Soja/Milho: Donos do dinheiro grosso "tiram o pé" das commodities e deixam mercado dando explicações

Publicado em 06/07/2021 16:31 e atualizado em 06/07/2021 19:32
Tempo & Dinheiro - com João Batista Olivi
Edição do Tempo&Dinheiro desta 3a.feira, 6 de julho/21, com João Batista Olivi

Nasdaq atinge nova máxima com avanço das ações de crescimento

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(Reuters) - O índice Nasdaq atingiu uma máxima recorde nesta terça-feira, com ganhos nos setores focados no crescimento, enquanto a repressão regulatória de Pequim prejudicava várias empresas chinesas listadas nos Estados Unidos.

O referencial S&P 500, no entanto, entrou em território negativo logo após a abertura, com ganhos em mega-caps de tecnologia como Microsoft Corp, Apple Inc, Amazon.com Inc e Alphabet Inc.

Nove dos 11 principais setores do S&P 500 eram negociados em baixa, enquanto os setores de tecnologia, serviços de comunicação e de consumo discricionário subiam.

Enquanto isso, investidores esperam pela alta da última reunião do Federal Reserve em busca de pistas sobre quando o banco central dos Estados Unidos poderá começar a reduzir seus estímulos. O documento será divulgado na quarta-feira.

O índice de Wall Street é sensível a qualquer indício de um tom mais "hawkish" por parte do Fed, de forma que participantes do mercado mudaram entre ações de "valor" e "crescimento" por temores de que uma potencial recuperação econômica mais forte que o esperado possa forçar o banco central dos EUA a reduzir seu apoio.

Às 12:09 (horário de Brasília), o índice Dow Jones caía 1,08%, a 34.410 pontos, enquanto o S&P 500 perdia 0,547522%, a 4.329 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq avançava 0,06%, a 14.648 pontos.

Rápida recuperação dos EUA coloca discussão sobre redução de estímulos do Fed em foco

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WASHINGTON (Reuters) - Mais pistas sobre quando e como o Federal Reserve pode começar a cortar sua compra de títulos de emergência da pandemia devem surgir na quarta-feira, quando o banco central norte-americano publicar a ata da reunião de política monetária do mês passado.

Autoridades do Fed começaram a debater sobre a redução dos 120 bilhões de dólares mensais em compras de títulos na reunião de 15 e 16 de junho e, desde então, a maioria delas tem oferecido visões amplamente otimistas de uma economia que, em muitos aspectos, está saindo de uma recessão desencadeada pela crise global da pandemia de Covid-19.

Vários sinalizaram que veem a recente aceleração de ganhos de empregos e a inflação acima da meta como representação de um "progresso substancial" em direção às metas de estabilidade de preços e pleno emprego do Fed, referência que lhes permitiria começar a reduzir suas compras de ativos.

Os dados desde a reunião podem apoiar essa conclusão.

Os Estados Unidos criaram 850 mil vagas de emprego no mês passado, mostrou na sexta-feia o relatório de emprego do Departamento do Trabalho, resultado melhor do que o esperado depois de dois meses seguidos de ganhos mais fracos.

A medida de inflação preferida do Fed, por sua vez, aumentou no ritmo anual mais rápido desde 1992 e está bem acima da meta de 2%.

O documento de quarta-feira deverá fornecer mais detalhes sobre o quanto as autoridades acreditavam que o Fed estava próximo de alcançar suas metas, mesmo antes dos últimos dados econômicos.

"O mercado vai procurar qualquer detalhe sobre o apetite para discutir o momento em que será apropriado começar a reduzir o estímulo", disse Sam Bullard, economista sênior do Wells Fargo.

A QUESTÃO É "QUANDO"

Muitas autoridades do Fed na reunião de junho anteciparam suas projeções de aumento da taxa de juros ante quase zero. Treze das 18 autoridades agora veem taxas mais altas em 2023, com sete delas apontando para uma "elevação" dos juros já no próximo ano.

Economistas consultados pela Reuters preveem um anúncio de estratégia para reduzir as compras de ativos por parte do Fed em agosto ou setembro, com um corte nas compras de títulos a partir do início do próximo ano.

As autoridades do Fed concordam que reduzirão suas compras extraordinárias de títulos como uma primeira etapa, antes de aumentarem a taxa de juros. Em dezembro, eles estabeleceram um limite para redução gradual: a economia deve fazer "progressos substanciais" no alcance do pleno emprego e uma inflação persistente de 2%.

MBS VS TREASURIES

A ata também pode lançar luz sobre qualquer discussão inicial sobre como o banco central dos EUA pretende reduzir suas compras mensais de 80 bilhões de dólares em títulos emitidos pelo Tesouro e 40 bilhões de dólares em títulos lastreados em hipotecas (MBS).

No movimento mais recente deste tipo, em 2014, a redução ocorreu efetivamente no piloto automático - com cortes iguais para os Treasuries e MBS após cada reunião - mesmo quando as autoridades diziam não estar em um curso pré-estabelecido.

Nas últimas semanas, porém, algumas autoridades do Fed pareceram simpáticas aos críticos que argumentam contra a necessidade de o banco central continuar comprando ativos lastreados em hipotecas em meio a um mercado imobiliário em alta, enquanto alertam que o Fed prefere reduzir seus estímulos da maneira mais previsível possível.

Poupança tem captação líquida de R$ 7,089 bi em junho, diz BC

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SÃO PAULO (Reuters) - A tradicional caderneta de poupança registrou captação líquida de 7,089 bilhões de reais em junho, informou o Banco Central (BC) nesta terça-feira, no terceiro mês consecutivo de saldo positivo.

Os depósitos superaram os saques em 5,234 bilhões de reais no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), enquanto na poupança rural houve entrada líquida de 1,855 bilhão de reais.

No ano, no entanto, a poupança no agregado acumula retirada líquida de 16,54 bilhões de reais, sendo fortemente impactada pelos saldos negativos registrados nos três primeiros meses de 2021.

Dólar supera R$ 5,20 e volta a acumular alta no ano com temores políticos e externos

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SÃO PAULO (Reuters) - O dólar disparava nesta terça-feira, chegando a superar 5,20 reais e chegando a acumular alta no ano, à medida que operadores monitoravam o clima político tenso em Brasília em meio a um ambiente já conservador no exterior.

Às 12:40, o dólar avançava 1,81%, a 5,1805 reais na venda, depois de bater 5,2075 reais na máxima do dia (+2,34%).

Nesse patamar, a cotação acumulou ganho de 0,31% em 2021. Com o arrefecimento da alta diária, a moeda voltava a cair cerca de 0,2% no ano.

Mais cedo, nos primeiros minutos de pregão, o dólar chegou a cair 0,25%, para 5,0757 reais.

O dólar spot tem agora alta de 5,6% contra o real desde que tocou uma mínima em mais de um ano para encerramento, de 4,9062 reais, em 24 de junho.

"O comportamento dos ativos financeiros no Brasil continua refletindo o cenário político, em especial, o desenrolar da CPI da pandemia", explicaram em nota analistas da Genial Investimentos. "As denúncias de corrupção na compra de vacinas têm se constituído em um importante fator de incertezas."

Com o governo envolto em suspeitas referentes a compras de vacinas, a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou na semana passada a abertura de inquérito para investigar suposto crime de prevaricação de Bolsonaro.

Paralelamente, Bolsonaro, que fez do combate à corrupção uma bandeira eleitoral, foi acusado recentemente de ter se envolvido em um esquema de "rachadinhas" quando era deputado federal.

Com o governo sob pressão cada vez maior --manifestações a favor do impeachment de Bolsonaro ocuparam as ruas de várias cidades brasileiras no último fim de semana--, investidores começavam a voltar sua atenção para as eleições presidenciais de 2022, ressaltando que uma disputa polarizada entre candidatos vistos por agentes do mercado como populistas tenderia a elevar a cautela.

Uma pesquisa CNT/MDA, divulgada na segunda-feira, mostrou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vence Bolsonaro nas simulações de primeiro e segundo turnos da eleição do ano que vem, indicando também uma forte rejeição ao atual presidente.

No exterior, o dólar apresentava altas expressivas contra divisas emergentes pares do real.

O foco dos mercados internacionais está na ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed), que será divulgada na quarta-feira e pode oferecer pistas sobre quando e como o banco central norte-americano reduzirá seu estímulo e elevará os juros. Qualquer sinalização mais "hawkish" (dura com a inflação) pode beneficiar o dólar, dizem especialistas.

Além disso, analistas do Bradesco afirmaram em nota que "preocupações com os impactos da variante Delta do coronavírus sobre o processo de reabertura da economia global pesam sobre os negócios nesta manhã".

A cepa Delta é altamente transmissível e tem elevado a cautela de investidores nos últimos dias, principalmente devido à disparada de casos em países asiáticos. Ocorrências dessa variante já foram identificadas no Brasil.

Na segunda-feira, a moeda norte-americana à vista subiu 0,72%, a 5,0885 reais na venda, máxima desde 11 de junho (5,1207 reais).

Morgan Stanley passa a ter visão "neutra" sobre real e diz que posições a favor da moeda parecem "esticadas"

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SÃO PAULO (Reuters) - As posições favoráveis ao real parecem agora "esticadas" depois de meses de valorização da divisa brasileira, disseram estrategistas do Morgan Stanley, que passaram a ter visão "neutra" para a taxa de câmbio.

Esse entendimento causou o fechamento de uma posição comprada em real contra o peso mexicano.

Entre os motivos para a maior cautela com o real, os profissionais citaram leitura de que a barra para surpresas "hawkish" por parte do Banco Central está alta, uma vez que a curva de juros embute aumento de 100 pontos-base da Selic na próxima reunião do Copom (3 e 4 de agosto), com taxa de 7,00% ao fim do ano.

"Dessa forma, embora o ciclo de alta (de juros) em curso deva continuar a fornecer suporte para o real, achamos que o carregado posicionamento comprado e um dólar potencialmente mais forte (no mundo) podem desencadear alguma retração da moeda (brasileira) no curto prazo", disseram estrategistas em relatório.

"Passamos a ficar neutros no real, mas poderíamos reavaliar (essa recomendação) uma vez o posicionamento e os valuations do real ficarem mais limpos."

Os juros mais altos ajudam o câmbio uma vez que aumentam os diferenciais de retornos oferecidos na comparação com rivais como o peso mexicano.

De forma geral, o Morgan Stanley mantém visão negativa para as moedas da América Latina, deixando intacta preferência por apostas na alta do dólar contra os pesos colombiano e mexicano. O real ainda é a moeda preferida pelo banco na região, mas com as ressalvas citadas anteriormente.

Numa análise mais ampla, os estrategistas seguem com avaliação pessimista para moedas emergentes, num contexto de dólar globalmente mais forte na esteira da mudança de tom do Federal Reserve (banco central dos EUA), de dados mais robustos nos EUA e de um posicionamento mais limitado na moeda.

"Ao mesmo tempo, os riscos da Covid-19 nos mercados emergentes permanecem altos, com a variante Delta circulando em meio a taxas de vacinação relativamente baixas. O impacto deste último fator fica claro nas crescentes restrições em mercados emergentes e na recente amenização nos dados de PMI", disseram estrategistas do Morgan Stanley.

As divisas emergentes tinham perdas generalizadas nesta terça-feira, com o dólar em forte alta de 2% e voltando a 5,20 reais, em meio à ansiedade geral sobre a ata do Fed (a ser divulgada na quarta-feira).

O dólar no Brasil acumulava alta de 5,8% desde a mínima de 4,9062 reais atingida em 24 de junho, quando registrou baixa de 14,9% em relação à máxima de 29 de março (5,7681 reais).

Há muito a ser feito em relação às reformas, diz Economia

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SÃO PAULO (Reuters) - A economia brasileira apresenta "bons motivos" para expectativa de "forte crescimento" em 2021, disse em nota a Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia, na qual avaliou que a consolidação fiscal e as reformas pró-mercado continuam e que há muito a ser feito.

"É fundamental continuar avançando nessa agenda econômica, pois ela traz benefícios de longo prazo para os brasileiros e estabelece condições para crescimento econômico sustentável", disse a SPE em documento divulgado nesta terça-feira.

"Maior crescimento do PIB, aumento da produtividade, aumento do investimento privado, aumento do emprego e de renda dos brasileiros, taxa de juros estrutural mais baixa e inflação mais baixa são alguns dos benefícios provenientes do binômio de reformas pró-mercado e aprofundamento no processo de consolidação fiscal", completou.

A secretaria destacou ações aprovadas no Congresso, como o novo marco do saneamento, do gás, das agências reguladoras e das startups, e lembrou que a retomada da economia pós-recessões não alcança o ritmo anterior devido a perda de produtividade e, normalmente, a má alocação de recursos.

"De forma geral, essas medidas buscam aumentar a produtividade da economia via correção da má alocação de recursos, aprimoramento dos marcos legais e aumento da segurança jurídica, privatizações e concessões, abertura comercial, desburocratização e melhoria do ambiente de negócios."

A nota destacou que a continuidade da agenda é de "suma importância" para o desenvolvimento do país e que "há muito para ser feito", mesmo depois da aprovação recente da MP da Eletrobras e do projeto de lei que autoriza o Banco Central a receber depósitos voluntários remunerados, em consonância com outros bancos centrais.

Entre os projetos em tramitação estão a reforma tributária, a modernização do setor elétrico e a reforma administrativa (na Câmara dos Deputados) e o marco legal do mercado de câmbio, autorização de ferrovias e a mudança do regime de partilha para concessão na exploração de petróleo no pré-sal (no Senado Federal).

Brasil encerra safra 20/21 com alta de 56% no crédito oficial para investimento

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SÃO PAULO (Reuters) - O crédito rural oficial para investimentos no campo encerrou a temporada 2020/21 (julho/junho) no Brasil com alta de 56% na comparação com o ciclo anterior, somando 76,27 bilhões de reais, informou o Ministério da Agricultura nesta terça-feira.

O montante ainda superou em 34% a programação inicial, segundo o ministério em nota.

Com forte demanda para investimentos nas propriedades, em momento em que os preços das commodities impulsionam o setor rural, o governo federal elevou a programação de recursos para esse fim no novo Plano Safra 2021/22, enquanto reduziu o total destinado ao custeio.

No plano 20/21, encerrado em junho, as aplicações do crédito oficial no custeio alcançaram 135,3 bilhões de reais, alta de 27% em relação a temporada anterior.

Já o financiamento da comercialização recebeu 25,4 bilhões de reais (+10%) e a industrialização 12,5 bilhões de reais (+15%). As operações de Cédula do Produto Rural (CPR) e com agroindústria somaram 22 bilhões de reais, queda de 9%.

No que se refere aos segmentos, o crédito aos beneficiários foi concedido por meio de bancos públicos (55%), privados (24%), cooperativas de crédito (20%) e bancos de desenvolvimento e agências de fomento (1%).

Na comparação com a safra anterior, as cooperativas tiveram um ganho de 2% e os bancos públicos de 1% na participação do volume total de contratações.

Bolsonaro indica Mendonça ao STF e ministro inicia périplo para viabilizar aprovação

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(Reuters) -O presidente Jair Bolsonaro disse a ministros nesta terça-feira que indicará o advogado-geral da União (AGU), André Mendonça, ao Supremo Tribunal Federal (STF) e, mesmo antes da formalização da indicação, o ministro começou um périplo para viabilizar a sua aprovação pelo Senado em meio a resistências ao seu nome, segundo fontes ouvidas pela Reuters.

Bolsonaro quer que Mendonça assuma a vaga que será aberta no Supremo com a aposentadoria neste mês do ministro Marco Aurélio Mello e fez essa sinalização mais cedo em reunião ministerial, segundo uma fonte.

Posteriormente, em almoço com senadores do bloco parlamentar do Senado Vanguarda, Mendonça confirmou a indicação do presidente de mais cedo, ressaltando que está no momento de "peregrinação", de acordo com uma outra fonte.

No encontro, o ministro da AGU fez uma série de acenos aos senadores numa tentativa de quebrar eventuais resistências. Segundo a fonte, ele disse também que estará "sempre aberto ao diálogo", que não se pode "judicializar a política" e que não será um "ministro evangélico".

"André Mendonça tem demonstrado ser uma pessoa pronta ao diálogo e que, conosco, se comprometeu a trabalhar pelo fortalecimento das relações institucionais", disse o líder do bloco Vanguarda, Wellignton Fagundes (PL-PR), após o encontro.

"Isso vai ajudar a levar ao STF mais dos anseios da população, fundamental nas tomadas de decisões, em consonância com as leis", emendou o anfitrião do almoço que contou com a presença de sete senadores.

Após o encontro com o bloco partidário, Mendonça já se reuniu com outros senadores, como Lasier Martins (Podemos-RS), e já acionou outros gabinetes para marcar encontros a fim de se apresentar. Esse périplo antes da formalização do nome é incomum para indicações.

Fontes ouvidas pela Reuters alinhadas ao governo e independentes admitiram haver resistências ao nome de Mendonça, que conta com forte apoio da bancada evangélica. Citaram nominalmente o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e ex-presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), como um dos que atuam pela rejeição do indicado.

"Existe resistência. Se for confirmada a indicação, teremos que trabalhar muito", reconheceu um governista, de forma reservada, à Reuters.

Apesar disso, segundo duas outras fontes, a perspectiva é de que se consiga uma aprovação do nome de Mendonça. Avaliam que o nome seria a melhor escolha do governo entre os outros ventilados, como o procurador-geral da República, Augusto Aras, e o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Humberto Martins.

Uma terceira fonte do Senado ouvida pela reportagem, entretanto, considera que há risco real de rejeição de Mendonça.

No Supremo, segundo duas fontes do STF ouvidas, a avaliação é que o nome dele seria bem aceito ao menos por parte do tribunal. Uma delas mencionou o apoio do presidente do STF, Luiz Fux, e dos ministros Roberto Barroso, Dias Toffoli e Edson Fachin.

PROMESSA

O decano do STF, Marco Aurélio Mello, se aposentará copulsoriamente no dia 12 de julho, ao completar 75 anos de idade. Presbiteriano, Mendonça é pastor e Bolsonaro prometeu várias vezes que indicaria um nome "terrivelmente evangélico" para a Suprema Corte.

A indicação do sucessor de Marco Aurélio no Supremo terá de ser aprovada pelo Senado, depois de uma sabatina na CCJ da Casa. No ano passado, Bolsonaro já havia indicado o ministro Nunes Marques para a vaga que era de Celso de Mello, que também se aposentou compulsoriamente ao completar 75 anos.

O nome de Mendonça --quando for formalizada a indicação por Bolsonaro ao Senado-- precisará ser aprovado, em votação secreta pelo plenário, por pelo menos 41 dos 81 senadores.

Em 22 de abril, reportagem da Reuters já informava que o titular da AGU, tido como um cumpridor de missões, despontava como favorito para a escolha.

No final de março, Marco Aurélio havia informado à corte que iria se aposentar em 5 de julho, uma semana antes do prazo final. Mas no mês passado o decano mudou de ideia e resolveu se aposentar apenas no dia 12.

(Reportagem de Ricardo Brito, em Brasília, e Rodrigo Viga Gaier, no Rio de JaneiroEdição de Eduardo Simões e Alexandre Caverni)

Caso Covaxin não justifica abertura de impeachment de Bolsonaro, diz Lira

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Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta terça-feira que o caso envolvendo a compra da vacina indiana Covaxin não justifica a abertura de um processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro, e destacou que a medida "desestabilizaria a economia" e "pararia o Brasil".

"Neste momento não há nenhum fato novo que justifique, que tenha alguma ligação direta com o presidente da República, a não ser o fato de um parlamentar ter dito que entregou a ele alguns documentos, invoices, que não justificam, por enquanto e até agora, com muitas versões de parte a parte, a abertura de um processo de impeachment que desestabilizaria a economia, pararia o Brasil por mais de seis meses, um ano, que não é o caso neste momento", disse ele, em entrevista à Jovem Pan.

Bolsonaro foi alertado pelo deputado federal Luís Miranda (DEM-DF) e pelo irmão dele, o servidor do Ministério da Saúde Luís Ricardo Miranda, responsável pelo setor de importação da pasta, sobre irregularidades no processo de aquisição da vacina indiana em fevereiro, segundo ambos relataram à CPI da Covid do Senado.

O presidente disse ter determinado ao então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, apurar o caso e que não teria encontrado qualquer irregularidade na negociação. Esse caso está no centro das investigações da CPI da Covid e tornou Bolsonaro alvo de um inquérito por prevaricação no Supremo Tribunal Federal.

Na semana passada, oposicionistas apresentaram um novo pedido de impeachment do presidente incluindo as suspeitas envolvendo a operação de compra da Covaxin.

Na entrevista, Arthur Lira disse que não se pode "institucionalizar" o impeachment no Brasil, que o assunto tem de ser tratado com muita seriedade e que o país "não pode ser instabilizado politicamente a cada presidente que é eleito".

O presidente da Câmara destacou que a CPI traz, por enquanto, depoimentos de um parlamentar e que essa realidade está sendo investigada pela CPI e pelo Supremo com "um andamento normal sem nenhum tipo de açodamento".

Eleito com apoio de Bolsonaro para o comando da Câmara, Lira disse que "com muita tranquilidade" vai tocando a pauta das reformas. 

      

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