Transformação digital no agro: a comunicação como forma de desmistificar conceitos contrários ao agronegócio

Publicado em 23/08/2021 19:00 e atualizado em 15/12/2021 09:37
Transformação digital no agro: a comunicação como forma de desmistificar conceitos contrários ao agronegócio
Transformação digital no agro: a comunicação como forma de desmistificar conceitos contrários ao agronegócio

Podcast

Conexão Campo Cidade - 23/08/2021

O agronegócio e os setores urbanos estão intrinsecamente conectados, já que as cadeias produtivas de alimentos influenciam diretamente no cotidiano das cidades. Porém, muitos ruídos de comunicação entre as duas pontas geram discussões e desentendimentos que merecem atenção. Nesse contexto, o site Notícias Agrícolas e a consultoria MPrado desenvolveram o projeto Conexão Campo e Cidade, que visa debater diversas questões relacionadas aos negócios que envolvem os ambientes urbanos e rurais. 

Confira aqui todas as edições do Conexão Campo Cidade

Thumb-Convidado---Renata-Moya

O tema em discussão no Conexão Campo Cidade desta segunda-feira (23) foi a comunicação e marketing digital como aliados do produtor rural. Para falar sobre o assunto, a convidada foi Renata Moya, head de comunicação mercadológica da Syngenta. 

Digitalização das revendas e cooperativas  

Os processos de venda tradicionais, em âmbito geral, têm migrado cada dia mais para o meio digital. Logo, na agropecuária não poderia ser diferente. Por esse motivo, a Syngenta tem desenvolvido a área de comunicação e marketing para preencher esse requisito. Porém, como destacou Renata Moya, outro papel fundamental que tem sido cumprido pela empresa é o treinamento de clientes e parceiros, para que também evoluam no campo do marketing digital.  

Dessa forma, foi criada uma academia de marketing digital, a fim de capacitar profissionais que atuam na revenda, que cuidam da comunicação. “Esse olhar é muito importante e nós trabalhamos muito próximos à nossa rede, para realmente muni-los das informações corretas e conteúdos relevantes para passarem ao produtor”, comentou Moya.  

Portanto, os processos de venda do meio rural também precisam expandir ao meio digital, para que as informações verídicas e mais relevantes possam alcançar o público urbano, muitas vezes com o objetivo de desmitificar conceitos irreais a respeito da agropecuária, que hoje estão inseridos na sociedade.  

“Agrotóxicos não são veneno, são remédio”  

Sobre esse assunto, Alexandre de Barros citou o exemplo de que as pessoas associam agrotóxicos diretamente com venenos que agridem o corpo humano. Contudo, como afirmou Renata, as acusações ocorrem por falta do conhecimento das pessoas acerca do exaustivos processes de teste, pelos quais passam os defensores agrícolas.  

“Para se obter o registro [de um defensivo agrícola], o Brasil é um dos países que tem um tempo mais logo, são três instâncias. A gente vê todos os testes que são feitos, todos os questionamentos que são feitos para se obter o registro. Essas acusações acontecem por desconhecimento de alguns setores desse processo”, afirmou a comunicadora. Para Renata, um dos passos para reverter essa situação é executar um trabalho com o público urbano com caráter educativo. 

Roberto Rodrigues também comentou esse assunto e disse que a melhor forma de comparação seria dizer que os agrotóxicos são, na verdade, remédios. “A imagem continua negativa, é preciso trabalhar a imagem para mostrar a verdade. Até o nome agrotóxico já é um nome errado, remédio não chama ‘humanotóxico’”, usou como exemplo.   

“Somos o décimo segundo que consome defensivos por hectare, mas somos o que mais apanha” 

Complementando a discussão, Marcelo Prado ressaltou que o agro tem “apanhado” muito do meio urbano e o calcanhar de Aquiles do agro é justamente a comunicação. “Nós temos que exercitar esse processo de comunicação com público urbano para a gente esclarecer e desmitificar todos esses pontos que contribuem para as críticas que o setor recebe”, afirmou.  

“Somos o décimo segundo que consome defensivos por hectare, mas somos o que mais apanha. E não é só no defensivo. Na queimada, por exemplo está queimando na Sibéria, na Califórnia, na Austrália e outras parte do mundo e fala-se muito pouco. Agora, se queima o Pantanal ou a Amazônia, o agro e o Brasil apanham muito”, completou Marcelo Prado.  

O agro presente no cotidiano urbano  

Renata aproveitou também para lembrar que tudo que é consumido no meio urbano tem algum envolvimento do agro. “No último dia dos agricultores, fizemos uma campanha que homenageia o agricultor, mas começando com a atendente da loja que vende uma roupa de algodão. Ou seja, os consumidores finais têm uma visão dessa cadeia como um todo? Em quase tudo que a gente consome tem o agro envolvido de alguma forma”, concluiu. 

Comportamento do produtor em meio à instabilidade mundial  

Outro assunto abordado no Conexão Campo Cidade foi o comportamento que deve ser tomado pelo produtor rural, que atualmente precisa enfrentar uma série de instabilidades em níveis nacional e internacional.  

De acordo com Marcelo de Barros, a princípio, o produtor precisa conhecer os seus custos e trabalhar com margens bem definidas, sem assumir riscos. "É importante conhecer os custos de produção, uma linha mestra de orçamento a ser seguida, uma consistência de margem travada. Tem muita gente tentada a segurar soja, por exemplo, com objetivo de esperar o preço aumento", explicou. 

“A tentação de esperar pelo pote de ouro no fim do arco-íris pode ser mortal”   

“Há uma mudança de jeito de encarar os negócios agrícolas, temos que olhar sempre na geração de caixa. Há uma tradição de dívida sobre patrimônio e nos apertos de liquidez as empresas sucumbem. Eu acho preciso ter uma consistência, um vigor, mesmo que possa parecer que vai aparecer um pote de ouro no fim do arco-íris, essa tentação é mortal, especialmente nessa enorme volatilidade”, completou Marcelo.  

Seguindo a mesma linha de raciocínio, Roberto Rodrigues afirmou que proteger o caixa é o ponto central em relação às incertezas. Sempre que há riscos pela frente, é preciso se proteger contra eles com ações que o mercado permite, como o head, por exemplo.  

 

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Por:
Igor Batista

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1 comentário

  • Paulo De Tarso Carvalho

    Querer tratar comunicação no agro e fazer uma afirmação de que "agrotóxicos é remédio" é um péssimo começo. Os produtos passam sim por rigorosos testes, tanto quanto a sua eficiência quanto a sua toxicidade. Portanto não é a toa que existe a classificação utilizando cores, que existe o receituário agronômico e tudo mais. O uso indiscriminado de agrotóxicos tem que ser sim um cuidado e exige muita responsabilidade em função dos seus efeitos ambientais e na saúde humana. Cadeias de produção como do tomate e do fumo, conhecem bem essa realidade. Se é pra reformular a comunicação , vamos começar com verdade e não dando "roupagem" nova em problema velho.

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