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Cigarrinha ameaça seriamente a safrinha no Paraná, e pode exigir o vazio sanitário no plantio 2022

Publicado em 12/03/2021 17:49 e atualizado em 15/03/2021 11:25
Carlos Konig - Gerente Técnico C.Vale
Entrevista com Carlos Konig, gerente técnico da Cooperativa CVale

 

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Entrevista com Carlos Konig

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Com a ocorrência incontrolável e cada vez mais intensa das cigarrinhas, os prejuízos causados pelo enfezamento do milho no Paraná já são de grande monta. Carlos Konig, gerente técnico da Cooperativa C Vale de Palotina PR, diz que,  caso a infestação da cigarrinha do milho - principal vetor da bactéria Molicute, causadora do enfezamento -  continue a crescer exponencialmente nesta safra, será inevitável que os órgãos sanitários tomem a decisão drástica de determinar o vazio sanitário para o próximo plantio, com o Estado ficando de 2 a 3 meses sem plantas de milho.

Em entrevista ao repórter Frederico Olivi (do Programa Tempo e Dinheiro), o gerente da CVale adverte: 

-- "Nosso corpo técnico está registrando a propagação intensa dessa praga desde 2016. Neste ano a infestação tem sido muito rápida, e, na tentativa de frear a disseminação das cigarrinhas, muitos agricultores tem lançado mão de até 10 aplicações de inseticidas". 

O cultivo do milho tem importância fundamental para os cooperados que verticalizam sua produção com a integração de granjas de suínos, aves ou até mesmo da piscicultura.

-- "O enfezamento está resultando em baixa produtividade e menor produção, os estoques estão pressionados, acarretando em aumento no preço do grão; No meio, está o agricultor que necessita do cereal para abastecer os cochos das criatórios", diz Carlos Konig.

A Cooperativa C Vale está distribuindo uma cartilha entre os associados, orientando a realizarem práticas corretas de manejo para combater as cigarrinhas do milho. A principal recomendação é a eliminação total do milho "tiguera" das áreas de cultivo.

- "O vazio sanitário tenderá a ser uma alternativa drástica para o enfrentamento das cigarrinhas, e isso vai prejudicar ainda mais o produtor, principalmente o de leite -- por causa da produção de silagem -- e o produtor de milho verde".

-- "Nesse sentido faço um apelo aos produtores de milho para terem o máximo de atenção na eliminação total do milho "tiguera",  para não criarem uma ponte verde para essa praga. Senão as consequencias serão desastrosas", adverte Carlos Konig.

(Mais informações os produtores podem e devem obter com suas cooperativas e entidades de extensão rural).

Consultoria reduz previsão de 2ª safra de milho do Brasil a 80,13 mi t

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SÃO PAULO (Reuters) - A produção de milho do Brasil na segunda safra de 2020/2021 deve alcançar 80,13 milhões de toneladas, avanço de 6,8% ante a temporada passada, com impulso maior de um crescimento na área plantada do que por produtividades, avaliou nesta sexta-feira a consultoria Pátria AgroNegócios, que reduziu sua estimativa.

A empresa de análises trabalhava anteriormente com uma safra de 80,95 milhões de toneladas para a colheita de inverno.

"Produção arrastada por um crescimento de área agressivo, não por produtividades!", disse a consultoria, citando problemas de um plantio atrasado desde janeiro e chuvas que interrompem os trabalhos, que resultaram na diminuição a projeção.

A Pátria AgroNegócios projeta aumento de 7% no plantio da segunda safra, para um total de 14,71 milhões de hectares (crescimento de 1 milhão de hectares em relação à safra 2019/20).

"A expansão de área continua sendo estimulada por um crescimento expressivo da receita projetada com os valores atuais de milho futuro. Entretanto, apesar da área recorde semeada no país com milho de segunda-safra, a produtividade segue comprometida pela falta de janela de plantio dentro do cronograma adequado", comentou o analista Matheus Pereira.

Quanto mais atrasada a segunda safra de milho, maiores são os riscos climáticos, como seca e geadas com a chegada do inverno.

Com essa estimativa para a segunda safra, a produção total brasileira deve ficar em 105,66 milhões de toneladas em 2021.

Nesta sexta-feira, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, citou preocupações com a segunda safra e custos para a indústria de carnes.

Ministra vê chuvas como preocupação para plantio da 2ª safra de milho

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SÃO PAULO (Reuters) - O governo brasileiro está preocupado com as fortes chuvas no país que estão atrapalhando o plantio da segunda safra de milho, afirmou nesta sexta-feira a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, acrescentando que a oferta restrita de cereal já preocupa os frigoríficos.

Quanto mais atrasada a segunda safra de milho, maiores são os riscos climáticos, como seca e geadas com a chegada do inverno.

Chuvas torrenciais em Estados como o Mato Grosso retardaram a colheita da soja e a consequente semeadura da segunda safra de milho, que agora está sendo plantada fora da janela de clima ideal. A "safrinha" do cereal, representará cerca de 80% da produção total do Brasil nesta temporada.

Durante o BTG Pactual AgroForum, ela reiterou o plano do governo de aumentar a produção geral de alimentos do país em uma tentativa de elevar o abastecimento interno e controlar a inflação dos preços dos alimentos.

"Tenho a percepção de que talvez os preços das commodities agrícolas deem outro salto", disse ela.

Milho e farelo de soja são usados ​​na produção de ração para criações e têm alta demanda no Brasil, que abriga alguns dos maiores frigoríficos do mundo.

O aumento da produção de cereal permitiria aos produtores atender à crescente demanda interna e de exportação, acrescentou.

A China, que está reconstruindo sua criação de suínos após o plantel ser abatido por doença mortal aos animais desde 2018, provavelmente importará cerca de 25 milhões de toneladas de milho este ano, disse Tereza Cristina.

Isso se compara a 7,6 milhões de toneladas no ano comercial de 2019/20, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês).

A China já é o maior comprador de soja do Brasil, e analistas acreditam que pode recorrer ao país para fornecimentos adicionais de milho.

Ela ainda disse estar confiante de que o acordo comercial entre União Europeia e Mercosul, que está sob revisão, deverá ser aprovado, apesar da oposição de países como a França, que tem um forte lobby agrícola contrário ao pacto.

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Fonte:
Notícias Agrícolas/Reuters

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2 comentários

  • Carlos William Nascimento Campo Mourão - PR

    Eu ainda estou chocado com as idéias deste agrônomo. Se tenho problemas com uma praga, recomendo proibir o plantio da cultura, ao invés de procurar maneiras de resolver o problema. Gostaria de saber se ele recomenda acabar com os produtores de leite do Paraná ou também do resto do Brasil? Acredito não ser esta a solução. Poderiam , por exemplo, não vender mais híbridos de milho que sejam susceptíveis á doença causada pela cigarrinha. Sou cooperado da Cvale e sei que eles comercializam estes materiais. Iria ajudar muito. Outra coisa simples que poderiam fazer comercializar graminicidas para soja a preço de custo. Um pequeno sacrifício financeiro não fará mal a cooperativa. Reduzir as margens de lucro na venda de inseticidas para esta praga, incentivando a aplicação de uma passada extra. Recomendar aos agricultores de uma mesma região o controle da praga numa mesma semana, já que a mesma é migratória. Ao meu ver, proibir o plantio de milho em certas épocas não é correto.

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  • Carlos William Nascimento Campo Mourão - PR

    Beleza. Vão indenizar os produtores de leite. Estão precisando. Hipócritas. Estão preocupados com as margens de lucro da cooperativa.

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