Defesa Sanitária Vegetal alerta sobre o recebimento de sementes misteriosas vindas da China

Publicado em 16/09/2020 10:17 e atualizado em 16/09/2020 13:26
Alexandre Mees - Gestor do Dep. Est. de Defesa Sanitária Vegetal da CIDASC
Entrevista com Alexandre Mees - Gestor do Dep. Est. de Defesa Sanitária Vegetal da CIDASC sobre Sementes misteriosas da China

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Entrevista com Alexandre Mees - Gestor do Dep. Est. de Defesa Sanitária Vegetal da CIDASC sobre Sementes misteriosas da China

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A Cidasc alerta à população de Santa Catarina, especialmente produtores rurais, sobre pacotes de sementes  recebidos pelos correios, provenientes da China

Estas sementes, não solicitadas, estão sendo endereçadas à cidadãos comuns, em pequenos pacotes atrelados à compra realizada, como se fossem um brinde. Em alguns casos, até mesmo pessoas que não tenham solicitado qualquer mercadoria daquele País recebem estas embalagens. O conteúdo destes pacotes são sementes de diferentes espécies vegetais não identificadas.

Tais pacotes, não vem corretamente identificados, alguns  inclusive, descrevendo o conteúdo como “jóias”, mas que contêm as sementes. Além disto, as embalagens possuem ainda identificação, supostamente, com caracteres chineses.

A orientação da Cidasc é para que, caso o cidadão não tenha feito nenhuma compra, mas tenha recebido um pacote suspeito não abra, não semeie e não jogue no lixo. Leve-o até um escritório da Cidasc ou do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, mais próximo para que sejam recolhidas. Também está disponível para contato os telefones 0800-644-6510 ou (48) 3665 7300 (WhatsApp), do Departamento Estadual de Defesa Sanitária Vegetal do estado, onde a pessoa poderá solicitar orientações adequadas.

Apesar de parecerem inofensivas, estas sementes clandestinas podem estar contaminadas e disseminar pragas e doenças e, assim, causarem sérios prejuízos econômicos e danos do ponto de vista da defesa sanitária vegetal, tal como vivenciamos atualmente com a pandemia por Covid-19.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, órgão que fiscaliza a entrada de material de multiplicação vegetal sem importação autorizada no Brasil, também já fez um alerta aos  cidadãos para que tenham cuidado e não abram pacotes e encomendas que chegarem às suas residências, sem conhecimento. 

De acordo com a legislação brasileira, todo material de multiplicação vegetal, é considerado semente ou muda e a importação de qualquer quantidade destes produtos deve ter autorização do MAPA, mediante solicitação do interessado pela compra.

Em Santa Catarina, a Cidasc é o órgão estadual responsável pela Defesa sanitária vegetal e que através de um trabalho estratégico e sistemático de monitoramento, vigilância, inspeção e fiscalização da produção e do comércio de plantas, partes de vegetais ou produtos de origem vegetal veiculadores de pragas, protege o patrimônio agrícola e garante a sólida condição sócio-econômica do Estado de Santa Catarina. 

Risco da utilização de sementes ilegais

– Plantas Daninhas: introdução de alguma espécie  vegetal sem ocorrência no Brasil, o que pode dificultar o controle da mesma e/ou aumentar o uso de agrotóxicos, afetando a produtividade agrícola e pecuária, além dos riscos ao ambiente.

– Insetos: sementes podem ser disseminadoras de insetos praga, comprometendo a produtividade de lavouras e aumentando o custo produção.

– Fungos, Bactérias e Vírus: sementes sem procedência podem vir contaminadas e tornam-se vetores de grandes epidemias de doenças no campo e, consequentemente, a perda de produtividade e o aumento do custo da produção.

Primeiro relato em Santa Catarina

O primeiro caso de recebimento deste tipo de embalagem no estado de Santa Catarina foi registrado em Jaraguá do Sul. A pessoa realizou a compra de um objeto de decoração através da internet e ao receber a encomenda, recebeu também outro pacote contendo duas embalagens com as sementes clandestinas.

Já ciente desta ação em outros países, o cidadão procurou a Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural – SAR, que, por sua vez, acionou a Cidasc para realizar o recolhimento das referidas sementes e o encaminhamento das mesmas ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA. 

Pelo Mundo

Vários países da União Européia e também os Estados Unidos da América já registraram os recebimentos de pacotes de sementes não solicitados provenientes de países asiáticos.

Ainda não há evidências de quando começaram os envios tampouco o volume de encomendas já distribuídas.

Em julho, agricultores dos EUA relataram o recebimento de embalagens de sementes não solicitados vindos da China. “Neste momento não temos informações suficientes para saber se isso é uma farsa, brincadeira, fraude ou ato de bioterrorismo agrícola”, declarou o comissário da Agricultura do estado do Kentucky(EUA), Ryan Quarles. 

As autoridades dos EUA dizem que existe a possibilidade de vendedores chineses estarem usando dados e endereços de consumidores americanos que efetuam compras pela internet para fazer vendas falsas, e assim, aumentar a classificação positiva dos seus produtos em sites de compra e venda.

O Ministério de Agricultura de Portugal, também emitiu um alerta  sobre os sérios riscos que estas embalagens com sementes, provenientes de países Asiáticos, podem acarretar do ponto de vista da sanidade vegetal, pela possibilidade de veicularem pragas e doenças ou ainda pelo perigo de se tratarem de espécies nocivas ou invasoras.

Fonte: Departamento Estadual de Defesa Sanitária Vegetal

Agricultura alerta sobre recebimento de sementes não solicitadas do exterior

A Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) alerta para o recebimento de sementes vindas do exterior sem encomenda ou solicitação do destinatário

Casos relatados à Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) dão conta de que agricultores daquele estado estão recebendo pequenos pacotes contendo sementes diversas, não identificadas, como brindes acompanhando compra de outros produtos, ou até mesmo sem ter feito qualquer tipo de encomenda. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento também já havia alertado sobre situações similares ocorridas nos Estados Unidos, que estão sob investigação pelo órgão oficial de defesa agropecuária americano (APHIS-USDA).

“A importação de vegetais é regulamentada para evitar que pragas venham a atingir as áreas de produção e o meio ambiente do Rio Grande do Sul, com grande risco de prejuízos à economia agropecuária e impactos ambientais”, elucida Ricardo Felicetti, chefe da divisão de Defesa Sanitária Vegetal da Seapdr.

Ainda não há relato de casos deste tipo no Rio Grande do Sul, mas a Secretaria da Agricultura orienta a população – principalmente os agricultores – que, caso recebam pacotes de sementes não encomendados, entreguem o material à inspetoria de defesa agropecuária ou escritório de defesa agropecuária mais próximo do seu município. “O pacote não deve ser aberto ou descartado no lixo, nem o material ou as sementes devem ser cultivados ou descartados no solo sob nenhuma hipótese, a fim de evitar que estas sementes atinjam o meio ambiente e áreas agrícolas do Estado”, alerta Ricardo.

Outros canais para comunicação de recebimento de sementes não solicitadas do exterior são os telefones da divisão de Defesa Sanitária Vegetal, (51) 3288-6289 e 3288-6294, ou o e-mail [email protected]

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Por:
Ericson Cunha
Fonte:
Notícias Agrícolas

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2 comentários

  • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

    Onde estão os líderes da FPA do Congresso para exigir uma retaliação à China por permitir a exportação de produtos de origem agrícola sem os controles devidos nos acordos internacionais.

    Além disso, deve-se montar uma força-tarefa para tentar reduzir o mínimo da entrega desse material pois, a maioria das pessoas, vão descartar no LIXO ... AÍ O ESTRAGO JÁ ESTÁ FEITO !!!

    E RESPONSABILIZAR ESSES CHINESES POR MAIS ESSA "BRINCADEIRA" !!!

    ATÉ QUANDO O MUNDO VAI "PASSAR PANO" NAS "BRINCADEIRAS CHINESAS" ???

    3
  • jose carla potrich marchese Posse - GO

    Se veio de outro país, passou pela alfandega, como eles não detectam?. A impressa deveria divulgar isso com mais enfase...

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