Volatilidade é o nome do jogo pesado em Chicago. China assusta o mercado e preços sobem/descem

Publicado em 26/05/2021 16:28 e atualizado em 26/05/2021 20:21
Tempo & Dinheiro - Com João Batista Olivi

Fabricantes de máquinas podem importar aço para combater alta de preços

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SÃO PAULO (Reuters) - O presidente da associação que reúne fabricantes de máquinas e equipamentos, Abimaq, José Velloso, afirmou nesta quarta-feira que a entidade vai iniciar nos próximos dias uma campanha para exportar aço no Brasil como forma de contrapor seguidos reajustes de preços na liga de acordo com o país.

"O preço (do aço) está em total descontrole e continua subindo", disse Velloso em conferência online com jornalistas sobre o desempenho do setor em abril. "A Abimaq começou um trabalho para promover a importação de aço ... Não é um pool de empresas, cada uma vai comprar o seu aço, mas vamos incentivar e mostrar o caminho para a importação e ver se conseguimos derrubar o preço", afirmou o executivo.

Segundo ele, a Abimaq teve uma reunião nesta quarta-feira "com vários associados" para buscar alternativas de importação, "prioritariamente da China". Ele não deu detalhes sobre volumes ou agentes que estão sendo contatados para as compras de material no exterior.

Velloso citou que Usiminas e CSN anunciaram aumentos de preço no aço "até junho", embora tenha considerado que os preços da ligação pela China têm dado sinais mais recentes de queda.

Representantes do Aço Brasil, que reúne siderúrgicas do país, e de Usiminas e CSN não comentaram o assunto de imediato.

Na semana passada, o presidente da associação que representantes distribuidores de aços planos, Índia, Carlos Loureiro, afirmou que os produtores de aço do Brasil avaliavam um possível anúncio de novo reajuste de preços do material entre junho e julho.

Segundo Loureiro, em maio, os preços de aços planos vendidos aos distribuidores subiram entre 10% e 18%, acumulando desde o início do ano aumentos de 50% a 52%.

Questionado sobre o nível de abastecimento das usinas para o mercado interno consumidor, o presidente da Abimaq afirmou que "melhorou, mas não está perfeito".

ABRIL

O setor de máquinas e equipamentos do Brasil teve queda de 3,8% na receita líquida em abril ante março, mas um salto de 72,2% ante abril do ano passado, quando a economia do país ficou paralisada após as primeiras medidas de isolamento adotadas sociais contra uma pandemia de Covid-19.

A receita líquida dos fabricantes de máquinas somou 16,6 bilhões de reais em abril, segundo a Abimaq.

Os pedidos em carteira subiram 2,3% em abril ante março e 32,4% sobre um ano antes, para 12,3 semanas, segundo a entidade, que afirmou que o nível de utilização de capacidade de produção do setor subiu para 76, 2% no mês passado.

Dólar fecha em queda com atuação de exportadores e "hedge" no mercado futuro

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SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em queda nesta quarta-feira, ficando no meio do caminho entre a máxima ea mínima da sessão, com o real chegando a figurar entre os melhores desempenhos globais na sessão beneficiada pelo fluxo de exportadores.

O dólar à vista caiu 0,48%, a 5.3127 reais na venda.

No pico intradiário, alcançado por volta de 10h30, a cotação foi a 5.3423 reais (+ 0,07%). Na mínima, atingida pouco menos de duas horas depois, tocou 5,2872 reais (-0,96%).

Operadores comentaram sobre ingressos de recursos de exportadores até então estacionados no exterior. Esse movimento tem ocorrido nas últimas semanas, mas segundo relatos acelerou nos últimos dias, em meio à percepção de melhor custo de oportunidade de internalizar o capital conforme se multiplicaram mais reportadas da revisão de alta para a taxa básica de juros.

Uma chamada Selic está em 3,75% ao ano, bem acima dos 2% que vigoraram até março. A queda monumental dessa taxa --de mais de 10% até julho de 2017 para o mínimo histórico de 2% em agosto de 2020-- e o consequente empurrão da taxa de juros real para terreno negativo desestimularam exportadores a trazer suas receitas em moeda forte ao Brasil, devido ao risco maior com menor rentabilidade em comparação a outras opções no mundo --sobretudo num ambiente de fortalecimento do dólar.

Mas o início do ciclo de normalização monetária no Brasil, em março, começou a mudar essa dinâmica. A isso somaram-se o rali dos preços das commodities --que ganhou nova pernada em abril-- e os volumes recordes de exportação pelo país nos últimos meses, com destaque para soja e minério de ferro.

"O que acontece é que o efeito prêmio está dominando o da Selic no cupom cambial", disse um profissional da área de câmbio de um banco estrangeiro. Ele explicou que o cupom cambial é um taxa Selic menos variação cambial mais prêmio de risco. "Com a volatilidade menor, o prêmio caiu tanto que a alta da Selic não compensou", o que resultou na forte queda na taxa do cupom.

O desdobramento disso é que exportadores voltaram a internalizar recursos. Esses players vendem dólares aos bancos, que, para mitigar o risco câmbio, entram no mercado futuro de câmbio na ponta vendedora de moeda. Esse grande fluxo de venda no mercado físico e no futuro baixou o dólar nesta quarta e tem pressionado a forma nas últimas.

Uma medida da fartura de liquidez é o cupom cambial --uma espécie de taxa de juros em dólar. O FRA de cupom cambial de segundo vencimento na B3 chegou ao fim da tarde em 0,32% ao ano, menor patamar desde junho de 2014.

No mercado de casado --um cupom cambial de curtíssimo prazo--, a taxa chegou a negativa, mais indicar venda de dólar no mercado futuro do que no vista, sinal de forte atuação de jogadores em busca de "hedge" na B3 em antecipação a volumosos ingressos de recursos no mercado spot.

A combinação entre normalização de juros (o que elevaria a atratividade do real para operações com arbitragem de taxas) e fortalecimento das matérias-primas - e por conseqüência dos termos de troca-- tem estado presente em estudos de analistas prevendo cenário melhor para a taxa de câmbio, que seria beneficiada pela maior atração de recursos.

O Banco Central divulgou mais cedo que o Brasil registrou superávit em conta corrente de 5.663 bilhões de dólares em abril, com projeção de novo salto positivo de 3,6 bilhões de dólares em maio. Isso evidencia a sobra de dólares no país, que, segundo os analistas, vai exercer maior pressão de baixa sobre a moeda norte-americana.

"Os resultados divulgados já para maio indicam mais um mês de um forte superávit em conta corrente e reforçam nossa expectativa de saldo positivo em conta corrente neste ano (de 0,1% do PIB em 2021), o primeiro desde 2007", disse em relatório Solange Srour e Lucas Vilela, do Credit Suisse.

Flávio Bolsonaro deixa Republicanos e aguarda definição do pai sobre novo partido

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RIO DE JANEIRO (Reuters) - O senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, se desfiliou dos Republicanos, informou nesta quarta-feira o gabinete do parlamentar.

Flávio ingressou no Republicanos no ano passado após deixar o PSL, partido pelo qual se elegeu em 2018 ao Senado.

O senador ainda não tem um novo partido, mas já analisa possibilidades de possibilidades. Flávio pretende seguir os passos do pai, que também se elegeu pelo PSL em 2018 e se desligou da legenda em 2019 após desavenças internas com o presidente da sigla, Luciano Bivar.

O presidente da República até agora não escolhida o seu novo destino. Bolsonaro já tentou até a criação de uma nova legenda, o Aliança pelo Brasil, mas não foi bem-sucedido na empreitada.

"Ele (Flávio) aguarda uma definição do presidente da República, Jair Bolsonaro, sobre qual será a nova sigla a qual eles devem se filiar", informou a assessoria do senador.

CPI aprova convocação de 9 governadores e ex-governador do RJ

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Por Lisandra Paraguassu e Maria Carolina Marcello

BRASÍLIA (Reuters) - A CPI da Covid no Senado aprovou nesta quarta-feira a convocação de nove governadores e do ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, apesar das dúvidas de que o regimento permita essa convocação para apurar supostas irregularidades em Estados.

Os governadores convocados -- Wilson Lima (PSC), do Amazonas; Helder Barbalho (MDB), do Pará; Carlos Moisés (PSL), de Santa Catarina; Antonio Denarium (sem partido), de Roraima; Valdez Góes (PDT), do Amapá; Marcos Rocha (PSL), de Rondônia; Ibaneis Rocha (MSB), do Distrito Federal; Mauro Carlesse (PSL), do Tocantins; e Wellington Dias (PT), do Piauí--, assim como Witzel, são de Estados onde aconteceram operações da Polícia Federal por suspeitas de desvios de recursos federais para combate à pandemia de Covid-19.

Há dúvidas sobre se a CPI tem poder de convocar governadores, mas um acordo foi fechado com a ala governista para abranger a investigação do suposto desvio de verbas federais. Senadores pontuaram que, em casos anteriores, governadores convocados obtiveram liminares do Supremo Tribunal Federal (STF) para não comparecer, já que o Senado não teria poder para investigar os Estados.

Durante a sessão, o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL) fez questão de dizer que não havia concordado com o acordo que aceitou a convocação dos governadores, enquanto o governista Eduardo Girão (Podemos-CE) cobrava a convocação de prefeitos de capitais.

Em uma reunião antes do início da CPI, segundo o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), ficou acertado que prefeitos não seriam chamados.

China proíbe bancos de vender produtos de commodities a pequeno investidor

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PEQUIM (Reuters) - O regulador bancário chinês pediu a instituições financeiras que deixem de vender produtos de investimento ligados a futuros de commodities a pequenos investidores de varejo, disseram à Reuters três pessoas com conhecimento do assunto, em movimento para evitar perdas em investimentos em meio a um cenário de volatilidade nos preços de commodities.

O regulador também solicitou aos bancos que desfaçam seus livros de operações com esses produtos, que são criados e depois revendidos para investidores individuais, segundo as fontes, que foram informadas sobre a decisão.

A determinação da Comissão Reguladora de Bancos e Seguros da China (CBIRC) para que os bancos deixem esses produtos foi emitida neste ano, segundo duas das fontes, mas ainda não havia sido divulgada.

"O risco embutido nos investimentos de bancos associados a commodities não podem ser facilmente identificados por investidores comuns, e eles nem podem suportar esse risco", disse uma das fontes. "Os bancos também não têm experiência suficiente para administrar esses produtos de maneira adequada."

As fontes falaram sob condição de anonimato, uma vez que a diretiva ainda não é pública. O CBIRC, principal órgão de fiscalização do setor bancário da China, não respondeu imediatamente a um e-mail da Reuters solicitando comentários.

A mudança ocorre no momento em oscilações significativas dos preços das commodities nos mercados locais e internacionais aumentam preocupações regulatórias sobre os riscos de apostas especulativas, o que já levou o órgão de planejamento estatal chinês e bolsas a enviarem alertas e aprovarem medidas tentando controlar os preços.

O CBIRC pediu que os bancos detalhem o progresso das atividades de "limpeza" desses produtos mensalmente, segundo duas das fontes, mas não foi dado um prazo específico para que as posições sejam desfeitas.

Dada a recente volatilidade de preços, a proibição de novas vendas cobre produtos vinculados a commodities não visados em medidas restritivas anteriores, como ouro, prata, platina, paládio, gás natural e grãos de soja, disseram três fontes.

Os preços da maioria dessas commodities dispararam nos últimos meses, enquanto os futuros do minério de ferro e do milho bolsa de Dalian e do aço e do cobre na Bolsa de Futuros de Xangai atingiram recordes este ano.

Alguns bancos estão considerando maneiras de transferir parte de seus investimentos vinculados a commodities e respectivos clientes para corretoras afiliadas, mas isso precisará de um consentimento do regulador, disse uma das fontes.

Embora os produtos bancários como derivativos possam ter falhas de desenho e de controle de risco, analistas afirmam que uma "limpeza" mais dura no setor significaria também um importante revés em planos da China de abrir seus mercados.

Brasil abre 120.935 vagas formais de trabalho em abril, mostra Caged

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Por Isabel Versiani

BRASÍLIA (Reuters) - O Brasil abriu 120.935 vagas formais de trabalho em abril, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado nesta quarta-feira pelo Ministério da Economia.

O resultado ficou abaixo das 172.500 vagas esperadas pelo mercado, segundo pesquisa da Reuters.

Em abril do ano passado, o país fechou 963.703 vagas com carteira assinada, pior resultado mensal já registrado, em meio ao choque do fechamento da economia após a chegada do coronavírus ao país.

No ano de 2021, o país acumula agora a criação de 957.889 empregos com carteira assinada. De janeiro a abril do ano passado, foram fechadas 763.232 vagas formais.

Para tentar proteger o emprego formal em meio ao quadro ainda grave da pandemia da Covid-19, o governo reeditou, no final de abril, o programa BEm, que oferece uma complementação de renda a trabalhadores que tenham contratos de trabalho suspensos ou jornada e salários reduzidos.

O programa foi adotado em abril do ano passado e, a partir de julho, o país voltou a registrar saldos positivos de criação de vagas com carteira assinada. O pico foi em fevereiro deste ano, quando foram abertos 398.184 postos.

Os dados do emprego formal têm contrastado com a taxa desemprego, que tem permanecido em patamares elevados em meio à crise --14,4% nos três meses até fevereiro, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)--, refletindo também o desempenho do setor informal.

Guedes diz que programa de treinamento no emprego, com bolsa de R$600, sai "muito brevemente"

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Por Isabel Versiani

BRASÍLIA (Reuters) - O governo lançará "muito brevemente" um programa de qualificação de jovens trabalhadores dentro das empresas, com pagamento de um bônus de valor total de 600 reais, disse o ministro da Economia, Paulo Guedes, nesta quarta-feira.

O custo será dividido igualmente entre o governo e as empresas, disse o ministro em entrevista coletiva, acrescentando que a ideia é que os beneficiados tenham contratos de pelo menos um ano com as empresas que façam a adesão ao programa.

O governo pagará 300 reais no Bônus de Inclusão Produtiva (BIP) e as empresas pagarão um bônus de incentivo à qualificação de igual valor.

"Temos recursos para este ano, mas ao invés de lançar contratos de seis meses estamos tentando arrumar já fonte para o ano que vem para ser um contrato de um ano pelo menos, o jovem ficar coberto por pelo menos um ano por esse programa", disse Guedes, que não detalhou a despesa total projetada com o benefício.

 

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Fonte:
Notícias Agrícolas/Reuters

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