Bolsonaro faz duro ataque contra "canalhas" da extrema-imprensa: "a verdade está nas mídias sociais"

Publicado em 18/12/2020 14:48
Tempo & Dinheiro - Com João Batista Olivi
Edição desta sexta-feira,18/dezembro/20, com João Batista Olivi

 

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RIO DE JANEIRO (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro usou um discurso durante formatura de policiais militares no Rio de Janeiro para atacar a imprensa e afirmar, sem entrar em detalhes, que os jornalistas não estão "ao lado da verdade, da honra e da lei" e que são contrários aos policiais.

Os ataques aos jornalistas ocorrem no mesmo dia em que a revista Crusoé também traz matéria sobre o suposto auxílio da Abin, um órgão de Estado ligado ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República ao filho do presidente, senador Flávio Bolsonaro.

"Não se esqueçam disso: essa imprensa jamais estará do lado da verdade, da honra e da lei", disse Bolsonaro se dirigindo aos PMs recém-formados em um discurso exaltado durante a cerimônia.

Bolsonaro reclamou que, o que chamou de boas iniciativas de seu governo, não têm o reconhecimento da imprensa e defendeu que os policiais recorram às redes sociais para se informarem.

"Não esperemos da imprensa a verdade! Jamais ela estará do lado deles... somos persistentes e perseguiremos a verdade e sempre estaremos ao lado da verdade e da lei e de homens de bem e não de canalhas", frisou o presidente ao citar os bilhões de reais gastos com o auxílio emergencial durante a pandemia de Covid-19.

"Contamos com o povo maravilhoso e a liberdade das mídias sociais, que essas sim trazem a verdade para vocês. Uma fábrica de fake news está em grande parte da imprensa brasileira. Isso é uma vergonha para o mundo", atacou.

Um dia após o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir pela obrigatoriedade da vacina contra Covid-19, contrariando posição que vem frequentemente sendo defendida por Bolsonaro, o presidente também disse em seu discurso que o principal poder do Brasil é o povo.

"Jamais a nossa democracia e nossa liberdade serão ameaçadas por quem quer que seja. Entendam uma coisa: os três Poderes são independentes e harmônicos, mas o maior poder é do povo brasileiro", afirmou.

Bolsonaro critica STF e diz que no Brasil ninguem será obrigado a se vacinar

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BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro criticou na noite de quinta-feira a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que deu direito aos governos federal, estaduais e municipais a imporem restrições a quem não tomar a vacina contra Covid-19 e afirmou que possivelmente não haverá medicamento suficiente para todos em 2021.

"O que o Supremo decidiu? Se você não quiser tomar vacina, eu, o presidente da República, os governadores ou prefeitos podem impor medidas restritivas a você. Não pode tirar passaporte, carteira de habilitação, pode botar em prisão domiciliar, olha que lindo", reclamou o presidente em sua live semanal.

A decisão do STF, tomada na quinta-feira por 10 votos a 1, diz que a vacinação contra Covid-19 deve ser obrigatória, mas não pode ser forçada. Nesse sentimento, definiram os ministros, as instâncias de governo podem impor sanções a quem decidir não se vacinar.

Bolsonaro, que é contrário à obrigatoriedade, já afirmou que não tomará a vacina e chegou a anunciar que seria obrigatório assinar um termo de responsabilidade de quem tomasse, o que foi descartado pelo Ministério da Saúde.

Na live, Bolsonaro afirmou que o governo federal não irá impor nenhuma restrição.

"Da minha parte, zero. Agora, todos os governadores vão impor medidas restritivas? Eu não acredito. Eu não quero botar a mão no fogo por ninguém. Eu acho difícil, não acredito", disse.

O presidente disse ainda acreditar que o país não irá ter vacinas para todos os brasileiros em 2021. O planejamento do Ministério da Saúde é terminar a vacinação geral em 16 meses, de acordo com plano entregue ao STF.

"O ano que vem, dificilmente... Vamos supor que comece no final de janeiro, não temos como conseguir a vacina pra todo mundo até o final do ano. Então não vai ter medida restritiva nenhuma. O cara pode falar: 'eu quero tomar'. Mas não tem", disse. "Pode ser uma medida inócua do Supremo. Com todo o respeito ao Supremo Tribunal Federal, entrou em uma bola dividida, meu Deus do céu, não precisava disso.".

Justiça derruba medidas restritivas em Búzios após manifestação dos moradores

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RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Justiça do Rio de Janeiro suspendeu, nesta sexta-feira, a decisão que impunha medidas restritivas na cidade turística de Búzios, autorizando o funcionamento de hotéis e lojas e revertendo o fechamento das praias.

Um juiz da comarca de Búzios havia determinado o fechamento dos hotéis da cidade e proibido o acesso às praias com o objetivo de enfrentar a aceleração da Covid-19.

No entanto, o presidente do Tribunal de Justiça do Estado, desembargador Cláudio de Mello Tavares, derrubou a decisão nesta sexta-feira, depois que a medida inicial gerou uma onda de protestos em Búzios.

“Configurados o manifesto interesse público e a grave lesão à ordem e à economia públicas que a decisão judicial impugnada está a causar, há de ser deferido o pedido de suspensão", disse o desembargador em sua decisão.

Na quinta-feira, comerciantes, empresários e prestadores de serviços foram às ruas da cidade, formando aglomerações, para protestar contra as medidas restritivas. Alguns dos principais pontos de acesso e saída da cidade chegaram a ser bloqueados e interditados.

O esvaziamento de hotéis e fechamento de praias fora determinado depois que a cidade não cumpriu um acordo judicial que previa a ampliação da rede de saúde do município para fazer frente ao aumento de casos de Covid-19.

Brasil quer exportar 6% mais carne bovina em 2021, e mira novos mercados

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SÃO PAULO (Reuters) - Os produtores de carne bovina do Brasil planejam aumentar os volumes exportados em 6% no ano que vem, à medida que negociam acesso a novos mercados na Ásia e América do Norte, disse a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) nesta sexta-feira.

A Abiec estimou que o Brasil, maior fornecedor global da proteína, pode exportar 2,141 milhões de toneladas no próximo ano, volume avaliado em 8,789 bilhões de dólares.

O Brasil está negociando acordos para venda de carne bovina "in natura" para Canadá, Japão, Coreia do Sul e México, disseram autoridades da Abiec. Atualmente, o Brasil exporta o produto processado para o Canadá.

Juntos, esses países importam cerca de 1,3 milhão de toneladas de carne bovina "in natura" por ano, ou cerca de 12,5% do mercado internacional.

A Abiec disse que as empresas brasileiras poderiam fornecer cerca de 260 mil toneladas por ano para os quatro países, representando receita potencial de 1,5 bilhão de dólares.

Ainda assim, a China continuaria sendo responsável pela maior parte das exportações de carne bovina do Brasil, após abocanhar 42,2% dos embarques entre janeiro e novembro deste ano, segundo a Abiec.

O Brasil possui atualmente 35 fábricas autorizadas a vender produtos para a China, e busca a aprovação para outras 26 unidades no curto prazo, afirmou Antônio Camardelli, presidente da Abiec.

Em relação a 2020, o Brasil está encerrando o ano com exportações recordes de carne bovina, com o setor sendo menos afetado do que concorrentes globais devido à pandemia.

As exportações histórias do Brasil ocorreram em meio a interrupções nas operações de algumas unidades em países como os Estados Unidos e Austrália, como consequência do coronavírus.

Segundo apresentação da Abiec, "quase nenhum" frigorífico brasileiro teve de parar operações em função de questões de saúde relacionadas à Covid-19.

As exportações do país sul-americano devem fechar 2020 com um valor sem precedentes de 8,533 bilhões de dólares, com volumes embarcados em um ano superando 2 milhões de toneladas pela primeira vez, segundo a Abiec.

No ano passado, as exportações brasileiras de carne bovina atingiram 7,6 bilhões de dólares, com embarques de 1,866 milhão de toneladas.

ONS espera maior demanda por energia no mês e mantém expectativa de chuvas no Sudeste

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SÃO PAULO (Reuters) - O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) projetou nesta sexta-feira que a demanda por energia no sistema interligado do Brasil deve avançar 5,1% em dezembro ante mesmo mês do ano passado, aumentando a expectativa ante a projeção da semana anterior, de alta de 4%.

O aumento da demanda mostra retomada da atividades após "lockdowns" pela Covid-19 que fizeram a carga de energia desabar 12% em abril, quando governos estaduais e prefeituras decretaram quarentenas para conter a disseminação do vírus.

A demanda por energia deve saltar 7,3% em dezembro no Sudeste, ante previsão da semana passada de aumento de 5,9% na comparação anual. No Norte, a expectativa de alta foi reduzida para 3,9%, ante 6,2%.

No Nordeste, o ONS vê alta de 0,5% da carga em dezembro, enquanto no Sul prevê aumento de 2,8% ante o mesmo mês do ano passado, versus previsão de estabilidade na semana anterior.

CHUVAS

As chuvas na região das hidrelétricas, principal fonte de geração do Brasil, devem ser equivalentes a 61% e 51% da média histórica para o mês no Sudeste e no Nordeste, respectivamente, que concentram os maiores reservatórios, segundo o ONS, que viu uma ligeira melhora nas precipitações ao norte do país.

As projeções para o Sudeste foram mantidas ante a semana anterior.

No Sul, o ONS aumentou a previsão de precipitações para 98% da média (ante 92%).

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Fonte:
Notícias Agrícolas/Reuters

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1 comentário

  • Elvio Zanini Sinop - MT

    Ninguém é obrigado à nada; Vacina somente a quem realmente necessita...

    6