Embarques de soja 2020/21 dos EUA já são 77% maiores do que há um ano, milho 80%

Publicado em 22/02/2021 15:24

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Os novos números trazidos pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta segunda-feira (22) mostram que os embarques norte-americanos de soja, no acumulado da temporada, já são 77% maiores do que há um ano. Na semana encerrada no último dia 18, o país embarcou 721,845 mil toneladas - dentro das expectativas de 300 mil a 950 mil toneladas - levando o acumulado no ano comercial 2020/21 a 50,916,438 milhões. 

No ano passado, neste mesmo período, o total nao chegava a 30 milhões. 

A China continua sendo protagonista deste mercado e do total das mais de 50 milhões de toneladas já embarcadas de soja pelo EUA, 22% têm como destino a nação asiática. 

O USDA estima que em toda a temporada os EUA exportem 61,24 milhões de toneladas e, deste total, 59,9 milhões de toneladas já estão comprometidas com a comercialização. 

Entre os números de milho, as diferenças também são bastante expressivas em relação à temporada 2019/20. Os embarques norte-americanos da última semana foram de impressionantes 1,231,810 milhão de toneladas, dentro do intervalo esperado de 500 mil a 1,4 milhão. 
Assim, o acumulado 2020/21 chega a 23,997,794 milhões de toneladas, 80% a mais do que há um ano. 

"Estes números dos embarques de milho estão nas máximas para o período do ano, mas ainda terão força para subir nas próximas semanas", explica a analista de commodities da Reuters Internacional, Karen Braun. 

Bem como na soja, o papel das compras chinesas de milho norte-americano tem sido determinante para o bom desempenho da retomada das exportações dos EUA para a China depois dos primeiros e mais severos efeitos da guerra comercial entre os dois países. O conflito ainda não foi completamente dissolvido e uma revisão das relações entre ambos está em andamento desde que o democrata Joe Biden assumiu a Casa Branca em meados de janeiro. 

E mesmo com muitas relações desalinhadas, a demanda do país asiático falou mais alto. A recomposição do plantel de suínos chinês é uma das locomotivas desse movimento forte e intenso das compras chinesas de grãos, que não se limita só a soja e milho. 

Durante o Agricultural Outlook Forum no final da semana passada, o economista-chefe do USDA, Seth Meyer, afirmou que as exportações agrícolas dos EUA para a China deverão renovar seus recordes e um dos principais focos será o milho. Meyer também destacou que mesmo com safras maiores esperadas para a temporada 2021/22, os estoques norte-americanos de grãos ainda tendem a ficar muito ajustados. 

Leia Mais:

+ USDA Outlook Forum estima safras maiores nos EUA, mas estoques ainda apertados de soja e milho

Em 2020, números elevados - e sem precedentes - já vinham sendo registrados nas importações de milho pela China, em especial de produto dos Estados Unidos, o que ajudou a puxar o volume e a receita no acumulado do ano passado nas importações de produtos agrícolas americanos pelos chineses. O gráfico abaixo ilustra o movimento: 

Exportações agrícolas EUA para China - Fonte: USDA

Do mesmo modo, 2021 começou também com bons números e, no início de fevereiro, a China comprou quase 6 milhões de toneladas do cereal em apenas 4 dias úteis. 

Exportações de milho dos EUA para China - Fonte: USDA

RELAÇÕES CHINA X EUA

Em um fórum realizado nesta segunda-feira, o Ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, afirmou que o país e os Estados Unidos deverão retomar os diálogos e algumas práticas e políticas vigentes antes no período pré-disputa comercial. Yi falou ainda sobre a necessidade de se retirar da China "tarifas não razoáveis e a irracional supressão sobre o progresso da tecnologia do país", segundo noticiou a agência internacional de notícias Bloomberg. 

"Esperamos que os EUA possam ajustar suas políticas o quanto antes. Sob estas circunstâncias, os dois lados podem começar por coisas mais simples. Pequim e Washington ainda podem fazer grandes coisas juntos para o mundo", afirmou o ministro. 

O evento reuniu outros líderes e autoridades financeiras dos dois países, que voltaram a ressaltar a necessidade de as duas maiores economias do mundo caminharem lado a lado e não seguirem travando um dos maiores e mais longos embates comercias - e geopolíticos - da história recente. 

Joe Biden e Xi Jinping já se falaram ao telefone e discutiram alguns primeiros assuntos e medidas sobre as quais querem refazer seus laços, o que é de assunto interno de cada país e onde podem debater. Essa foi, no entanto, apenas a primeira de uma longa e necessária conversa entre os dois presidentes. 

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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