Movimento do Tratoraço contra aumento de impostos desconfia que recuo de Doria foi apenas parcial

Publicado em 15/01/2021 15:20 e atualizado em 15/01/2021 18:55
Tempo & Dinheiro - Com João Batista Olivi
Edição do Tempo&Dinheiro desta sexta-feira, 15/janeiro/2021, com João Batista Olivi

O movimento contra os aumentos no ICMS no agro paulista está avaliando as consequencias dos decretos que revogaram a retirada das isenções impostas pelo governador João Doria. A primeira leitura é de que o movimento foi amplamente atendido após a pressão do tratoraço. Mas especialistas ainda analisam todas as implicações, principalmente após a divulgação da análise da APAS (abaixo) dando conta que a maioria dos produtos do Agro ainda serão majorados e/ou sofrerão reduções. Nesta edição trouxemos a visão do coordenador do movimento Gustavo Cgavaglia. (Acompanhe na íntegra):

"Temos o que comemorar", diz Chavaglia, "a sociedade despertou contra a imposição de aumentos

E MAIS:

Ibovespa cai 2,4% e tem pior semana desde fim de outubro

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SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice acionário da Bovespa teve baixa nesta sexta-feira, confirmando uma pausa na exposição global a ativos de maior risco, com o recrudescimento da pandemia levando países ao redor do mundo a adotarem novas medidas de isolamento.

De acordo com dados preliminares, o Ibovespa caiu 2,44%, para 120.464,63 pontos, pressionado sobretudo por realização de lucros em ações de maior liquidez, como de Petrobras, Vale, siderúrgicas e bancos.

No acumulado da semana, o índice teve queda de 3,7%, pior desempenho desde a semana terminada em 30 de outubro, quando teve baixa de 7,2%.

O giro financeiro desta sessão somou 29,6 bilhões de reais.

Preços de petróleo caem mais de 2% por lockdowns na China e preocupação com estímulos

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NOVA YORK (Reuters) - Os preços do petróleo caíram mais de 2% nesta sexta-feira, com ambos os contratos acumulando perdas na semana, à medida que preocupações com a imposição de lockdowns em cidades da China por causa de surtos de coronavírus ofuscaram um rali guiado por fortes dados de importação do país.

O petróleo Brent fechou em queda de 1,32 dólares, ou 2,3%, a 55,10 dólares por barril, enquanto o petróleo dos Estados Unidos (WTI) recuou 1,21 dólar, ou 2,3%, para 52,36 dólares o barril.

Ambas as referências, que chegaram a atingir os maiores patamares em quase um ano no começo da semana, registraram suas primeiras perdas semanais em três semanas, com o Brent cedendo 1,6% e o WTI recuando cerca de 0,4% no período.

Embora os produtores enfrentem desafios sem precedentes para equilibrar as equações de oferta e demanda, com cálculos envolvendo programas de vacinação e lockdowns, os contratos têm sido impulsionados pelas altas dos mercados acionários e pela desvalorização do dólar, que torna o petróleo mais barato, além da forte demanda chinesa.

Mas esses pontos positivos foram colocados em dúvida nesta sexta-feira, diante da alta do dólar e da intensificação de medidas de lockdown pela China.

Um pacote de alívio de quase 2 trilhões de dólares anunciado pelo presidente eleito dos EUA, Joe Biden, pode aumentar a demanda por petróleo no maior consumidor global da commodity. Ainda assim, alguns analistas afirmam que o movimento pode não ser suficiente para alimentar a demanda.

"Em termos de demanda, a Ásia tem sido o único ponto positivo", disse John Kilduff, sócio da Again Capital Management em Nova York. "Esse novo lockdown está atingindo o coração da demanda na Ásia. É um problema."

Gripe aviária no mundo deve abrir oportunidade ao Brasil para exportação de frango

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SÃO PAULO (Reuters) - Um surto de influenza aviária altamente contagiosa que tem se espalhado por países da Ásia e Europa e colocado a indústria global em alerta pode se traduzir em oportunidades de exportação para o Brasil, maior fornecedor global de carne de frango, devido a possíveis suspensões de embarque sobre regiões contaminadas, disseram membros do setor à Reuters.

Mais de 20 milhões de frangos já foram abatidos somente na Coreia do Sul e Japão desde novembro. Na semana passada, a cepa altamente patogênica H5N8 chegou à Índia, sexta maior produtora do mundo.

Hong Kong decidiu na quinta-feira suspender a importação de carne e subprodutos de aves de regiões do Japão e França, devido aos surtos da chamada gripe aviária. Na semana passada, a Administração Geral de Alfândegas da China (GACC, na sigla em inglês) já havia suspenso a entrada da proteína francesa.

Neste cenário, há possibilidade de incremento nas vendas externas de frango do Brasil, embora em proporções menores do que as oportunidades que foram criadas nos mercados das carnes de porco e bovina em decorrência da peste suína africana (PSA) na China, desde 2018, disse o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin.

"Objetivamente, é possível que o Brasil seja chamado a vender mais, por causa do que já aconteceu no passado, em surtos anteriores. A influenza está se alastrando de uma maneira importante", afirmou o executivo.

Segundo ele, países europeus poderiam eventualmente comprar mais frango do Brasil para atender à demanda local, já que há embargos no continente que podem restringir a oferta do produto.

Em uma segunda hipótese, alguns produtores europeus também poderiam optar por focar o abastecimento interno em detrimento das exportações, e o Brasil teria assim chance de ganhar participação em mercados que os europeus deixariam de vender, acrescentou Santin.

O dirigente da ABPA lembrou que, além da França, a gripe aviária já atinge Alemanha, Bruxelas, Holanda e Inglaterra entre outros. A grande maioria dos casos ocorre em aves selvagens migratórias, mas surtos também foram reportados em granjas europeias, resultando na morte ou abate de pelo menos 1,6 milhão de frangos e patos na região até o novembro.

Em linha com o cenário visto pela associação da indústria a diretora da consultoria Agrifatto, Lygia Pimentel, também acredita no avanço da exportação brasileira.

"Sim, [questões sanitárias] sempre favorecem os grandes fornecedores que não têm esse problema", disse, considerando que o Brasil está entre os principais exportadores deste mercado.

Ela ressaltou, entretanto, a necessidade de reforço em cuidados sanitários para que a doença não chegue às granjas do país. "Temos que tomar nossos cuidados sempre", afirmou.

SANIDADE

O presidente da ABPA explicou que este é um período do ano em que as aves migratórias fazem rotas pela Ásia e param nas lavouras de arroz, espalhando a doença no entorno.

"O Brasil tem uma posição privilegiada e algumas rotas dessas aves são só de passagem, elas não param no Brasil. Há um sistema reforçado de monitoramento e prevenção, e ainda assim estamos enviando alertas para que o setor reforce seus cuidados", explicou.

Lilian Figueiredo, coordenadora de produção animal da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), disse à Reuters que a produção de aves brasileira é uma das mais seguras do mundo, com rígidos protocolos de biosseguridade.

"As granjas contam com telas que impedem o contato com aves selvagens, visitantes precisam de roupas adequadas e não se pode visitar duas granjas diferentes em um espaço de tempo inferior a 48 horas", exemplificou a especialista.

Ela acredita que sejam remotas as possibilidades de entrada da doença no Brasil, considerando também a questão das rotas das aves migratórias. Ainda que isso aconteça, há um plano de contingência elaborado para contenção do problema, disse.

"A velocidade que um país controla o surto da doença é o que determina o impacto que haverá no mercado", acrescentou o presidente da ABPA.

A associação projetou em dezembro que as exportações de frango do Brasil devem fechar 2021 com alta de 3,6%, em 4,35 milhões de toneladas.

 

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Fonte:
Notícias Agrícolas/Reuters

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