção de soja norte-americana poderia alcançar as 117,03 milhões de toneladas e a de milho, 364,89 milhões, o que caracterizaria a segunda maior safra da oleaginosa da história a a terceira maior no caso do cereal. Na temporada anterior, as colheitas somaram, respectivamente, 119,53 e 370,96 milhões de toneladas, de acordo com o último boletim mensal de oferta e demanda do USDA, reportado em 8 de fevereiro. 

Impactos no Mercado

O impacto dos dados sobre o mercado, tanto da soja, quanto do milho, foram bastante limitados. "São números neutros", diz o analista de mercado Matheus Pereira, da AgResource Mercosul. "A especulação, porém, esperava uma área de soja maior". completa. 

Na Bolsa de Chicago, as cotações da oleaginosa, por volta de 13h20 (horário de Brasília), subiam pouco mais de  tímidos 2 pontos entre as posições mais negociadas, enquanto o cereal registrava pequenos ganhos de 0,75 a 0,50 ponto nos principais contratos.

Renda agrícola nos EUA cai 50% em cinco anos (na Gazeta do Povo)

Com cotações deprimidas e faturamento menor, atividade agrícola segue estagnada no país (por Giovani Ferreira, enviado especial)

Em termos reais, descontada a inflação, a renda líquida de uma propriedade agrícola nos Estados Unidos será 50% menor em 2018 na comparação com 2013. A afirmação é de Robert Johansson, economista-chefe do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, o USDA, na abertura do Agricultural Outlook Forum 2018, nesta quinta-feira (22), nos Estados Unidos. Em 2013 a receita líquida da atividade agrícola atingiu recorde de US$ 120 bilhões. Para 2018, Johansson citou um estudo que aponta para um desempenho de US$ 59,5 bilhões.

Em um discurso mais político-econômico e institucional, pouco antes da apresentação do economista, Sunny Perdue, secretário de Agricultura dos Estados Unidos, cargo similar ao de Ministro da Agricultura no Brasil, falou sobre reforma tributária e regulatória, investimento em infraestrutura e políticas agrícolas mais eficientes e efetivas para reverter o quadro no campo. No curto prazo, seu objetivo enquanto titular do USDA é aumentar as exportações, que segundo ele geram 20% da renda agrícola.

Em linha, Johansson coloca três questões para mudar essa perspectiva: aumento da demanda mundial, crise de oferta provocada pelo clima ou então a nova Farm Bill, a lei agrícola dos Estados Unidos que será reformulada em 2019. “Desde 1960, a produção de soja aumentou mais de 1.000% enquanto os preços reais da soja caíram 47%. E a produção de cereais cresceu em mais de 400% e os preços caíram em mais de 60%”, exemplificou para justificar os tempos difíceis ao produtor norte-americano.

Outro resultado prático, explica o economista, é a estagnação da agricultura nos Estados Unidos, que vai além da disponibilidade de área para expansão do cultivo. Os dados mostram que o cenário não está relacionado apenas a questões de conjuntura, com as safras cheias pelo mundo que aumentam os estoques e deprimem as cotações. O problema é sim de conjuntura, mas principalmente estrutural. A renda segue em baixa, o endividamento em alta e a agricultura retraída nos Estados Unidos. Esse é o ambiente que pauta as discussões do fórum.

Projeção safra 2018/19

A área total das oito principais culturas (milho, soja, trigo, algodão, sorgo, cevada, aveia e arroz) no ciclo atual deve somar 255,3 milhões de acres. No ano passado foram 252,1 milhões de acres. Ou 103,3 milhões e 102,02 milhões de hectares, respectivamente. Apesar da variação de 1,3% entre 2017 e 2018, na comparação com 2014 a área global dos principais cultivos é 1%, recorte que aponta retração na extensão cultivada no país.

Veja as projeções de áreas de cultivo

A se confirmar a previsão, soja e milho devem responder por 70% da área a ser cultivada. A oleaginosa e o cereal devem ocupar áreas idênticas em 2018/19. No ciclo que começa a ser cultivado entre abril e maio, serão 90 milhões de acres ou 36,42 milhões de hectares para cada cultura. A área do milho segue em linha e estável com a de cinco anos atrás. Já a de soja cresceu 2,4 milhões de hectares, em detrimento principalmente da área de trigo, que encolheu 4 milhões de hectares.

O desafio será manter as produtividades recordes registradas nas últimas duas temporadas. Apesar da área praticamente idêntica tanto para soja como para milho em relação ao ano passado, analistas de clima e mercado apostam em uma redução na safra total das duas culturas. Em 2017 foram 119,5 milhões de toneladas de soja, com um rendimento de 3,3 toneladas/hectare e 371 milhões de toneladas de milho, com 11,1 milhões de toneladas/hectares.

Organizado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em sua 94ª edição o evento apresenta um panorama do agronegócio nos Estados Unidos e sua correlação com o mercado internacional, a considerar a posição do país como maior produtor mundial. As discussões ocorrem em Arlington, na Virgínia, dias 22 e 23 de fevereiro.

Áreas de milho e soja estão similares nos EUA

Confira as áreas dos principais cultivos nos Estados Unidos

em milhões de hectares

Cultura 2014 2015 2016 2017 2018* Variação (2017-18)
Milho 36,66 35,61 38,04 36,5 36,4 -0,20%
Soja 33,71 33,46 33,75 36,46 36,4 -0,10%
Trigo 22,9 22,25 20,27 18,61 18,81 1,10%
Algodão 4,45 3,48 4,08 5,09 5,38 5,60%
Arroz 1,21 1,05 1,29 1,01 1,17 16%
Outros grãos 5,22 6,15 5,09 4,33 5,09 17,80%
Área total 104,15 102 102,52 102 103,25 1,30%

*estimativa

 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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